Casualmente

Novidade

Nos últimos dias, eu não vinha me sentindo bem. Eu andava meio desanimada, sonolenta e sem apetite. Achei que eu estava ficando gripada.

Meu médico pediu uma série de exames depois que contei a ele sobre nossa relação um tanto promíscua. Ele também pediu exames a vocês dois e me aconselhou a marcar consulta ginecológica, pois já estava na época de fazer os exames de rotina.

No sábado, Pedro me buscou em casa bem cedo e fomos ao laboratório para os exames. Você já estava lá.

Depois de colhermos o material, vocês dois me acompanharam até a clínica.

Eu entrei para a consulta enquanto vocês me esperavam lá fora.

- Oi Mariana, bom dia. Tudo bem? O que te trás aqui?

- Bom dia doutora Fátima. Nada de mais. Apenas os exames de rotina.

- Claro. Você fez exames laboratoriais recentemente?

- Sim. Eu fiz exames hoje. Os resultados saem em alguns dias.

- Ótimo. Então vamos começar?

Tirei a roupa no banheiro e me deitei na cama.

- Bom Mariana, vamos fazer o ultrassom transvaginal, depois eu colho o material para o exame.

Então ela começou a me examinar. Eu olhei na telinha, mas não entendi nada, como sempre. A doutora Fátima franziu a testa.

- Você tem se sentido bem Mariana? Algo incomum?

- Está tudo bem sim. Eu tive um resfriado há algumas semanas e parece que ainda estou me recuperando. Nada de mais.

- Hum. Você usa algum método contraceptivo?

- Sim, eu tomo pílula e uso camisinha. Quase sempre - Dei uma risadinha sem graça.

- Hahã. Você disse que esteve resfriada. Tomou algum antibiótico? Ou usou bebida alcoólica além do normal ultimamente?

- Sim, tomei antibiótico e antitérmicos. E eu fui à praia há pouco tempo e bebi um pouco além do que estou acostumada.

- Sei. Você ainda namora os dois caras?

- Sim.

- Por acaso algum deles está aí com você?

- Os dois. Doutora, tem alguma coisa errada?

- Não. Tudo certo. Você só está grávida.

Quando eu saí do consultório, vocês dois me olharam assustados. Eu devia estar com uma cara horrível.

Eu não esperava aquilo. Eu não queria um filho. Pelo menos eu achava que não.

Mas agora que ele estava dentro de mim, eu sentia medo. E sentia ternura, amor. Era mágico saber que havia uma pessoa se formando dentro de mim.

- Tem algo errado?

Eu olhei para você e imaginei um bebezinho de olhos escuros e cabelos lisos, como os seus. Então olhei pra ele e pensei no bebê de olhos verdes e cabelos cacheados. Qual de vocês era o pai do meu filho?

- Mariana, está tudo bem?

- Eu estou grávida.

A viagem de volta para a casa foi silenciosa. Eu avaliava a minha situação e imaginava que vocês dois faziam o mesmo. Era uma situação complicada a nossa. A minha.

A única coisa que eu tinha certeza, é que eu precisava proteger o serzinho que estava dentro de mim. Meu filho!

Pedro perguntou se eu queria almoçar. Eu disse que queria ir pra casa.