Já tinha pouco mais de um mês que você tinha ido embora. Nós nos falávamos sempre que possível, mas você quase não tinha tempo.
-É só no início. Estou me adaptando ao modo de trabalho daqui. São muito exigentes. Além disso, estou tentando adiantar o máximo de coisas para que eu possa ir ao Brasil logo, quem sabe assistir ao seu parto.
-Eu vou adorar se você conseguir vir aqui. Mas eu entendo se não for possível.
Eu estava me sentindo muito sozinha, sem você. Sentia falta de conversar com você, de sentir você me tocar. Eu estava muito triste.
Numa manhã, resolvi ir ao parque, para me distrair. Eu estava caminhando e me lembrei daquela manhã em que passeamos ali, depois tomamos sorvete, levamos sorvete para casa. Não tinha acontecido há tanto tempo, mas parecia que foi em uma outra vida. Tanta coisa havia mudado.
Eu me senti cansada depois de um tempo caminhando e resolvi me sentar em um banco. Eu estava tão barriguda que, se me sentasse na grama, provavelmente não conseguiria me levantar.
Depois de alguns minutos, ouvi alguém me chamar. Virei-me e vi o Flávio, meu antigo namorado. Ele usava shorts e camiseta justa. Estava suado, pois havia corrido.
Lembrei-me que quando namorávamos ele era magro e bem nerd. Ele agora estava mais forte, mais bonito. O tempo tinha feito bem a ele.
– Oi Mariana, que surpresa te encontrar aqui! Tá sozinha?
– Oi Flávio - levantei-me com dificuldade - eu estava precisando de ar puro. Gosto daqui.
– Esse parque é ótimo! Eu moro aqui perto e venho correr aqui todos os dias. E você, Tá morando onde?
– Ainda moro no mesmo lugar. Gosto daquela casa, fica perto de tudo, inclusive deste parque. Vai ser um bom lugar para criar sozinha a minha filha.
– Claro que sim. E você pode vir passear com ela aqui, a gente pode se encontrar quando meu filho estiver aqui. Eles vão ser amigos.
– Com certeza. Não vejo a hora de vê-la correndo por aqui.
– Ah, daqui a pouco acontece. Eles crescem tão rápido! Quanto falta para ela nascer?
Quando eu ia responder, senti uma fisgada muito forte abaixo da barriga. Curvei-me um pouco, esticando o braço para me apoiar em algo. Flavio se aproximou rápido e me segurou.
Respirei fundo e senti outra fisgada, mais forte e comecei a chorar de desespero.
– Fica calma, sente-se aqui.- Ele me ajudou a sentar no banco.- Já está na hora?
– Não, é cedo demais. Ainda faltam 5 semanas. Ai! Tá doendo muito.
– Calma. Vamos ao hospital. Você veio de carro?
– Não- Falei gemendo e peguei meu celular. - Liga pro Pedro!
– Pedro é o pai da sua filha?
– É! liga por favor!
– Tá. Vou chamar um Uber!
Ele pegou meu telefone e ligou para Pedro, ao mesmo tempo em que pedia um Uber no próprio celular. Depois de um minuto ele avisou que o telefone de Pedro estava fora de área.
Flávio me ajudou a levantar e me apoiou até eu chegar ao carro, então sentou-se comigo no banco de trás.
– Calma, nós já vamos chegar no hospital. Você vai ficar bem.
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Casualmente
RomanceExistem regras para o amor? Um amor do passado, um reencontro e o reacender de uma paixão. Será que um amor casual pode ser verdadeiro?