Angel. 》Oh Sehun 《

3

Sehun observada Mi So dormir tranquilamente abraçada a ele. A respiração da menina estava calma e fazia os pelos do pescoço de Sehun se arrepiarem quando batia em sua nuca.

Ele amava essa aproximação com ela. Desde que se conheceram naquele fatídico dia onde ela levara a pior, construíram uma amizade, que aos olhos dos outro, era colorida. Acontece que nunca havia acontecido nada entre os dois, mesmo que isso passasse na cabeça dele as vezes.

Mi So era uma mulher linda. Os cabelos longos escuros com cachos nas pontas, os olhos de cor mel com o olhar penetrante e as vezes intimidador, a forma como ela falava e andava. Tudo nela era atraente demais para ele nunca ter reparado. E isso era mais um motivo para protege-la.

- Eu sei que você está me olhando.

Ele foi tirado dos seus pensamentos, quando ouviu a voz dele em um sussurro.

- Bom dia, bela adormecida. - Ele brincou.

- Que horas são? - ela pergunta sem se soltar dele.

Sehun teve que se esticar para pegar o celular que estava na mesinha do lado da cama. Teria sido fácil, se não estivesse com uma menina de 1,70 pendurada em seu pescoço.

- São 9:20 a.m. Porque?

Mi So se sentou, se espreguiçando, sendo observada por Sehun. Ela não ligava, afinal, não era a primeira vez que isso acontecia.

- Tenho que ir na casa de Sun-hee depois do almoço.

Sehun estranhou ela ter que sair em pleno domingo.

- Porque você vai lá hoje? - perguntou manhoso. - Fica Aqui!

Mi So riu.

- Volto o mais cedo que conseguir. - ela disse indo pro banheiro. - E você deveria ir pro seu apartamento, tem uma semana que você está aqui, aquele lugar deve estar um mar de poeira.

Ele deu de ombros.

- Duvido. Jongdae estava lá até ontem, e você sabe como ele é com limpeza.

- Então desce e faz o café. Quero vitamina de morango. - ela falou da porta do banheiro, embolado devido a escova da boca.

Sehun se levantou e foi para o banheiro, precisava escovar os dentes também.

- Eu faço, Srta. Shin. - ele beijou as bochechas dela. - Mas só se ficar em casa comigo.

Mi So não teve como esconder o arrepio que a voz rouca do menino causara nela, o que fez ele rir vitorioso.

- Eu te odeio. - ela sussurrou de olhos fechados.

- Mais um motivo pra você ficar, posso te fazer mudar de ideia.

Ela abriu os olhos e encarou o maior pelo espelho. Os olhinhos pidões dele a fizeram ficar sem ar. Como podia ser tão bonito e tão persuasivo.

- Eu fico. - ela se deu por vencida.

Ele comemorou e ela riu.

- Agora, se já terminou, saia do banheiro para que eu possa usa-lo. - Ele disse.

- Mas e o meu café? - ela fez bico.

- Faço depois que eu sair, agora sai. -

Sehun empurrou a menina para fora do banheiro e trancou a porta. Ouviu ela reclamar algumas vezes, mas nem ligou. Tomou um banho rápido ao som da voz desafinada de Mi So, que vinha do quarto.

Quando saiu, ele estava apenas com a toalha enrolada na cintura, e viu a menina dançando em frente ao grande espelho que tinha ali no quarto. Ficou ali apenas observando, sem que ela percebesse. Mi So era tão desengonçada que Sehun tinha medo de ela quebrar algum osso sem nem mesmo precisar de cair, mas ele estava adorando a cena.

- Devia tentar entrar em alguma empresa. - Ele diz.

A menina se assustou ao ouvir a voz grossa do Oh tão de repente. Seu coração acelerou, e olhar pra ele só com a toalha enrolada no corpo não ajudava muito.

"Que tipo de pensamento é esse Shin Mi So."

- Vou te esperar lá em baixo.

A menina desceu as escadas o mais rápido que conseguia, quase caindo no processo.

Minutos depois, Sehun apareceu na cozinha de bermuda, mas ainda sem camisa. Mi So deveria estar acostumada com aquela cena, mas algo parecia errado. Ela ignorou.

- O que vamos fazer? - ela pergunta, apoiando a cabeça em uma das mãos.

- Não sei. - Sehun disse. - Estava pensando em ir ao cinema. Já avisou a Sun Hee que você não vai mais?

- Sim. Ela disse que tudo bem, mas eu vou ficar sem uma rodada no karaokê.

Sehun riu.

- O que é uma rodada de karaokê perto do prazer de estar na minha companhia. - Ele piscou.

Mi So revirou os olhos.

A manhã dos dois estava ótima. Ela não podia negar que estava se sentindo muito mais tranquila com ele e os meninos fora de campo, mesmo que o motivo fosse doloroso. Jongin estava se recuperando, a Sra. Park era uma ótima enfermeira, mesmo aposentada.

Sehun também estava feliz. As coisas pareciam normais para ele, ainda que temporariamente. A vida de estar sempre em perigo era excitante antes de conhecer Mi So, ele não tinha por quem voltar. Mas depois que ela entrara em sua vida, tudo o que ele fazia era com cautela. Por ela.

- Ei, se vamos no meu carro, eu dirijo. - Mi So disse, cruzando os braços e batendo os pés no chão.

Eles estavam discutindo para saber quem iria dirigindo até o shopping, mas ela achava injusto ele dirigir o carro dela.

- Ah, vamos lá Mi, você sabe que essa sua Lamborghini Aventador maravilhosa combina mais comigo do que com você. - Ele disse a abraçando o carro. - Por que não dá ela pra mim? Você tem mais dois carros na garagem mesmo.

- Foi um presente da minha mãe Sehun, você sabe que se eu te der ela vai me matar. E ela te deu um carro também.

Era verdade. Shin Hye-sun havia dado ao jovem, uma BMW M4 novinha. Porque? Simplesmente porque ela achava o garoto fofo.

- Sua mãe me ama. - Ele diz convencido.

Mi So suspirou.

- Vamos logo antes que eu mude de ideia.

Por fim, ela deixou o garoto dirigir seu carro. Ele parecia estar fugindo da polícia de tão rápido que ele dirigia, mas Mi So não reclamou, apenas deixou que ele matasse um pouco a saudade da adrenalina de ser um agente.

- Qual filme nós vamos ver? - ela quis saber.

- Não sei. - O Oh deu de ombros. - Não olhei os que estão em cartaz, mas já planejei nossa tarde e nossa noite.

A Shin teve medo dessa fala.

- O que vamos fazer essa noite? - perguntou calma.

Ele sorriu largo.

- Vamos fechar nosso dia com chave de ouro, na melhor boate de Seul. Vai ser legen... wait for it... dary! Legendary!

Ela gargalhou da animação e da referência usada pelo Oh.

- Você está assistindo muito how I met your mother. - ela diz. - Não quero estragar sua festa, mas eu trabalho amanhã.

- Não estou tento muito o que fazer nessas últimas semanas. Assistir séries foi o que me restou. E não se preocupe, vou cuidar para que você não perca o trabalho amanhã.

Ela suspirou, mas não discutiu. Sabia que ele estava animado demais e não mudaria de ideia. Mas ainda sentia um frio na barriga, e não conseguia se livrar da sensação de que aquela noite seria inesquecível. Ela só não sabia se isso era bom.