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Os últimos acontecimentos não passavam de um borrão para Mi So. Mas os ferimentos em seu corpo não diziam o mesmo. A claridade branca do quarto pequeno da enfermeira do SNI machucava seus olhos, mas o toque quente e apertado em sua mão transmitia segurança e tranquilidade.

Sehun dormia ao seu lado, apertando forte a mão de Mi So, como se aquilo lhe desse segurança. Mas bastou um movimento de Mi So para que ele acordasse. Os olhos dele se focaram nos dela, e um suspiro de alívio saiu por entre seus lábios.

- Oi. – a voz dele estava rouca, como se ele tivesse gritado. – Como está se sentindo?

Mi So se limitou a balançar a cabeça positivamente. Sehun sorriu fechado.

- Isso é bom. - ele sabia que ela estava mentindo, e talvez por isso uma expressão ofendida surgiu em seu rosto.

Ele a ajudou a se sentar na cama, e viu quando os olhos dela pararam sobre alguém atrás deles. Sehun bateu na própria testa. É claro que ela ficaria horrorizada quando visse Minseok no mesmo quarto que ela, já que achava que ele estava morto.

- Muitas coisas aconteceram depois que você desmaiou. – ele disse, cauteloso. – Ele, é uma delas. – terminou, apontando diretamente para o corpo estirado e cheio de hematomas de Xiumin.

Mi So ignorou o que Sehun dizia, e caminhou até o Kim. Ele estava vivo. Desacordado, mas claramente seus batimentos cardíacos estavam ali. E sua respiração. Mi So podia chorar de alivio, se não estivesse inerte em tamanha confusão.

- Senta. – Sehun pediu, guiando-a até a cadeira próxima da maca de Xiumin.

- O que aconteceu? – ela perguntou, pela primeira vez dizendo alguma coisa desde que acordara.

Sehun tomou as mãos dela entre as suas, acariciando o dorso.

- Muitas coisas, mesmo. – enfatizou ele. – Mas vou tentar resumir.

Ela balançou a cabeça, como se pedisse por favor. Sehun suspirou.

- Quando estávamos nos preparando para a missão, Dong-sun pediu para que coletássemos o máximo de provas que conseguíssemos. E Minseok disse que podia fazer isso enquanto nós cuidávamos de todo o resto. – Sehun explicou, sem desviar os olhos dos de Mi So. – Ele desenvolve algo, e usou isso para decapitar todo o sistema de Snow, que convenhamos, não é tão esperta quanto aparentava ser.

Mi So riu com escárnio.

- Ele estava encurralado, mas já tinha entregado o dispositivo para um dos homens de Jongin. A succinilcolina não estava nos planos, eu juro. Mas ele arriscou mesmo assim. – Mi So podia jurar ter visto uma sombra de gratidão e admiração nos olhos de Sehun. – Jongin moveu os céus e os infernos quando descobriu.

Mi So ficou um tempo em silencio, absorvendo cada palavra de Sehun. Succinilcolina, a droga que deixa as batidas do coração tão fracas que se tornam imperceptíveis. E que pode levar uma pessoa a morte em exatos noventa minutos.

De repente a boa intenção de Minseok não significava nada para Mi So. Ela se levantou tão rápido que nem mesmo Sehun conseguiu acompanhar, e quando ele se deu conta, Mi So estava em cima de Minseok, chamando-o.

- Acorda agora seu idiota. – ela disse, em meio as lágrimas. – Quem você pensa que é?

Mi So continuou chamando Minseok e o chamando de idiota inúmeras vezes até que Sehun conseguisse tirá-la de cima do Kim.

Este, por sua vez, demorou a atender aos chamados nada delicados da menina. Minseok abriu os olhos assustado, vendo Mi So em cima dele e Sehun ao lado tentando controlar a situação.

Angel. 》Oh Sehun 《Onde histórias criam vida. Descubra agora