O dia claro e fresco, perfeito para um piquenique ou algo do tipo, estava arruinando o humor de Sehun. Principalmente com três homens Kim caminhando ao seu lado, calados como a morte. Sehun grunhiu com a ironia do pensamento.
Ainda no caminho de pedras, os quatro podiam ver a lápide pálida de mármore que os esperavam no final. Jongdae dissera, da primeira vez que estiveram ali, que seria melhor na próxima. Que os sentimentos ruins e a dor passariam. Mas mesmo depois de meses desde que tudo acontecera, ele ainda se sentia o mesmo bichinho medroso e triste.
Minseok foi o primeiro a se ajoelhar diante da pedra, e depositar um flor branca que Sehun não conhecia. Depois Jongin e Jongdae se abaixaram juntos, murmurando algo que Sehun não entendeu. E o coração dele acelerou quando percebeu que chagara sua vez. Sua primeira vez.
Os outros três iam ali com freqüência, desabafavam quando algo os estressava ou apenas quando queriam. Era como se nada nunca tivesse mudado. Mas Sehun sabia que tudo havia mudado. E que ele não conseguira acompanhar as coisas, e por isso tinha fugido de tudo o que lutara para conquistar. Seu coração, sua alma. Como um covarde.
Como se percebessem o desconforto do amigo, os outros três deram tapinhas em suas costas e o deixaram sozinho. Sehun não sabia se devia se sentir agradecido ou envergonhado. Não conseguia pensar em nada para dizer. Sequer conseguia provar que estava respirando.
Seus joelhos começaram a doer devido ao tempo que passara ajoelhado, lendo e relendo as pequenas palavras entalhadas ali. Sehun permitiu que o peso do luto e da saudade lhe invadisse. Permitiu que as memórias tomassem conta de sua mente até que a primeira lagrima rolasse, e então desabasse de vez na grama fria.
Quando finalmente descobriu que tinha algo a dizer.
- Me desculpe. - sussurrou para o silêncio. - E obrigada.
E como um gesto de despedida, Sehun passou os dedos por sobre as letras, e sussurrou o nome de Dong-sun.
***
- Sabe que não precisa fazer isso, certo? – Jongdae falou para Sehun, pela milionésima vez.
Sehun suspirou, mas não respondeu e apenas balançou a cabeça em um aceno fraco. Suas mãos estavam escondidas nos bolsos, para evitar que os outros vissem o quanto ele tremia enquanto caminhava para a perdição.
O tribunal.
- Ela vai se sair bem. – Jongin bateu em seu ombro. – Sabe que ela é ótima nisso.
Mi So. Nos últimos três meses ele tentou não pensar na mulher que tinha seu coração nas mãos. E falhou em cada minuto. O cheiro dela ainda estava impregnado na memória dele, o som da risada de Mi So ainda era o som mais lindo que ele já ouvira em toda sua vida. E saber que ela estava viva e bem, mesmo que provavelmente odiando cada célula dele, era a única coisa que o mantinha são.
- Ela vai sim. – disse ele, esperando que não estivesse mentindo.
O grupo estavam indo para a última audiência do ex promotor chefe, Lee Sung-min, e ao que tudo indicava, Mi So estava com a vantagem. Cada passo de Sehun fazia seu coração dar um estrondo dentro do peito, e quando ele finalmente se viu diante dela, não tinha certeza se lembrava-se como se respirava.
Mi So não o viu. Estava imersa demais em seu próprio mundo. Sehun esboçou um sorriso se dando conta de todas as vezes em que a vira fazer isso, morder o lábio inferior e se prender em algo dentro de sua mente.
- Ela está diferente. – Minseok observou.
E de fato estava. O cabelo, antes no ombro, agora estava quase chegando a metade das costas, e estavam mais escuros do que o normal. O rosto de Mi So estava mais fino, e Sehun se perguntou com que frequência ela se esquecia de comer.
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Angel. 》Oh Sehun 《
Romance"Eu vi um anjo Quando vi você pela primeira vez Você brilhou como um anjo do céu Fiquei curioso Você se parece com quem pra ser tão linda? Eu serei sua estrela do amanhecer e você será meu anjo Você é meu anjo Eu serei sua estrela do amanhecer E voc...