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O som da máquina que monitorava os batimentos cardíacos de Sehun estava deixando Mi So louca, enquanto repetia, sozinha, as imagens do que tinha acontecido algumas horas antes. Ela tinha agido como uma amadora, uma inexperiente na frente do protagonista de um dos momentos mais humilhantes de sua vida. E isso quase lhe custara caro.

Mas ele tinha pulado na frente de uma arma. Apenas para salvá-la, e tudo o que ela podia fazer era observar enquanto ele se recuperava. O médico tinha dito que o fato de Sehun estar desacordado não tinha relação com o tiro, que havia apenas raspado eu seu ombro esquerdo, e tentou explicar a ela que o corpo do rapaz tinha cedido depois de passar por tanta sobrecarga. Que em parte era culpa dela.

- Como ele está? - Jongdae se aproximou silenciosamente, e disse calmo para não assustá-la.

Mi So tentou lançar um sorriso para o amigo, mas saiu como uma careta.

- O médico disse que ele está bem. - falou ela, com sombra de alívio e tristeza no olhar. - Vai acordar em breve.

Jogndae assentiu, se sentando ao lado dela no sofá de couro preto. Na visão dele, Mi So parecia ser a pessoa que precisava de atendimento médico.

- Você está bem? - perguntou ele.

Mi So girou o pescoço, a fim de olhar para Jongdae.

- Estou. - se limitou a dizer. - Porque?

Jongdae não sabia como dizer a ela que ouvira tudo o que Dong-sun tinha dito à ela, quando voltaram para a sede. O Kim nunca tinha visto Dong-sun daquele jeito, segurando tão forte na mesa que os nós de seus dedos ficaram brancos, tudo para não destruir o escritório enquanto ouvia o relato de Mi So, sobre o que tinha acontecido. Ele sabia que o Park tinha um certo favoritismo por Sehun, mas jamais pensou que ficaria tão irado com um acontecimento que já tinha acontecido tantas outras vezes. E pior.

- Vai conversar com ele logo ou esperar ele se recuperar? - Jongdae afastou a ideia de contar a ela que havia xeretado.

Mas não foi dela que veio a resposta.

- Conversar sobre o que? - a voz fraca e rouca de Sehun interrompeu a conversar dos outros dois.

Jongdae se levantou e foi até o amigo, checando cada parte de seu corpo, e suspirando aliviado quando percebeu que Sehun estava realmente bem.

- Eu vou avisar aos outros que você está acordado. - a fala de Jongdae era a última sentença para Mi So. Ela teria que fazer o que Dong-sun dissera.

Sehun se sentou enquanto via o amigo deixar o quarto, que ele sabia ser da ala médica do SNI, até que Jongdae fechasse a porta, e se recostasse lá, ficando de sentinela. Se sentia injustiçado por não ter sido convocado por Dong-sun para opinar a respeito de Sehun e Mi So, ele tinha que fazê-lo como líder da equipe.

Sehun se voltou para Mi So, que ainda o encarava sem dizer uma palavra, apenas com aquele olhar incerto para Sehun.

- Você chorou. - observou ele, vendo que os olhos dela estavam avermelhados e o rosto começando a desinchar. - Eu estou bem.

Silêncio.

- O que aconteceu com Cho In Pyo? - Sehun perguntou torcendo para que o clima pesado entre os dois se disfizesse. Não deu certo. - Mi So, fala alguma coisa. - Sehun estava quase implorando.

- Eu te odeio. - as palavras saíram cortando a garganta de Mi So, diretamente para o peito de Sehun.

Sehun não sabia como reagir àquilo. O som baixo e grave da voz de Mi So fez seu corpo tremer, e as palavras dela despedaçaram seu coração, ainda que ele soubesse que cada uma delas era mentira.

Angel. 》Oh Sehun 《Onde histórias criam vida. Descubra agora