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E de novo, as mãos de Snow apertavam os braços de Mi So, causando hematomas e dor. E de novo, ambas estavam naquele terraço, mas desta vez, ao invés de um céu alaranjado de fim de tarde, uma tempestade se formava. O céu cinza-escuro desabou em pesadas gotas de chuva, ventos frios balançava os cabelos das duas, o preto de Snow balançava contra seu rosto, cobrindo-o a maior parte do tempo, os quase dourados de Mi So, ricocheteavam suas costas quase nuas.

Mi So sentia como se ambas fossem as únicas pessoas no mundo. E enquanto Snow andava até ela, ela recuava, cada vez ais perto do parapeito. A inexpressão de Snow assustava mais Mi So do que a arma apontada para seu peito. A chuva se acumulava em seus pés, molhando a barra de sua calça social, a calça que ela usava para trabalhar, e então a série de disparos.

Um. Dois. Três. Quatro.

Mi So tinha quatro tiros no peito, mas Snow não tinha apertado o gatilho. Mi So olhou para trás de Snow, e sua última visão antes de cair, foi do rosto de Sehun.

Com um sobressalto e um grito, Mi So se levantou da cama, tão rápido que sua visão ficou preta e ela precisou se segurar na parede para não cair. Um pesadelo. Tinha sido só mais um dos inúmeros pesadelos que vinha tendo desde que tudo acontecera.

Suor escorria por sua testa, seu coração estava tão acelerado que parecia que ia rasgar a pele a qualquer segundo. Mi So precisou correr para o banheiro para não vomitar no seu quarto, mas não tinha nada para vomitar. Ela não comera nada durante o dia inteiro, e mal bebera água também.

Mi So levou a mão ao pescoço, dedilhando as marcas roxas da corrente que Snow tinha prendido em seu pescoço quando ela fora interrogá-la. A menina ainda sentia falta de ar só de lembrar.

"- A princesinha veio ver a bruxa má.

- Vamos deixar uma coisa clara aqui. – Mi So ignorou a provocação de Snow.- Você só fala quando eu disser que pode.

Os lábios de Snow se contraíram, em uma linha fina.

- Ótimo. – Mi So se ajeitou na cadeira. – Vamos começar pela filha do congressista.

O primeiro caso com oleandro depois de Cho In Pyo.

- Ah. – Snow descansou a coluna na cadeira, como se estivesse maravilhada com algo. – Era uma menina linda, não é? E boa de cama também, céus, sinto falta de passar minhas noites com ela.

- Não quero saber sobre suas preferências sexuais. – Mi So a cortou. – Porque a matou?

- Cho In Pyo me trouxe ela para vender junto das outras. – ela continuou. – Mas foi tão difícil imaginar outras mãos naquele corpo que não fossem as minhas. Então fiquei com ela, até o dia em que aquela coisa pequena e cruel tentou me matar.

Snow estampou um semblante abatido.

- Eu não queria tê-la matado. – por mais estranho que parecesse, Mi So sabia que ela estava sendo sincera. – Dei a ela uma chance de repensar.

- Trancado-a em um banheiro podre? – Mi So perguntou cética.

- Ela ia ficar bem, eu não ia matá-la. – Snow se agitou, parecendo perturbada. – Eu a amava, como poderia matá-la? Mas ela tentou... ela tentou me matar, eu não tive outra escolha.

Aquilo era muito mais do que perturbador. Mi So se levantou para sair dali, mas Snow avançou tão rápido quanto uma águia. Ela contornou o pescoço de Mi So com a algema, tentando enforcá-la, mas seu plano falhou quando Sehun e Jongdae entraram.

Angel. 》Oh Sehun 《Onde histórias criam vida. Descubra agora