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Kiara Soares


Deitados no sofá, após longos e intermináveis minutos de prazer recíproco e admiração, o Rui contava-me algumas histórias de infância e dos amigos/colegas de equipa.

Uma das coisas que percebi, é a importância que as pessoas têm na sua vida. Ninguém vem por coincidência.

Há um motivo para todas as nossas decisões, sejam elas certas ou erradas.

Faz parte da vida.

- Gostava de ficar aqui mais tempo... Mas já é tarde e eles já devem estar a voltar. - Expliquei, muito a custo.

- Eu sei. - Beijou a minha testa. - Não te quero prejudicar ainda mais.

- Fazes o contrário Rui.

- Já me vais explicar o porquê? - Encolhi os ombros, vendo o moreno a vestir-se. - Por mais que penses que só te estou a usar, eu preocupo-me contigo. Quero que confies em mim.

- Eu sei, mas é algo que leva o seu tempo. Sou muito reservada, sempre fui. Mas prometo que te vou contar.

- Seja lá o que for, tornou-se na pessoa que és, pelo menos parte disso.

- Grande parte mesmo.

Já vestido, encarou as minhas cuecas rendadas pretas, com um sorriso tarado. Tornando tudo mais provocante, levantei-me e aproximei-me a passos lentos dele.

Levei as mãos ao peito dele, embora o tecido da camisola me impedisse de sentir a pele quente, levando os lábios aos dele. 

Mostrei-lhe um sorriso, apoiada nas pontas dos pés para estar à altura dele.

- Baby não me provoques ou acabamos no sítio onde começamos. - Murmurou, agarrando-me pela cintura.

Entretanto, ouvi um carro a estacionar.

- Foda-se Patrício, perco a noção quanto estou contigo!! Anda! Estou tão tramada!

Em pânico, agarrei nas minhas roupas e deixei que o moreno saísse pela porta da cozinha. Era a terceira guerra mundial se alguém nos visse e sem metade da roupa.

Pelo menos eu.

Corri para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim. Respirei fundo, até ouvir o som do meu telemóvel.

- E então, estás segura?

Ouvi a sua gargalhada do outro lado, o que me fez sorrir. E suspirar.

- Parecemos dois miúdos. Onde é que ando com a cabeça? Isto é tão errado, mas tão certo para mim Kiara. Não me vou fartar de dizer o quanto me atraíste.

- És tão sincero! - Gargalhei, um tanto nervosa com as suas palavras. - Mas concordo. Foi bom estar contigo outra vez.

- Então imagina o quão bons vão ser os dias na Tailândia. Longe de tudo.

Um sorriso cresceu nos meus lábios.

Ainda falamos um pouco ao telemóvel, até que precisei de desligar. A minha prima decidiu vir insistir para não viajar. Ainda afirmou que não passava quase tempo nenhum em casa. Que ia e nem avisava onde.

Daí os meus tios estarem um pouco chateados comigo, pois, no mínimo, podia dar-lhes uma, nem que fosse a mais pequena, explicação. No entanto, isso não fazia parte de mim.

O que lhe expliquei.

Gostava de fazer as coisas no momento, nada de planos ou de justificações. Independência a cima de tudo, desde há uns anos.

Precisavam de perceber e mesmo que não fosse justo, não ia durar muito mais tempo.

....

Não tenho mais nada escrito! Mas vou tentar não demorar muito a publicar

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