Era por volta de umas 20h da noite. Estava caminhando e cheguei até um parquinho, e me sentei em um banco. Peguei meu celular e fiquei olhando umas fotos que tinha, mais de 4 mil fotos e 245 vídeos. Eu nunca fui de apagar nenhuma foto, nenhuma que não seria especial. Mas para o Mikey de antes, tudo era especial, tudo era importante para ele.
Tinha fotos de mim e dos meus irmãos de quando eramos crianças, com uns 7 anos de idade. Éramos todos felizes, muito felizes, eu principalmente. A gente era bem unido, mas depois que ficamos mais velhos, a gente deu uma separada. Contavamos tudo um para o outro.Paro de olhar meu celular, pois tem duas pessoas vindo. Aí . . .
Depois do meu "ocorrido" comecei a ter muito medo das pessoas, tanto garotas quanto garotos. Sempre tentava manter um metro de distância.Tentei me levantar e quem sabe sair correndo, mas já era tarde. Eram dois garotos que eu não conhecia. Se sentaram do meu lado, um de cada lado.
- Eaí? Qual é o teu nome ?-Um dele me pergunta e apenas fico quieto e o olho assustado. - Tu vai ficar olhando para mim com uma cara de idiota?-Ainda o encaro. Eles chegaram mais perto de mim me espremendo entre eles. Eles estavam rindo. Não entendo o motivo da risada.
- Ei! Deixe ele em paz.-Uma voz surgiu da claridade da rua. Mesmo não vendo seu rosto reconhecia a voz. Os dois garotos saíram de perto. E a pessoa chegou mais perto, até que consegui ver seu rosto, ele sentou-se ao meu lado.
- Tudo bem?-Ele pergunta.
- O que você quer, Raph?-Pergunto sentindo vontade de chorar.
- Eu sei que o que eu fiz não tem perdão. Mas . . . Sinto muito.-Ele abaixa a cabeça. - Eu não queria que você sofresse bulling por causa disso.-O olho nos olhos. - Essa não era minha intenção.-Abaixo minha cabeça olhando para o chão. - Não vai falar nada?
- O que você quer que eu diga?-Volto meu olhar para ele. Ficamos em silêncio um bom tempo.
- Podemos falar sobre aquele dia . . . ?-O olho confuso. - Aquele dia que você tentou . . . E aquele sangue que escorria do seu pulso.
- Não quero falar sobre isso.-Um lágrima cai. - Vamos para casa.-Falo me levantando sem tirar os olhos do Raph. Ele concorda e fomos caminhando até em casa sem falar nada.
[ . . . ]
Esta manhã como de costume, estava trancado no meu quarto. Tinha pegado um fone e estava escultando música e andando pelo meu quarto, me arrumando para a aula.
Estava até me divertindo, andava para lá, e para cá. Abri minha gaveta e peguei uma calça de moletom e deixei a gaveta aberta. Coloco minha calça e vou indo até meu guarda-roupa pegar uma blusa mais grossa. Mas o fio do fone se enrosca na gaveta e sai da minha orelha, caindo no chão.
Olho pro fone dez segundos e cruzo meus dedos. Porfavor que não pega só de um lado. Porfavor.
Coloco o fone novamente no meu ouvido e só pegava do lado esquerdo. Merda! E lá se foi meus 110 fones.
Música era a única coisa que me deixava bem, com um lado pegando, é sacanagem, néh?
Jogo meu fone para longe e saio do quarto. E vou até a sala. Splinter veio falar comigo, dei uma afastadinha.- Mikey...-Ele faz cara de nojo. - Que cheiro é esse?
- N-Não é nada.-Falo.
- Parece que você não toma banho a anos.
- O que você queria falar comigo ?
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Fique e Mostre Que Se Importa. [CONCLUÍDO]
Teen Fiction+18 " - Engraçado como as coisas funcionam, como as pessoas não ligam para os sentimentos das outras e preferem pisar nelas para se sentirem melhor. Mas vocês sabem como isso termina, não é mesmo? Ou não? " Para Michelangelo Hamato, tudo era perfei...