2 - Capítulo 38//Você mentiu para mim

71 10 22
                                    

- Que segredo?-perguntei.

Eu estava nervoso, para ser sincero, estava com medo da resposta, nada que vinha de Alex era bom.

- Você não contou, Calleb?-Alex o apertou mais forte.

Mesmo Calleb olhando para baixo, vi que ele tinha revirado os olhos. A tropa dele - Matt e Petter. - começaram a rir. 

- Alex, deixa ele em paz!-ordenou Calleb.

- Mas por quê? Se o nosso segredo, envolve ele. Michelangelo, permita-me lhe explicar.-minhas pernas ficaram bambas. - O fato é que você só foi humilhado e torturado, por causa dele.-Alex apontou para Calleb, que estava me olhando, com os olhos pegando fogo de ódio. Só não sei se era de mim ou de Alex.

Eu não entendi o que Alex disse. Isso não fazia nenhum sentido.

- Não é mesmo, Calleb!?

Seus olhos começaram a lacrimejar.

- Sim.-ele respondeu seco.

Alex se levantou, largando os braços de Calleb. Com um sorriso de satisfeito no rosto.

- Foi ele que pediu para fazermos o que fizemos com você. Ele estava observando e comandando TUDO.-dizia Alex com desprezo. Depois ele se virou, saindo de perto da gente.

Eu ainda não entendia, ou não queria acreditar.

Olhei para Calleb, que me fitava.

- O que ele quis dizer com aquilo?-me aproximei dele.

- Mikey eu...sinto muito.-ele se levantou e tentou se afastar de mim, mas o segui.

- Eii, me explica.

Meus olhos se encheram de lágrimas, mas não permitir que caísse.

- EIII!-segurei seus braços fortemente.

Ele se virou para mim.

- Eu odiava você.-ele mordia o lábio inferior para conter as lágrimas, que já estavam caindo. - eu odiava muito você. Sempre quando ouvia seu nome, meu sangue fervia. Eu sentia ciúmes.

- Ciúmes? Mas...nem nos conhecíamos antes...-ele impediu que eu continuasse.

- Mas eu conhecia.-ele engoliu em seco. - Eu o conhecia muito bem. Mas... Não pensei que as duas vezes foi por minha culpa, porfavor.

- Duas...?

Como ele sabia que fui violentado duas vezes?

- À alguns meses atrás, eu era apaixonado pelo Alex, e quando ele abusou de você-parecia que Calleb estava segurando o fôlego.- , ele não parava de falar, era Mikey isso, Mikey aquilo. Eu estava com ciúmes.-meu coração se apertou. - Eu fiquei com raiva, então pedi para que Matt convencesse Alex e Petter, a torturar você. Foi eu, EU! Que pedi para que eles usassem "coisas" em você.-ele não parava de chorar.

As lágrimas que estava segurando, acabaram de cair. Mesmo se ele sentisse ciúmes, ele não tem o direito de pedir para alguém fazer coisas horríveis comigo e nem com ninguém. Me sentia traído, com o coração partido. Não estava tendo controle de minhas lágrimas, mas em momento algum abaixei minha cabeça.

- Agora, eu nem sei quem é o monstro, se é ele, ou se é você.-me virei de costas para ele. Minha vontade era de sair correndo, chutando, xingando, gritando o mais alto.

Sinto ele segurar meu braço, me fazendo parar de correr. Aperto meus olhos e me viro, abro meus olhos sentindo eles doerem, arderem. Minha garganta se fechar, estava seca e dolorida, minha cabeça martelava com a confusão. E minhas mãos, tremiam como nunca.

- Eu ainda não terminei.-ele fechou os olhos e abaixou a cabeça. Ele ainda estava com a mão em meu braço.

- Tem mais?-minha voz sai com desprezo. - Eu pensei que fossemos amigos, eu confiei em você.

Ele voltou a me olhar.

- E eu me apaixonei por você.-seus olhos estavam vermelhos.

Umas pessoas da festa gritaram do nada, me assustando.

- Calleb, me deixa em paz.-me viro novamente. Mas ele ainda estava segurando meu braço.

- Depois que-ele continuou, falando suavemente. - você saiu do hospital, eu estava na cabeça que eu tinha que conhecer você. Eu ainda sentia ódio, desdo primeiro dia em que nos barramos.

" Eles entraram e logo me virei para correr, mas esbarrei com alguém.

- Me desculpe, não foi minha intenção.-Um garoto de cabelos pretos e pele clara falou olhando em meus olhos. "

- Para mim conhecê-lo, me aproximei do seu irmão. E eu consegui ser seu amigo...-o cortei.

- Para!

- E meus sentimentos com o Alex, mudaram.-o olhei nos olhos. - Eu estava sentindo uma coisa tão forte, que não chegava aos pés do que sentia pelo Alex.

- Porfavor Calleb, Para!-pedi.

- Eu me apaixonei por você.

Mesmo ele dizendo aquilo, saber que o sufoco que eu passei, que ele esteve envolvido, não me deixava pensar positivo. Eu queria que ele desaparecesse da minha frente. Eu queria dar um murro na cara dele. Eu queria chorar e chorar. Aquele sentimento de traição, era horrível, e só me matava por dentro. Eu queria que ele risse e dissesse que era mentira. Mas aí lembro que ele já riu o suficiente, quando a tropa enfiou coisinhas em mim.

- Me deixa em paz.

Ele soltou meu braço, comecei a me afastar dele, sem olhar para trás, por mais que quisesse ver sua expressão.
Eu quero ir para casa, me trancar no quarto. Eu estava destroçado. A rosa mais bela do jardim, na verdade era a mentirosa traiçoeira, a rosa preta e muxa, sem cor, sem luz.

[ . . . ]

Chegando em casa, vou direto para meu quarto. Tranco a porta, e me desmorono a chorar. Parecia que tive um djavu. Começo a meter socos na minha cabeça, na intenção de me apagar.

Eu estava andando em cima do rio, era bem provável que uma hora, eu pararia de andar, e caísse na água.

Aquela sensação de estar sozinho, morto por dentro, voltou. Eu quero morrer, da forma dolorosa, para mim aprender a não ser um idiota. Mas também tenho medo. Não! Eu nunca pertenci a neste lugar! Eu não deveria estar aqui, eu deveria ter morrido, não posso, se talvez amo a mim mesmo, não posso continuar em um lugar onde não me querem, não posso fazer isso comigo, eu preciso me salvar deste lugar. MAS EU NÃO POSSO! INFERNO! EU NÃO POSSO! Não posso fazer isso com meus irmãos.

Respiro fundo.

- Calma...-murmuro. - Você aguenta, okay. Só aguenta, não se rebaixe para as pessoas que só querem o seu mal. Okay?-assenti para mim mesmo.

Vou até meu guarda-roupa, pego um remédio para ansiedade, para mim conseguir dormir melhor. Preciso acordar em forma, para mais um dia.
Fui até minha cama, e me deitei. Fiquei encarando meu quarto até me entregar no sono, antes de adormecer, senti mais uma lágrima rolar meu rosto.

Fique e Mostre Que Se Importa. [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora