Sem Escolha

08

Bia

Acordei bem cedo, fui tomar um banho pra espantar o sono, me arrumei e desci pra fazer um café enquanto o demo não chega. Não deu nem pra ferver a água e ouço buzinas no portão, olho pela janela e ele esta la fora na moto. Desligo o fogo que estava esquentando a água me ajeito no espelho e saio.

-Porra Ph, madrugou, bandido num dorme não?- falo logo pra cutucar, sou assim , fazer o que?..rsrs

-Nem dormi ainda, sou da noite mesmo, para de gracinha e vem logo antes que eu desista, logo de manhã enchendo minha mente porra!- ele diz já irritado.

-Mas vai me levar nesse negócio aí? Vou não, ainda mais sem capacete!

-Você quem sabe, vou vazar então.-ele liga a moto mas eu grito.

-Espera, preciso ver a casa, quero meu canto logo e amanhã já começo a trabalhar, não vou ter muito tempo, vou com você, fazer o que né?- subo na garupa, eu sei que em morro ninguém usa capacete mesmo.

Ele sai acelerando a moto, não demorou nada parou enfrente um portão pequeno, a casa por fora parecia ajeitadinha, vamos ver por dentro.

-Bora resolver logo essa porra! - saiu na frente me falando da casa, eu o seguia observando tudo.

A casa é simples, tem quatro comodos, bem pintados e com pisos laminados, e no fundo tem uma pequena área, gostei!

-Gostei PH, quero ficar com ela, mas qual o valor de aluguel? Não pode ser muito alto, ainda não sei quanto vai ser meu salário.-pergunto o encarando.

-Então pequena, quero que fique aqui se estabilizar certinho, depois a gente vê esse negócio de aluguel, pode ser?- ele estava sendo bem fofo, mas eu sou muito chata.

-Então não quero mais, você não quer falar de salário, não quer falar de aluguel, depois vai querer me cobrar de um jeito que sei bem como é! Não sou puta de traficante não porra!- falo e dou as costas a ele, sinto meu braço sendo puxado com uma força que quase o arranca.

-To sendo bem paciente com tu, mas tudo tem limite, se eu quiser uma puta eu consigo em qualquer lugar, você é muito criança pra mim pirralha abusada! Devia mesmo te dar uns tapas.

Levanto o meu queixo e digo sem pensar.

-Então dá esses tapas, não passa vontade não! Num faz tudo que tem vontade?- ele me puxa com tudo, grudando nossos corpos.

-Você ta certa, não gosto de ficar na vontade, deixa eu ver o que a bebezinha ja aprendeu?- deu nem tempo de falar nada, ele cola nossos lábios e agarra minha cintura.

Por um momento tento me soltar, mas aqueles braços me segurando, aquela boca macia que me beijava com brutalidade, meu Deus, me perdoe, mas num dá pra resistir, me rendo ao beijo também. Quando ele percebeu que baixei a guarda ele se afasta e da uma risada com o canto da boca.

-Viu? Posso fazer e ter tudo que quero, apesar de ser mesmo uma bebezinha tem uma boca gostosa pra caralho, mas com certeza deve ser virgem também!..kkk

-Filho da puta, você me forçou!- digo indignada.

-Chega de joguinhos pequena, quer ou não quer a casa? Tenho mais o que fazer! Pega ou larga?- agora ele fala sério.

-Pois bem, eu pego! -falo e dou as costas e vou pra rua.

Ele me leva de volta na Isa. Desço da moto.

-Vai escolher os moveis, os moleques vão deixar do jeito que tu pedir, e não se preocupe, vou cobrar tudo no seu sálario.- acelera e vai embora.