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PH

-Pode entrar aqui não porra, ta maluca?- ouço a voz do vapor na entrada da boca, logo ele entra sendo empurrado por uma mulher. Careca!

-Pô patrão, tentei impedir, mas a doida aí veio pra cima de mim!- ele diz e abre os braços.

-Ph, olha o que a doida da sua vadia fez comigo!- Loren fala e começa a chorar.

Só reconheci quando começou a gritar com aquela voz insuportável.  Não aguentei cara, caí na gargalhada.

-Foi mexer com quem caralho? Bem feito pra tu, deve ter ido mexer com quem não devia.- continuei rindo.

-FOI AQUELA VADIA , EU FUI NO SALÃO ME ARRUMAR PRA TU, NEM SABIA QUE ELA ESTAVA LA , PORRA.- ela grita.

-Baixa a voz caralho, ta pensando que ta falando com quem? E de quem tu ta falando, da Laura?- pergunto ainda rindo.

-Não, daquela que tu saiu atrás no baile daquela vez, a tal da Bia, princesinha da Rocinha!- ela diz com deboche.

A Bia, ela estava no salão? Porra ninguém me avisou que ela tinha voltado a trabalhar.

-Num to acreditando que ela fez isso com tu não, a mina é mó tranquila, o que tu fez pra ela?- pergunto e ela abaixa a cabeça e fala baixinho.

-Não fiz nada, ela que veio pra cima de mim e mandou as meninas do salão me segurar e fez isso.- diz e volta a chorar.

Ta muito estranho essa história, vou eu mesmo saber disso. Já aproveito e mato a saudade que to dela, só quero ver mesmo, pronto, tenho um motivo pra procurar ela. mando a vadia ir embora pra casa dela e pego minha moto e vou pro salão. Saio dali já sorrindo só por saber que vou encontra la. Chego e estaciono na porta do salão, entro, as meninas quando me veem já começam a se explicar.

-Calem a boca, vim falar com vocês não caralho, cade a Beatriz?- elas arregalam os olhos e apontam pro escritório. Vou pra lá. Paro na pota e vejo ela concentrada no computador.

-Fala aí Beatriz!- digo e ela se assusta. Levanta da cadeira e começa.

-Calma PH eu posso explicar, é que ela veio e..-interrompo.

-Relaxa mina, vou te bater não, pode ficar tranquila, só diz aí o que houve.- falo e sento de frente pra ela, ela se senta e me olha com medo.

-Eu não queria fazer aquilo, mas quando ela me viu no meio do salão veio pra cima de mim e começou a me xingar, mandou eu sair do morro, me ameaçou e pegou a tesoura e veio pra enfiar em mim, as meninas seguraram ela e fiquei com tanta raiva que cortei o cabelo dela, desculpa.- ela fala com arrependimento.

-Entendi, então ela provocou, não precisa ficar cabrera, num vou fazer nada com você não.- falo e levanto pra pegar um café, ela me acompanha com os olhos. Sento de novo.

-Diz aí, tu ta bem?- eu digo encarando aqueles olhos, minha vontade é de agarrar ela nos braços.

-To bem sim, já estou nova de novo. Isso se você não me quebrar pelo que fiz.- ela me encara.

-Jamais vou fazer aquilo com você de novo, eu perdi a cabeça, mas to tentando me redimir.- ela se levanta e abre a porta que eu tinha fechado.

-Bom, já falou o que queria e se não vai me bater preciso voltar a trabalhar.- diz de pé na porta.

Me levanto e sinto o sangue ferver, pego na porta e a fecho de novo. Vou ao encontro dela que se encolhe na parede. Mas ela me encara, olho no olho, nossas bocas a um centímetro de distancia, sinto sua respiração. Coloco meus braços na parede a impedindo de sair dali.

Sem EscolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora