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Bia

Acordo sentindo meu corpo muito estranho, meus olhos pesam,vejo pelas frestas da janela que esta de dia, uma semana trancada aqui. O doido do Samuca fica horas sentado na poltrona que tem aqui no quarto só olhando pra mim, tem momentos que morro de medo que ele tente transar comigo, mesmo depois que ele disse que eu que vou pedir isso eu não confio, depois do que fez comigo, não confio mesmo. Parece um doente.

Estou me sentindo fraca, sei que é por não estar comendo, as vezes como uma fruta, mas tenho medo de comer o que ele faz, vai que coloca algo na minha comida, eu hein!

Tenho certeza que esta me dopando de algum jeito, hoje não vou aceitar nem a água que ele tras todo dia, nem suco, assim vou saber se esta colocando algo ali. Tenho que fingir bem pra que ele não descubra o que quero fazer.

Levanto tomo um banho, escovo os dentes, aproveito pra tomar água dali da torneira do banheiro mesmo, ali sei que não tem como ele colocar nada.

O dia esta passando, ele já entrou várias vezes, tenta puxar assunto, mas não dou conversa não, deixo falando sozinho, e finjo que durmo.

Escureceu, meus olhos já não pesam tanto, eu tinha certeza que era isso, estava me drogando, não sei onde,na água talvez. Mas vou continuar fingindo até estar forte.

Aceito comer as frutas que ele me tras, meio com medo, mas como ele acha que estou tomando a água e o suco, acredito que nas frutas não tem nada. Até um pão puro eu comi. ele olhou e deu uma risadinha.

-To gostando de ver, a fome esta voltando, logo vai perceber que só quero te fazer feliz morena.- ele diz e sai do quarto.

Escovo meus dentes e deito. Percebo ele no quarto de novo, finjo que durmo. As horas passam, acho que ja é de madrugada. Dou outra olhada e ele esta sentado lendo algum livro. Porra ele não dorme não?

As horas passam mais devagar do que eu gostaria. Estou anciosa, o sono se foi de vez, abro os olhos disfarçadamente e vejo que ele dormiu sentado na poltrona. É a gora ou nunca. Me levanto devagar, muito lentamente vou até a porta. Ele não trancou...bingo...saio por ela e vou descendo as escadas. Chego na cozinha e ouço um berro.

-Beatriz, esta tudo trancado meu amor. Eu não sou idiota.- percebo que ele desce as escadas devagar.

Olho na pia e tinha uma faca pego e escondo na minha cintura. Ele aparece na cozinha e esta armado. Na hora eu começo a tremer.

-Para com isso amor, já falei que não vai sair daqui, vem, vou te levar de volta.- ele pega na minha cintura pra me empurrar.

Perdi, vou voltar pra aquele quarto de novo, abaixo minha cabeça, ao mesmo tempo percebo ele colocar o revolver na mesa, num impulso e sem pensar em nada eu pego a faca e me viro pra ele, não penso duas vezes e enfio ela no peito dele, ele grita e me empurra, eu caio no chão, mas volto e subo encima dele, afundo a faca no seu peito o maximo que posso.

-Eu... só..queria..te amar...- ele diz e fica todo mole.

Saio de cima dele desesperada, porra matei alguém, que merda mano. Procuro em seus bolsos e acho um chaveiro. Vou até a porta, depois de várias tentativas consigo abrir a porta. Porra, que lugar é esse, olho pros lados e só vejo mato. Caralho, como vou sair daqui? volto pra casa e procuro por todos os lados um telefone, um celular, sei la, que merda, não tem nada, não acho nada. Mas acho a chave de um carro. Claro, tem que ter um carro, como me trouxe aqui?

Saio da casa e vejo um carro na lateral da casa, dirigir mesmo eu não sei, já me aventurei no morro com meu irmão e até com o PH, mas vou me arriscar, é o unico jeito.

Entro no carro, dou a partida, e como não sei dar ré, vou pra frente e faço a volta na casa. Saio numa rua de terra e acelero, não muito, mas vou embora.

A estradinha não é muito longa, logo vejo uma estrada asfaltada e entro nela quase batendo em outro carro, o cara me xinga muito, mas continuo acelerando. Logo mais a frente vejo uma cidadezinha, passando por ela vejo um telefone de rua. Paro o carro e ligo no primeiro numero que vem a minha cabeça. Chama, chama, eu ja começo a ficar desesperada. Caiu e ninguém atendeu. Passa uma senhora do meu lado e pergunto o nome da cidade ele diz que é Taubaté, nunca ouvi falar, pergunto o estado e ela diz São Paulo.

Meu Deus, estou em São Paulo. Tento ligar de novo agora disco 9021 e o numero que lembro. Toca de novo, duas vezes e atende.

-Fala aí, quem ta me ligando a cobrar porra!- ouço a voz dele e começo a chorar.

-Pedro?...sou eu...-as lágrimas não me deixam falar.

-Beatriz? Onde tu ta? Meu amor, fala comigo! Fala porra!- ele grita.

-Eu to em São Paulo, Taubaté...me ajuda Pedro...me ajuda...!- continuo chorando.

-Calma, vou te buscar, fica calma, ta sozinha? - ele pergunta aflito.

-To, eu..eu matei ele..Pedro...eu matei ele...-choro.

-Faz assim, procura um lugar seguro, aí mesmo, fica nessa cidade, eu vou te buscar de helicóptero..to indo...daqui uma hora tu me liga de novo...não some...to indo.- sinto desespero dele.

-Ta bom, vem logo por favor. Pedro...eu te amo...- choro e desligo.

Olho em volta, vejo uma praça, vou até la e me sento num banco. vou esperar uma hora, depois ligo de novo.

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PH

-É pra agora caralho, deixa pronto que to chegando em dois minutos.- grito com o cara do helicóptero.

Pego minhas coisas e saio da boca. Dou de cara com Rubão, que me olha curioso.

-Vai onde com tanta pressa PH? Tem alguma novidade pra mim?- ele pergunta e entra na boca.

-Porra chefe, tenho um B.O urgente pra resolver, assim que voltar te explico.- falo e vou saindo.

-Vai em lugar nenhum não porra. Falei pra tu ficar na tua, passa pra outro resolver. -ele diz e eu não sei mais como fazer pra sumir dali o mais rápido possível. Não tenho saída.

-Ta certo chefe, a Bia acabou de me ligar, to indo buscar ela.-digo e olho pra cara dele que começa a gritar.

-Tu é um comédia mesmo, ia fugir com a mina e deixar a guerra comer aqui PH? Vai fala de uma vez onde ela esta.- ele sai me puxando da sala.

Explico tudo e ele sai com os seguranças dele a milhão do morro. Mandou eu ficar aqui. Caralho, o viado ainda levou meu celular porque ela vai ligar nele. Agora que perdi mesmo minha mina. E agora? Faço o que aqui? Será que ela vai me perdoar? To ficando doido, quero minha mulher porra!

Os moleques da entrada do morro avisa que Biel ta subindo com uns cara estranho, fico boladão, mas já sento na minha mesa esperando o que mais de ruim vai aparecer. Olho pra porta que se abre e Biel entra.

-Fala parceiro! Tive que trazer eles aqui, ordem do Rubão.- olho atrás dele entra uns cara tudo arrumadinho, atrás deles entra o filho da puta do Patriota.

Patriota

-Sentiu minha falta PH? - o filho da puta invade minha sala e me encara

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-Sentiu minha falta PH? - o filho da puta invade minha sala e me encara.- Acho que você esqueceu de me entregar alguém. Não é mesmo?- ele diz e vejo ódio nos olhos dele.

Sem EscolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora