Sem Escolha

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Bia

Ele é compatível! Foi a melhor noticia que recebi. A doutora marcou o transplante pra daqui três dias, tinha que fazer outros exames, mas já estava tudo certo pra cirurgia. Apesar do caso ser grave a cirurgia era simples. Minha esperança que tudo vai dar certo aumentou cem por cento.

Depois que fez todos os exames, me disse que não poderia ficar no hospital, era perigoso pra ele, poderia ser descoberto a qualquer momento. Ele se despediu do Pietro, e veio até mim.

-Eu não desisti de conversar com tu, na melhor hora a gente desenrola isso, blz?- disse e beijou minha cabeça, depois saiu.

Fiquei ali imaginando como Deus foi bom comigo, eu ter voltado pro Brasil com certeza foi a melhor decisão, preciso ligar pro meu pai, ainda não contei o que esta acontecendo. só espero que ele não resolva dar um de louco por causa do PH, ele não vai se intrometer nisso, de jeito nenhum. Melhor eu ligar de uma vez.

-Oi pai, como esta? - falo assim que ele atende o celular.

-Bia, que bom que ligou, estava agora mesmo pensando no meu neto, mal nasceu e já estou tão acostumado com a ideia de ser avô que sinto falta dele o tempo todo...rsrs..- ele diz feliz.

-Eu estou ligando porque aconteceu uma coisa com Pietro.- digo e ja ouço gritos do outro lado.

-O que? Que houve com ele? Bia não tem nem uma semana que você saiu daqui e ja esta com problemas? Eu sabia que não devia ter deixado você voltar pro Brasil.- ele fala rapido e tenho que interrompe lo.

-Vai me deixar explicar ou não? - ele silencia- Poxa, acalme se, vou falar tudo.- digo meia irritada.

Conto tudo que houve a partir da consulta do Pietro até minha ida atrás do PH e também sobre o transplante de medula.

-...e daqui a três dias ele fará o transplante. É isso pai, infelizmente o meu filho veio com essa doença, mas Deus esta dando a oportunidade dele ficar bem.- digo finalizando.

-Realmente esta noticia é muito ruim, mas se ele for ficar curado, não sou eu quem vai impedir o PH de fazer a doação da medula. Me preocupa o depois de tudo isso, mas não vamos falar disso agora. Cuida do meu neto, vou pra aí assim que puder. Se precisar de mais dinheiro pro hospital é só dizer. Volto a ligar depois, beijos.- ele diz e finalizamos a ligação.

Pelo menos se ele aparecer aqui e der de cara com o PH não criará caso.

Pietro tem dormido muito, mal acorda pra mamar, meu coração dói em ver meu pacotinho tão frágil. Deito no sofá que tem aqui no quarto e acabo pegando no sono.

No meio da madrugada acordo com o chorinho do Pietro, pulo do sofá ao ver um homem de costas olhando pro meu filho.

-Calma Bia, sou eu. Achei melhor vir agora, de dia corro risco de ser reconhecido.- PH diz me tranquilizando.

-Que susto me deu PH! Não fez nenhum barulho, como eu saberia quem era?- digo nervosa.

-Será que tu pode me chamar de Pedro? Já faz tempo que te peço isso porra.-ele diz me encarando.

-Ta bom PEDRO! Agora me da licença, preciso dar mamar pro Pietro.- pego meu pacotinho e me ajeito no sofá, sem demora ele suga meu leite. 

Pedro senta do nosso lado e fica admirando a cena...rsrs...

-É foda mano, ainda não consigo explicar como um coisinha tão pequena desperta tanto sentimento num cara como eu. Eu sou tão durão, mas quando penso nele, porra, me derreto igual manteiga...rsrs...- ele diz e acaricia o cabelo do Pietro.