Sem Escolha

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PH

-Parceiro, tu viu a foto? - Biel falava e eu só sorria.

-Meu moleque é lindo demais parça, me deu mais vontade de estar perto, acho que não da pra esperar mais não! preciso saber o endereço dela, tu consegue pra mim com a Isa?- falo todo empolgado.

-Calma parceiro, tu já esperou até agora, conversei pra caralho com ela, a mina ta mexida, logo logo ela vai te falar pra ir ver o moleque, eu sei que vai. - ele diz mas minha empolgação é tanta que não sei se me seguro.

-Só quero ver meu moleque porra, tenho direito, ela vai deixar, eu sei. Me da então o telefone dela.- peço a ele.

-Tu num ta me ouvindo não? Só mais um pouco de paciência, se tu for logo de cara a mina vai se assustar porra, escuta seu parça aqui mano!- ele fala ja alterado.

-Se tu não me ajudar descubro sozinho, que merda pô, se fosse tu queria ver se teria tanta paciência.- falo e desligo o celular na cara dele.

Fico admirando a foto do meu filho, o moleque é minha cara, porra que vontade de pegar ele no colo, caralho o Biel não entende que não dá pra esperar mais?

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Bia

Hoje vou voltar na médica pra saber dos resultados dos exames. Me arrumo, arrumo o Pietro e saio, dona Maria vem comigo.

Chegamos no consultório, deixo o motorista/segurança no carro e subo. Passo pela recepção e logo somos chamados.

-Bom dia Beatriz. Como esta o Pietro? - ela me cumprimenta e pede para nos sentarmos.

-Ele esta bem sim, mas por favor doutora, abre logo esses exames, estou tão nervosa.- digo aflita.

-Eu ja dei uma olhada nos exames Beatriz, mas infelizmente não tenho boas noticias. - ela me olha com preocupação.

-Como assim? O que meu filho tem?- pergunto e já começo a chorar.

-Calma, tem que ser forte pra ajudar ele, ele nasceu e desenvolveu uma leucemia, o nome correto é Leucemia linfoblástica aguda, em recém nascidos ela é mais severa e tende a piorar rápido. Existem alguns tratamentos, mas a cura mesmo pode ser através de transplante de medula ossea. Só precisamos de alguém que seja compatível com o sangue dele.- ela diz e eu desmorono.

-Meu Deus, meu filho pode morrer? Me ajuda doutora, não quero perder ele, tão pequeno, tão frágil e já com uma doença tão grave? Como isso? - pergunto desesperada.

-Eu entendo o seu desespero Beatriz, mas vamos fazer o possível pra ajuda lo a vencer essa doença, primeiro quero que você faça esse exame, assim vou saber se você é compatível com ele, se for, podemos fazer o transplante em alguns dias. - ela diz e me entrega um papel pra ir coletar o exame.

Nem pergunto mais nada, primeiro faço os exames e depois ela me explica melhor. Já é tarde quando sai o resultado.

Eu não sou compatível.

Meu Deus e agora? O que faço, meu filho não, senhor me ajuda.

Volto na médica com o resultado negativo.

-Beatriz, geralmente quando a mãe não é compatível o pai é. Você pode pedir pra ele fazer o exame?- ela pergunta.

-Sim, eu posso pedir. Trago ele, nem que for amarrado. - falo desesperada.

-Infelizmente já vou ter que internar o Pietro. Vamos começar com uma quimioterapia pra estacionar a doença enquanto não temos o doador. - ela diz e sei que esta preocupada.