Voltando ao cativeiro

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— Mas eu estou falando a verdade! Poxa, eu desabafei com você! Te mostrei uma parte da minha vida que eu não tenho vontade nenhuma de lembrar. — começou a chorar de novo. — Eu sei muito bem o que é amor, ok? — Olhou nos meus olhos. — Finalmente sei o que é amar, porque eu amo você. — Aninhou meu rosto com sua mão e fitou meus olhos. — Eu sei que é amor porque quando eu toco sua pele todo meu corpo se acende, quando eu beijo você, eu sei que estou me apaixonando.

— Ah, da um tempo... — Resmunguei.

— Eu não vou abrir mão disso. — Disse ele, passando a enquadrar meu rosto com suas mãos. — Não vou. Não quero perder a chance de ser feliz, não vou mais. Eu já sofri demais, eu não mereço mais isso. — Disse ele. — Se isso não é amor, eu não sei o que é. O que eu sinto por você é... Muito bonito, é muito bom... — Suspirou e sorriu. — É muito grande pra eu ficar quieto e não fazer nada, não falar nada. — Aproximou seu rosto o meu até sustentar sua testa na minha, encostar nossos narizes em movimentos de zig zag e eu permaneci com minha expressão confusa. Eu não sabia mais o que eu sentia por esse ser. Tudo isso que eu ouvi foi surreal demais. — Eu me apaixonei de verdade por você. Eu, Andrew.

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Fiquei deitada na cama, pensando no que aconteceu; pensando na história de vida que Andrew me contou, que é muito surreal, porém eu acredito, porque agora muitas coisas que não faziam sentido agora fazem.

— Eu queria tanto que... — Não terminou de falar.

— Você queria tanto o que? — Perguntei sem entender seu surto. Me ajoelhei na cama também, sentada encima de minhas pernas, para melhorar o contato visual.

— Eu... — Começou, aflito, mas parou a frase antes de começar, pois tentava controlar seus soluços e evitar que eu olhasse seus olhos, que chegava a ser bizarro o modo que estavam seus olhos, escuros...

— Calma... Vem cá. — Falei e puxei Jimin para perto de mim, o abraçando ternamente.

Eu o ouvia chorar copiosamente, até que com o passar dos segundos, Jimin correspondeu o abraço, deixando sua cabeça pousar na curvatura do meu pescoço, levei minhas mãos aos seus cabelos negros os afagando, ouvindo seus soluços e as lágrimas molharem minha camiseta.

Sem me separar do abraço, deitei-me no meu travesseiro e com seus braços ao meu redor, ele aconchegou a cabeça no meu peito, enquanto chorava compulsivamente.

— Me abraça, _____... — Pediu entre soluços, chorando desolado. — E-eu nem sei o que é isso direito, mas me abraça...

— Mas como você não sabe, Jimin? — Murmurei com o cenho franzido e ele não respondeu só chorou mais. Resolvi deixar pra perguntar depois e o apertei mais no abraço, enquanto acariciava seus cabelos e sentia suas lágrimas na minha camiseta. — Shhhh... Vai ficar tudo bem. Eu juro!

Meus pensamentos foram interrompidos quando Andrew entrou todo agasalhado no quarto, segurando uma bandeja com comida e um copo de suco sobre ela. Não me virei para fitá-lo, apenas continuei deitada, quietinha no meu canto.

— Fiz pra você. — Disse Andrew, colocando a bandeja na mesinha. Continuei calada e ele se sentou na beirada da cama. — Fala comigo. — Pediu.

— Por que você está todo agasalhado nesse calor? — Perguntei.

— Estou com frio. — Respondeu. — Acho que estou com febre. — Deu de ombros. Pousei minha mão em sua testa, realmente estava bem quente; com certeza estava febril.

— Sim, você está. — Afirmei.

— Ah, não se preocupe, eu estou bem.

— Eu não estou preocupada. — Eu disse friamente. — Assim é ótimo, porque assim você morre e eu volto pra minha casa.

Os dois lados da mesma moedaOnde histórias criam vida. Descubra agora