Abusada pelos irmãos

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Sempre fui apenas eu de ''mulher'' na casa desde que me lembro, quando tinha por volta dos 11 anos meu pai se separou da minha mãe e fomos morar em outra cidade, eu, ele e meus outros três irmãos, todos mais velhos que eu e dois de outro casamento que só fui conhecer depois já de grande durante meu período da adolescência.

No inicio lembro de ter ficado chateada porque seria apenas eu de mulher e eu não teria uma figura feminina ao meu lado e para mim contar as coisas que eu queria ou talvez precisasse contar. Depois de um tempo fui me acostumando, meu pai saia para trabalhar antes das 6h da manha e só chegava em casa lá pelas 23 horas, não que ele ficasse todo esse tempo trabalhando e sim fazendo outras coisas.

Além de ir para a escola, para a terapia, uma vez por semana para a natação, eu praticamente só ficava em casa, mudei de colégio e não consegui estabelecer nenhuma amizade muito firme, apenas alguns colegas que nos cumprimentávamos na sala e ajudávamos uns aos outros, eu sentia falta de ter amigas.

Mas eu pensava que tendo apenas meus irmãos era suficiente, todos eles eram bem mais velhos do que eu, o que talvez uma garota da minha idade ache incrível, e no inicio eu também achava só que depois não, na época eu tinha quase 14 anos, o meu segundo irmão tinha 17, o outro 19 e o outro 23 anos.

Era uma diferença ate que grande de idades, e por mais que fossemos irmãos éramos muito diferentes uns dos outros, o que sempre acarretava em brigas, discussões e tapas. Foi ai que tudo começou.

Eu nunca havia sido beijada por menino algum e também não me lembro de ter gostado de algum menino profundamente ou algo do tipo. Esse sentimento era desconhecido por mim, assim como muitas coisas que casais fazem, eu sempre imaginava o romance, o namoro como em filmes como diário de uma paixão, a ultima musica e assim por ai. Não pensava e imaginava como seria a realidade.

Uma noite meu pai tinha ido viajar para uma conferencia e estávamos sozinhos em casa, o que começou com pipoca e assistindo velozes e furiosos na televisão, terminou em discussão, quando meus irmãos começaram a se socar por conta de alguma coisa que o outro tinha dito e foi tão rápido que eu nem mesmo prestei atenção, tentei separar eles e tomei um soco bem nos olhos, que me deixou tonta e quase desmaiei.

Eles continuaram brigando pelo que pareceu horas, e eu só consegui sair correndo dali e me trancar no banheiro chorando, tentando entender o que eu tinha feito para levar um soco, depois de uns minutos o barulho parou, pensei em abrir a porta do banheiro, ate que um dos meus irmãos bateu na porta e não tive outra solução senão abrir, por mais medo que eu estivesse sentindo de apanhar novamente.

Mas percebi que não, ao invés disso, ele me levantou no colo, me colocou no gabinete da pia e começou a limpar meus olhos e aplicar uma espécie de pomada nele, o carinho que senti naquele momento foi inevitável, mas eu não pensava que o que viria depois deixaria esse carinho de lado e traria outro sentimento.

Ele não disse uma palavra desde que tinha entrado e quando percebi que não só eu mas ele também estava machucado, pedi para ajudar a limpar aquele sangue do rosto, e ele deixou, mas depois disso quando eu menos estava esperando ele me pressionou no gabinete e começou a me beijar.

Eu sabia que aquilo era errado, por mais que ele fosse apenas meu irmão de sangue por pai, ele era meu irmão, anos mais velho do que eu. Fiquei imaginando o que meu pai iria pensar se visse aquilo acontecendo, comecei a me afastar, ele momentaneamente deixou, mas ficou olhando para o meu rosto com uma mistura de raiva e desejo ao mesmo tempo.

Eu não sabia se iria correr ou não, se gritava mas o que iria adiantar, porque eu sabia que meus irmãos estavam lá embaixo e poderiam me ajudar, mas foi o contrario, depois de um tempo meus irmãos subiram para o meu quarto também e foi ai que percebi o porque eles estavam brigando e se socaram tanto por causa de mim.

Era para ver quem iria me pegar e me beijar primeiro, eles estavam disputando isso e parece que eu era o troféu de quem havia ganhado, eu sempre acreditei no que eles disseram, e quando pediram para que eu ficasse quieta, que aquilo não era errado e que se uma palavra saísse dali, iriam me levar para bem longe eu acreditei e aceitei isso.

Hoje depois de 3 anos tendo se passado, onde por dois anos sofri abuso quase todas as noites quando meu pai não estava em casa, as vezes ao longo do dia e cada dia por um irmão diferente, sinto nojo, receio e raiva ao mesmo tempo.

Foram os 2 anos mais sujos da minha vida e isso só parou quando uma noite tive uma convulsão no meio da sala, fui parar no hospital com hemorragia junto com a convulsão, e descobri que estava gravida, foi ai que o ponto final para todo esse horror acabou.

Fiquei quase 6 meses em uma clinica junto com outras mulheres que sofreram, abusos, estupros, agressões e uma serie de coisas, durante esses 6 meses quase enlouqueci, tive depressão, sentia nojo de mim e não me olhava no espelho, participei de poucas audiências com o juiz e quase abortei meu filho.

Eu sabia que ele não tinha culpa de nada disso, mas eu me culpava e transmitia esse sentimento todos os dias para ele, por ter deixado tudo acontecer, por não saber quem era o pai e por imaginar que nasceria uma aberração no mundo, eu cheguei a pensar nisso.

Depois de um ano que se passou, tive meu bebe que nasceu o mais saudável possível, os médicos fizeram de tudo para salva-lo já que ele nasceu com 7 meses e 2 dias, descobri que o meu irmão mais velho era o pai dele, já que não era meu irmão de sangue e as amostras de DNA bateram.

Consegui sair da clinica e me mudar de cidade e começar uma quase nova vida trabalhando em meio período em uma farmácia e a outra para ficar com o meu bebe, meu pai foi condenado a 10 anos de prisão, dois dos meus irmãos foram condenados a penas parecidas, e o terceiro deles se matou depois de 3 meses preso, o 'pai'' do meu filho.

Chega! Nunca mais (Volume 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora