(Laís, 23 anos- São Paulo)
Comecei aos 16 anos como estagiaria na empresa, era meu primeiro trabalho mesmo que fosse apenas algumas horas e eu não ganhasse tanto. Estava super animada e a primeira semana foi cheia de revelações, conheci muitas pessoas e adquiri já diversas lições. Até ai tudo bem, e eu estava adorando.
Na semana seguinte foi quando descobri que o chefe por assim dizer, o dono da empresa tinha chegado de viagem, estava bem tranquila já que não imaginava que nada iria acontecer e que muito menos ele saberia da minha existência, já que ele literalmente estava não só em posição mas lá em cima na empresa, e eu trabalhava apenas como estagiaria no RH.
Foi quando um dia esbarrei com ele no elevador, eu apesar de não ter imaginado que ele que era o ''chefe'' fiquei meio que impactada por ele ser tão novo e bonito. Isso passou, no dia seguinte fui chamada justamente a sala do chefe, eu já imaginava que iria ser despedida sabe se lá o porque, minha ansiedade falou mais alto, é adivinhe, quando entro na sala com quem me deparo, o homem que esbarrei no elevador e eu me impactei e nem sabia que era meu chefe.
Ouvi pouco da conversa que ele teve comigo, tenho que dizer que ao mesmo tempo que estava nervosa estava no mundo da lua, os dias se passaram e depois um mês se passou quando fui inesperadamente promovida, foi uma desconfiança com ao mesmo tempo felicidade, eu imaginava que era porque estavam gostando do meu trabalho que eu estava fazendo, não pensava que era outras razoes.
Muito menos que as razoes eram meu chefe estar atraído por mim e querer mais do que uma ajudante de sua secretaria, meu novo cargo. Ele era sempre cortês e simpático comigo, o que os outros funcionários diziam ser milagre já que ele não era com ninguém, depois de um tempo comecei a acompanhar as reuniões de menos importância mas as reuniões que ele estava e eu estava substituindo a secretaria que tinha acabado de ganhar neném.
A Situação toda para mim estava normal, foi piorando quando ele começou a me convidar para almoçarmos juntos, depois comecei a literalmente trabalhar na mesma sala que ele, arrumando papeis, as pessoas percebiam e menos eu que ele tinha segunda intenções e dava não só muita atenção para mim como para o meu corpo.
Sempre tive o típico corpo padrão de uma brasileira, com coxas grandes, bumbum também e seios também, por si só já chamava atenção e meu cabelo também não colaborava nesse sentido por ser ruivo desde que nasci, o que puxei do meu pai.
Sempre foram atrativos para os homens mas o que as pessoas não sabiam, e que eu própria não sentia e não gostava desse atrativo que já vinha de mim mesmo, eu não fazia para chamar a atenção, ao contrario o que menos eu queria era chamar a atenção.
As coisas começaram a passar do limite, quando ele descia de elevador comigo e ficava atrás de mim com a desculpa de que estava muito cheio e eu sentia coisas atrás de mim, quando por algum motivo ele inventava de passar as mãos nos meus braços e ombros e ate colocar a mão na minha cintura, e quando começou desses almoços casuais a querer sair comigo nos finais de semana.
Foi apenas um final de semana que eu imaginava que fosse algo relacionado ao trabalho que iriamos ter uma reunião naquele restaurante quando percebi que não era nada disso quis ir embora, na volta ele ainda tentou me agarrar e me beijar e no dia seguinte me demiti do trabalho.
Nunca encarei isso de uma maneira normal, mas sempre que contava para as pessoas era uma ou outra reação, uns diziam porque você não denunciou ele isso foi abuso não só de poder como sexual já que você era uma adolescente ainda e outros diziam que eu era a culpada, meus próprios pais falaram isso, que minha beleza foi usada como um feitiço para eu alavancar na empresa.
Ate hoje ainda me pergunto o que realmente aconteceu se foi ou não um abuso de poder e sexual, ou se foi apenas minha culpa mesmo?
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Chega! Nunca mais (Volume 2)
No FicciónChega! Nunca mais ao abuso sexual. Volume dois da coletânea de relatos de mulheres e agora neste segundo volume de diversas pessoas ao redor do mundo que sofreram abuso sexual, pessoas que apesar de não terem sofrido ou passado por isso não quisera...