Começou com essa frase bem despretensiosa em uma noitinha no bar, eu havia saído com algumas amigas em uma noite de sexta feira depois de um semestre louco na faculdade. Estávamos só nos 7 curtindo, comendo, bebendo e dançando depois de um tempo começamos a nos misturar e conhecer novas pessoas.
Ele chegou em mim já com essa frase e aquele olhar safado no rosto o que inicio nem dei muita importância e já estava levemente embriagada e apenas curti. Lembro- me de pouca coisa, de estarmos nos beijando perto do banheiro, depois no taxi e depois apaguei, acordei no dia seguinte nua, no quarto dele e sem saber nada que tinha acontecido ou não acontecido.
O famoso boa noite cinderela que ele me deu, para se aproveitar de mim, abusar e fazer tudo ao seu bel prazer. Me senti, perdida, suja, rancorosa e o pior de tudo uma verdadeira PUTA naquele momento.
Sai antes que ele pudesse me ver, não sei ate hoje se ele estava ou não no apartamento, nos encontramos mais duas vezes em lugares diferentes, eu sabia que as pessoas do convívio dele sabia o que tinha rolado entre nos, porque uma das minhas amigas comentaram.
Me senti tão suja e tão puta que quando passava perto dele e dessas pessoas só conseguia abaixar a cabeça e nada mais. Odiei meu corpo e eu mesma por muito tempo, não que isso não continue hoje em dia, continuei do mesmo jeito, apesar de ter um rostinho bonito, um corpo como muitos dizem sexy, tenho uma alma destruída.
Eu acreditava que apenas eu tinha passado por isso, mas ai comecei a ler relatos na internet de outras mulheres que também tinham passado por situações iguais ou similares, e confesso que naquele momento me senti abraçada e menos inútil.
Não me lembro como, onde e porque começou apenas sei que começou e durou por quase 6 meses, eu ainda era virgem devia ter uns quase 16 anos, quando meu padrasto começou a me obrigar a masturba-lo. Ele dizia que era o momento de eu começar a aprender sobre os homens e também agradecer a ele pela comida, roupa e tudo que me dava e por ainda me educar, da maneira maravilhosa na mente dele que ele me educava.
Eu só tinha ele na época, já que no ano interior minha mãe teve uma parada cardíaca e morreu, e por que ser de menor e não ter ninguém da família por perto, ele sendo marido dela, a minha guarda ficou para ele.
Acontecia todos os dias, no seu escritório, na sala, na cozinha e no quarto. Ele nunca fez sexo comigo, nunca chegou a tocar nas minhas partes intimas, mas fazia com que eu o masturbasse, o acariciasse e duas vezes tentou me obrigar a fazer sexo oral nele, como cheguei a vomitar ele desistiu.
Eu saia de casa de manha, sabendo que quando voltasse ele estaria me esperando, pensava em não voltar, mas sabia que ele viria atrás de mim e me encontraria em qualquer lugar que eu estivesse, já que morávamos em uma cidade pequena, todo mundo se conhecia e confiava nele, dizendo que era uma pessoa bondosa, amável e chegavam a dizer que eu tinha sorte de ter ele como figura paterna e agora de certo modo materna.
Simplesmente não me lembro, quando tudo parou e terminou. Tem memorias do meu passado que parecem que nunca aconteceram, outras lembro apenas fragmentos, mas algumas eu simplesmente não consigo esquecer.
Sei e sinto que aconteceu.
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Chega! Nunca mais (Volume 2)
NonfiksiChega! Nunca mais ao abuso sexual. Volume dois da coletânea de relatos de mulheres e agora neste segundo volume de diversas pessoas ao redor do mundo que sofreram abuso sexual, pessoas que apesar de não terem sofrido ou passado por isso não quisera...