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-Ao menos seja gentil. -Reclamo com Zayn, dessa vez um pouco mais alto, sentindo seu par de olhos castanhos me encararem impaciente, apesar de nenhuma palavra ter saído de sua boca desde que saímos daquele lugar, podia sentir apenas em estar na sua companhia o quanto ele se via prestes a explodir.
-Para de falar Allie. -Ele manda, recolhendo as gazes com sangue e as jogando na lixeira do banheiro, observei minhas pernas descobertas e a ferida exposta, o tiro que levei fora de raspão, mas definitivamente eu não esperava que fosse tão pouco grave, tinha levado o maior susto da minha vida, mais uma vez. -Vou cobrir isso, se der sorte não vai infeccionar.
-Não tem nada que possa passar antes? -Pergunto incerta se seria inteligente argumentar com ele agora e ouço seu suspiro cansado.
-Se eu tivesse já teria passado, o que você acha? -Ele pergunta retoricamente ao se sentar novamente ao meu lado na cama sutil que tinha no quarto em que estávamos.
-Qual o seu problema, Zayn? -Pergunto e ele me ignora, erguendo minha perna para que se apoiasse na sua. -Eu pedi pra ser gentil.
-Não estaríamos aqui agora se você tivesse me ouvido, estaríamos? Deveria agradecer por eu ainda estar aqui pra cuidar dessa merda. -Ouvir isso dele me fez tirar sua mão de mim, gemendo baixo de dor ao tirar minha perna machucada de seu contato. -Não haja como criança, Simmons.
-Não pedi pra fazer nada, caso tenha se perdido no diálogo que não aconteceu. -Digo séria, tremendo sutilmente ao enrolar o machucado com o curativo que ele tinha em mãos, querendo apesar resolver isso logo, dormir e dar o fora daqui.
-Fingir que não precisa de ajuda, não quer dizer que não precise. -O mesmo diz e se aproxima de novo, tomando vez da ação que antes eu fazia e suspiro cansada. -Só queria que entrasse no carro Allie, mas você não me escuta.
-Salvar você é o meu trabalho.
-Eu não estava em perigo até você me colocar no meio dele. -O mesmo diz rapidamente. -É ridículo você achar que tem que salvar o mundo sempre.
-Não é assim.
-Não é, Allie? -Ele questiona dessa vez erguendo seu rosto pra mim, parecendo ter terminado o que tinha que fazer. -Quantas foram as vezes em que se permitiu ser tão cega por causa de outra pessoa? Ambos sabemos que sua falta de direção tem nome.
-Do que está falando? -Pergunto automaticamente, não sendo capaz de interpretar suas palavras claramente.
-Liam Payne, conhece ele? -Malik pergunta. -Ou vai dizer pra mim que aquela mulher com quem estava falando não te trouxe alguma coisa dele?
-O que? -Como ele podia deduzir isso?, me questionava internamente.
-Já reparou que aquele cara mexe com a sua mente? Como você claramente depende dele?
-Não dependo dele.
-Repita isso até você acreditar. -Ele diz e suspira baixo, mas não o deixo sair dali, certa de que nossa conversa não ia terminar assim.
