Abri minha bolsa e peguei um dos vários papelotes que estavam lá dentro. Meu kit de seringa, agulha e derretedor já estava em minhas mãos, que tremiam sem parar há horas. Meu corpo suava como se estivesse entrando em uma ebulição interna, mas eu sabia bem o que aquilo significava. Abstinência.
Sentei-me ao redor da mesinha de centro do apartamento totalmente desconhecido que me encontrava, já colocando todo o conteúdo dentro do derretedor, uma peça de metal que é como uma colher mais profunda onde você coloca fogo embaixo para derreter a heroína em pó. Acendi o isqueiro embaixo da peça, vendo pouco a pouco o pó sendo transformado no líquido amarelado que tirava e dava a minha paz.
Preparei a seringa, inserindo a agulha descartável e jogando o líquido lá dentro. Estiquei meu braço esquerdo em cima da mesa, posicionando a ponta da agulha bem em cima da veia maltratada que saltava do meu braço.
Injetei.
Oito segundos depois, eu já sentia meu corpo relaxando. Não conseguia mais me manter sentada como antes, deixando meu corpo cair para trás e encostar-se ao sofá atrás de mim. Nem minha cabeça estava mais sobre meu controle.
Aquela sensação...
Por um momento, esqueci tudo que estava me perseguindo nos últimos dias. Todos os pensamentos suicidas, todos os vidros quebrados no chão do meu apartamento, toda a merda que era a minha vida. Estava alheia ao que acontecia à minha volta, à todas as pessoas naquela festinha privativa que se drogavam ao meu redor. Meu corpo estava no paradigma de se contrair em prazer ao mesmo tempo em que desligava meus sentidos. Eu precisava daquilo.
Ser modelo sempre foi o meu sonho, mesmo quando comecei a estudar Comércio Exterior na universidade da minha cidade, no Brasil. Quando fui descoberta por uma agência famosíssima de São Paulo no meio do mercado, entrei em êxtase. Quando comecei a morar em Nova York por possuir muitos trabalhos no exterior, pensei que estava no ponto alto da minha vida. Quando me deram o título de "nova Gisele Bündchen", tinha medo de acordar e ser tudo um sonho.
E aqui estava eu. No ponto mais alto que uma modelo poderia chegar.
Sozinha.
Viciada em tantas drogas que nem conseguia contar.
Mas o meu maior vício ainda estava por começar.
Christopher Robert Evans.
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addicted to you {chris evans/adriana lima}
FanfictionUma supermodelo brasileira que carrega cicatrizes e overdoses em sua história. Um contrato que proíbe seu envolvimento com os atores que tanto a atraem. Uma aposta sobre o início de uma paixão. Como não se viciar?