Uma supermodelo brasileira que carrega cicatrizes e overdoses em sua história. Um contrato que proíbe seu envolvimento com os atores que tanto a atraem. Uma aposta sobre o início de uma paixão.
Como não se viciar?
-Bianca, POR FAVOR! -a voz estridente de Scott, mesmo pelo telefone, deu um zumbido esquisito em meu ouvido por alguns segundos. Afastei o celular da orelha, posicionando do outro lado.
-Eu vou te mandar a conta do médico que devolver a minha audição!
-E eu vou continuar gritando até você dizer 'sim'!
Respirei calmamente, inalando todo o ar possível até meus pulmões ficarem totalmente preenchidos. Expirei com a mesma calma, fechando os olhos e procurando pensamentos calmos e pacíficos.
Uma semana havia se passado desde a minha primeira ligação com Scott. Agora, toda vez que ele ligava para Chris, cerca de quarenta minutos da conversa eram apenas comigo. Já sabia seus gostos, seus traços de personalidade e de como ele é um manipulador irritante quando quer.
-Tudo bem, Scott. Eu vou a essa maldita festa. Porra.
Ele estava enchendo o meu saco absolutamente TODO dia daquela semana sobre comparecer a sua festa de aniversário. Seria uma balada para comemorar a chegada dos seus trinta e cinco e, segundo ele, a presença da "semi-namorada" de seu irmão era obrigatória.
O termo semi-namorada foi criado por mim mesma para designar que: 1) eu quero estar com Chris. Quero que ele seja meu, quero ser dele, quero que tenhamos uma história juntos. E 2) nós não podemos assumir nada publicamente, e eu não estou acostumada a relacionamentos que durem mais de três dias então... Vamos com calma.
Chris não ficou realmente satisfeito com essa situação. Ficou todo desconfiado, perguntando um milhão de vezes se havia algum problema ou se eu gostava de outro cara. Não sei de onde tirei tanta paciência para explicar que o problema era eu. Passei anos e anos solteira (mas nunca sozinha), saindo com muitos caras, tendo como hobbie favorito a diversão dos flertes. Eu parei de usar drogas, mas não nasci novamente...
Após um acordo muito bem definido, o semi-namoro apareceu. Claramente, só duas pessoas além de nós dois sabem disso: Maria, minha mamá, e Scott, meu semi-cunhado. Se isso vazar, se espalhar, chegar a qualquer site de especulações ou fofocas: estamos FODIDOS. A Marvel vai dar na nossa cara, nos processar, nos separar e transformar o semi-relacionamento em relacionamento nenhum. O mais importante no momento é mantermos o segredo. Por isso... Não queria ir à festa de Scott, conhecer mais Evans e, principalmente, encarar a mãe de Chris que já me odiava.
-Ótimo, cunhadinha. Eu prometo que vai ser legal! Um beijo, espero um presente grande e caro!
-Você é engraçadinho, Scott. Beijo!
Desliguei o celular de Chris, colocando sobre a bancada e suspirando novamente.
-Eu já disse, você não tem que ir se não quiser. -ele apareceu atrás de mim, colocando seus braços ao redor da minha cintura e depositando um beijo rápido em meu pescoço.
-Eu quero ir, Chris. Só estou... Nervosa. Você sabe que ninguém pode saber sobre nós e eu já não tenho boa popularidade com sua família.
-Minha mãe não estará na festa, Bi. Vai ser uma super balada ao estilo Scott. Você vai entender quando chegar lá.
Scott não havia falado nada sobre sua mãe, já que não sabia sobre o episódio de ela achar que estava sendo uma má influência para Chris. Claramente, fiquei mais aliviada com a informação.
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