Chapter thirty three

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oi minhas lindinhassss!!! como prometido, capítulo especial hoje!!!
narração de um dos personagens, algo que nunca tinha acontecido! confesso que foi difícil pois não estou acostumada kkkk...
ele é menorzinho mesmo, porque é como se fosse um adicional!
espero que gostem!
Nah xx

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"Me diga querido, por que você não me ama quando eu faço ser tão fácil me amar? Por que você não precisa de mim?" - Why don't you love me, Beyoncé.

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Eu não ouvia o que falavam ao meu redor, não podia sequer mover um músculo de meu corpo. Era como se o mundo estivesse girando e eu simplesmente estivesse parado observando o show de horrores que se passava bem de frente aos meus olhos, mesmo estes estando fechados. Também sentia uma dor insuportável tomar conta de mim, enquanto meu corpo balançava ao ritmo do que parecia ser uma ambulância.

Quando se está de frente com a morte não há muito o que se dizer ou falar. A impotência vem e faz com que todo o poder que você acha que tem sobre sua vida desapareça num piscar de olhos, como se nunca, realmente, tivesse existido. Não há um filme que passa por sua cabeça, apenas alguns rostos, pelo menos em meu caso.

O primeiro rosto que vi foi o de Ashley. A dor pareceu triplicar enquanto aquela negra sorria abertamente para mim, fazendo com que eu perdesse o fôlego só em poder olhá-la, admirá-la, como deveria ser. Essa mulher transformou minha vida de tantas maneiras que não poderiam ser citadas aqui. Por um tempo, tudo que fez foi me mostrar o lado bom da existência, enquanto distribuía abraços e beijos em mim. Fez me sentir especial e único, mostrando-me que nenhuma dor era suficiente para que desistisse da vida.

Contudo, minha ex-noiva també­­­­m me mostrou o pior lado de ser humano. O quão humilhado alguém pode ser, o quão rejeitado e depressivo uma pessoa pode se tornar. Era como se eu estivesse nadando contra a maré e ela fosse as grandes ondas que arrebentavam em minhas costas e faziam com que me afogasse. Como se eu tentasse correr das chamas e ela fosse as brasas sob meus pés, começando por eles e os queimando até que todo meu corpo fosse consumido.

A vida e a morte. Apresentou-me ­­tudo isso num período tão pequeno de tempo que chego a pensar se tudo isso realmente aconteceu ou se foi apenas uma invenção de minha cabeça. Porém, as cicatrizes dos grandes cortes que quase me mataram após ela abandonar-me no altar continuavam em meus pulsos e braços, sendo escondidos por tatuagens. Naquele dia, enquanto eu perdia os sentidos e meu pai dirigia chorando para o hospital, realmente achei que iria morrer, mas os infelizes os médicos conseguiram me salvar.

Que desperdício, poderiam ter gasto os materiais e o tempo em alguém que realmente valesse a pena.

Logo os rostos conhecidos de minha família apareceram em minha mente, fazendo com que a dor se tornasse um pouco menor.

Eu os olhava e meu coração se acalmava, como se nada no mundo pudesse me atingir. Se me concentrar bem, ainda consigo sentir os braços quentes de minha mãe rodeando meu corpo, posso ouvir a voz de meu pai chamando-me de "atrevido" quando ganhava dele no videogame e posso sentir a textura do cabelo de Gemma quando eu tirava tempo para penteá-los. Vê-los assim, tão vividamente, tão perto, fazia com que eu quisesse me entregar logo a seja lá o que fosse e nunca mais voltar, só para poder ficar contemplando os amores da minha vida que me deixaram tão cedo.

Tive que aprender sozinho com os erros e tentar me reerguer de cada rasteira que a vida meu deu, cada perda que o mundo ocasionou, cada dor que meu sistema teve que aguentar, mesmo que achasse que era insuportável.

Yes, sir. | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora