AVISO: o começo (apenas o comecinho) é semelhante ao prólogo, não deixe de ler!
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"Más decisões fazem boas histórias."
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O cheiro de cigarros não incomodava mais pois finalmente as narinas haviam se acostumado com o fedor característico daquele lugar.
Nas paredes cresciam trepadeiras, as pinturas descascavam e havia muitos buracos espalhados pela rua, causando acidentes frequentemente. Não era incomum o som de sirenes durante a madrugada.
Toda a população que ali vivia estava sempre com portas trancadas, pois não era um ambiente agradável. Aquele bairro era perigoso e ninguém podia dar-se ao luxo de ficar ao menos sem a proteção de uma tranca, embora isso não conseguisse deter os criminosos.
As casas que muitos anos antes eram vívidas e cheias de cores não passavam de um cinza podre que se desenhava nas paredes e os jardins que antigamente eram tão bonitos se reduziam a uma grama rasteira, muito mal cuidada.
Os comércios eram poucos, pois a minoria tinha coragem de abrir um negócio ali. Era evidente que de hora em hora, alguém entraria roubando todo o dinheiro do caixa.
Enquanto passava, as poucas pessoas aventureiras na rua davam um aceno a ela, que retribuía com entusiasmo.
Abaixou a cabeça e se concentrou em chutar a pedra que a acompanhara o percurso todo. O bairro não mudara em nada, como se tivesse ficado preso no tempo, então se apressou a sair dali e logo chegou em sua casa.
As casas eram todas pintadas de um amarelo vivo, os jardins bem cuidados e havia pessoas felizes passeando com seus cachorros. Não conseguia parar de sorrir ao sentir o cheiro das flores ou ao ver alguma criança brincando na calçada.
Colocou uma mecha do cabelo que se soltara da trança para trás, deu mais alguns passos e finalmente chegou ao seu lar. Destrancou com a chave o portão alto e branco, dando alguns passos para chegar ao prédio em que passara a maior parte de sua vida.
O refeitório estava vazio, então tratou de subir para o quarto. Chegou ao cômodo e viu que todas as garotas estavam lá; algumas conversando, outras ouvindo músicas ou falando no celular.
Como todas estavam entretidas, foi para sua cama, que era a mais próxima da grande janela, o que a incomodava de manhã pois a claridade batia em seu rosto.
Se sentou e colocou uma almofada no colo, pegando um livro de dentro da pequena cômoda.
Algum tempo depois que começara a leitura, a irmã Maria apareceu.
"Meninas, temos um comunicado importante." - Todas pararam o que estavam fazendo e olharam para a senhora.
"O senhor Robin não virá mais ao orfanato a partir de hoje. Ele tem coisas importantes para resolver, então não irão mais vê-lo."
Antes que alguém pudesse questionar, a irmã saiu do quarto. Os murmúrios começaram e a garota só conseguiu pensar em uma coisa:
Por que Robin não iria mais ao orfanato?
***
A chuva caía cada vez mais grossa, o cheiro de morte era latente e o barulho dos saltos ia ficando cada vez mais distante. Ele dava graças aos céus por isso, por aquelas hipócritas estarem voltando para suas vidas medíocres, parando de fingir se importar com algo que não fosse o próprio umbigo.
Não havia cores ali, somente um branco ofuscado em todo redor, mostrando que ricos sempre seguiam um padrão, na vida ou na morte.
Seus cabelos pingavam e o terno avaliado em mais de vinte e oito mil libras estava totalmente encharcado, assim como o sapato.
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Yes, sir. | h.s
Fanficonde uma garota se encontra perdidamente apaixonada pelo sórdido diretor de seu orfanato e vê sua vida transformada num inferno. os que se atormentam com as sombras do passado podem realmente viver os reflexos do presente? Copyright © 2016 Inc. Al...