Incertezas

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A

- Bom trabalho, Scott. Acho que pegamos ele.

- Você foi uma excelente ajudante, senhorita Robbins.

- Ah, por favor, para que formalidades?

- Está bem, Arizona. A senhorita quer que eu lhe espere para que possamos sair daqui?

- Não, por favor vá! Calliope está me esperando em meu apartamento, fica pertinho daqui. E estou com meu carro.

- Certo. Até logo, Arizona.

- Até, Scott.

O rapaz saiu dali. Ouvi o sininho do elevador de ajeitei minhas coisas espalhadas pela sala. O meu notebook que usei para que não ficasse com o IP do da empresa. Enfiei tudo na mochila que eu havia carregado até lá. Olhei em volta para ver se não havia esquecido nada e sai dali depois de apagar as luzes. Chamei o elevador e desci olhando para a avenida vazia que tinha a vista do elevador. Despedi-me do porteiro da noite e do segurança. E desci até o estacionamento. Como era de se esperar estava ali apenas meu carro. Já que as únicas pessoas a essa hora de um sábado que estavam na empresa eram apenas eu, Josh, o segurança e Bob o porteiro. As vozes do vídeos foram perfeitamente cobertas com uma programação que Scott colocou. E os rostos apagados com um programa que embaçava, mas as histórias ouvidas na noite de hoje jamais sairiam da cabeça de Carlos Torres. Mesmo que ele não fosse preso. Ele dormia com aquelas vozes computadorizadas falando todas as barbaridades que ele cometeu. É claro, que um ser que vive tranquilamente com isso não estaria perturbado com nada disso, mas nós não parávamos. Até que ele fosse atingido, já que parecia que nada o atingia.

Enquanto buscava pelas minhas chaves na enorme bolsa atolada de papéis que a gente vai jogando lá dentro até não ter mais espaço para nada. Quando deixei que algo caísse me curvei para pegar e vi uma mão me entregar. Dando de cara com o dono da mão eu congelei. Eu iria abrir a boca para dizer algo, mas fui interrompida.

- Boa noite, senhorita Robbins. - Meu coração passou a bater descompassado. Carlos Torres estava ali. Meu corpo ficou tenso com sua presença. O que ele fazia ali? Como ele sabia que eu estava ali? Ameacei dar um passo atrás, mas fui segurada por alguém. - Poxa senhorita Robbins, dona Bárbara e o Coronel não te deram a devida educação? Você deve cumprimentar as pessoas. E não sair andando. Vamos lá senhorita Robbins...ainda não ouvi um boa noite vindo de você.

- O que você quer? Vai me estuprar também? - Disse com tamanho ódio em minhas palavras. A mão que me segurava, na qual eu não sabia a autoria, apertou-me os braços. Meu corpo ficava cada hora mais tenso. -

- Se importa? Senhorita Robbins... - O mesmo estendeu a mão para mim como se pedisse minha chave do carro. Apertei-as em minha mão livre. - Ah, não se preocupe. Você quem irá dirigir. Ele sorriu. A pessoa atrá de mim me empurrou em direção ao carro. Com a mão trêmula eu destravei as portas. Carlos entrou na parte de trás. A pessoa atrás de mim, me enfiou dentro do carro. Eu ainda não tinha visto quem era. Sentei-me no banco e enfiei a chave. Ninguém sentou-se do meu lado. Quando eu bati a porta só se ouvia o silêncio do carro. - Vamos, senhorita Robbins. Sabe onde fica Bervely Hills? - Me remexi de nervoso no banco. -

- S-sim.

- Certo. Vá nesta direção. Quando chegarmos lá te dou as coordenadas. - Liguei então o carro. - Sem gracinhas, senhorita Robbins. Finja que está tudo bem com o porteiro. - Assenti com a cabeça. E comecei a sair da garagem. Bob olhou pela janelinha. -

- Está tudo bem Arizona? Não te avistei mais na câmera e você demorou tanto para subir com o carro.

- Sim, senhor Carlson. Eu derrubei alguns pertences, tive que ficar arrumando tudo. - Sorri forçado. Ele retribuiu. -

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