O universo e você

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C

Depois de uma semana que precisei para entender tudo eu estava em casa. Eu não tinha contatado Arizona, mas ela disse que Catherine estava disposta a fazer o que eu queria. Que para ela o importante era eu não ser mais enganada. Eu tentava ao máximo não demonstrar nenhuma desconfiança, mas eu não me sentia mais segura nessa casa. Eu só pensava em todas as mentiras em que eu havia presenciado por anos. E que eu ainda presenciava, pois para eles eu ainda era cega. Ouvi umas batidas na minha porta saindo completamente dos meus pensamentos.
- Pode entrar. - Vi o rosto de Aria, minha irmã, surgir na porta. -
- Ei...está tudo bem contigo? Você só fica nesse quarto, Callie. Estou começando a ficar preocupada. Tem algo a ver com a Arizona? - Suspirei. Aria não sabia de nada. Eu sentia uma tristeza profunda, porque assim que todos soubessem, ela teria de saber também. Minha irmã era uma pessoa muito sensível e apegada aos nossos pais. Isso a destruiria. Ela, diferente de mim, sempre teve um grande carinho por nossa "mãe", afinal, talvez ela mentisse que Aria era dela também, assim como fez comigo, mas ela sempre tratava Aria bem, talvez ela era realmente dela. E eu como a bastarda, filha da empregada que meu pai abusou, era a rejeitada por Lucia Torres. Eu sentia um embrulho no estômago só de carregar esse nome. Só pensar nas barbaridades que Carlos Torres pode ter feito com outras mulheres. Eu queria trazer justiça a todas elas. E isso incluía a que ele barbarizava todos os dias, usando-a como uma marionete. Lucia, apesar de ser uma mulher muito dura, não tinha culpa do que meu pai havia feito. E tentou salvar sua pele. E encobri-lo. Eu sabia, pois sempre vi o jeito como minha mãe era apaixonada por ele. Eu sabia que ele usava isso a seu favor, para abusar psicologicamente dela, mas o único jeito de livrá-la. Ia acabar colocando-a no meio do fogo cruzado junto a ele. - Callie? Você está bem? Até parece que tá viajando.
- Estou, Aria.
- Ok, irmãzinha...eu só estou tentando te ajudar.
- Lembra daquele seu namorado detetive particular? - Aria levantou a sobrancelha estranhando minha pergunta. -
- Sim...o que tem?
- Pode me passar seu número?
- Callie...o que você tá aprontando?
- Eu...queria pagá-lo, para seguir alguém.
- Ok... - A mesma apenas concordou e me passou o número. - Veja lá, Callie...
- Tenho que ir. - Dei um beijo no rosto de minha irmã e coloquei minha bota e um casaco. O tempo estava começando a esfriar. Peguei minha bolsa e sai da enorme casa. Disquei o número de Arizona. Esperei chamar. Quando ela atendeu disse para me encontrar no café em frente ao seu trabalho. -


Estava tomando meu usual capuccino, quando Arizona entrou no café. Ela estava com suas roupas mais sérias de quando está em horário de serviço. Estava linda e elegante como sempre. Uma calça preta colada em seu corpo, uma blusa social branca e um blazer preto por cima. A blusa estava com os 3 primeiros botões discretamente e de maneira muito sensual abertos. Assim que seus olhos cruzaram-se com os meus, ela sorriu. Não nos vimos desde de nosso último encontro. Eu sentia falta de vê-la. Sentia falta dela o tempo inteiro, mas eu precisava resolver outras coisas antes de estar com ela. Era torturante, mas valeria a pena no futuro. A mesma sentou-se em silêncio. O garçom lhe entregou o cardápio e a mesma limitou-se a pedir um café expresso. Após ele sair, trocamos olhares novamente.

- Calliope...

- Arizona.

- Então...porque me chamou aqui?

- Eu te chamei aqui, Arizona. Porque acho que devemos trabalhar juntas. Eu quero fazer parte disso. Seja lá o que é.

- Não estou entendendo, Callie. Do que exatamente quer fazer parte?

- Bem...você e Catherine tem uma parceria certo? Vocês estão investigando minha família a meses.

- Ah...bem...eu só fazia o que Catherine pediu, mas não tenho nenhum macete se é o que quer saber. Ela quem tem os contatos.

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