TREZE

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BERNARDO

A mesma cama, mas parece
Um pouco maior agora
Nossa canção no rádio,
Mas ela não soa como antes
Quando nossos amigos falam sobre você
Tudo o que isso faz é me arruinar
Porque meu coração se parte um pouco
Quando ouço o seu nome
E tudo soa como
Uh, uh, uh, uh, uh

Jovem demais, tolo demais para perceber
Que eu deveria ter lhe comprado
Flores e segurado sua mão
Deveria ter te dado as minhas horas
Quando tive a chance
Ter levado você a todas as festas
Porque tudo o que queria era dançar
Agora minha garota está dançando,
Mas está dançando
Com outro homem

Meu orgulho, meu ego
Minhas necessidades e meu jeito egoísta
Fizeram uma mulher boa e forte como você
Sair da minha vida
Agora nunca, nunca conseguirei limpar
A bagunça em que me meti
E me assombra sempre
Que fecho meus olhos

(...)
Apesar de doer
Serei o primeiro a dizer
Que eu estava errado
Oh, sei que provavelmente
Estou muito atrasado
Para tentar me desculpar pelos meus erros...

******

Eu passei dias incríveis com os meus pais. Eu tinha me renovado, esquecido da bebida e voltei disposto a fazer todas as coisas diferentes. Minha casa parecia até diferente, porque diferente dos últimos dias em que estive aqui, eu me senti em paz, respirei fundo e sorri. Sou uma pessoa nova e irei com calma, colocar minha vida nos eixos.

John me chamou para irmos a um bar novo que inaugurou enquanto eu estava fora, me animei para ir, garanti a ele que estava sóbrio e que só queria reaver os velhos tempos. Passei o dia trabalhando e colocando as coisas no lugar no trabalho, estava tudo organizado no entanto, minha secretária nova deu conta do recado muito bem, organizou tudo enquanto eu estava fora, disse a ela que ela havia me surpreendido da melhor maneira e ela ficou muito feliz e agradecida.

- O Sr. está diferente, Sr. Coldmann. - Ela diz.

- Diferente como?- Pergunto intrigado.

- Parece um homem renovado. Com uma energia tranquila, parece estar feliz.

- E eu estou senhorita, falta pouco para minha felicidade estar completa. Só preciso da minha Charlotte ao meu lado novamente.

- Sugiro que envie flores para ela.

- Ah não, ela não gosta de flores como pedido de desculpas; um chocolate seria melhor, mas ainda não é a hora, irei com calma desta vez.

- Boa sorte, Sr. Coldmann!

- Obrigado! - Eu sorrio e ela sai da minha sala.

Volto a organizar minha vida no trabalho, com tanto tempo fora, eu ainda não estava bem situado. Ás dezessete horas eu terminei uma parte do serviço e fui para casa me arrumar para uma noite divertida com o meu primo. Quando estava quase pronto, ele chegou e depois de alguns segundos, saímos juntos e fomos para o bar.

- E aí cara, como vai a tia Anna? - Pergunta sentado no balcão do bar, bebia um suco para me ajudar a não beber.

- Radiante! Ela ficou muito feliz com minha visita, disse que já estava para invadir minha casa porque havia muito tempo que eu não ia lá. Me ajudou muito, cara. Me deu muitos conselhos sobre como lidar com a Chalotte.

- Cara, sobre isso...

- Eu sei, irmão. Não irei forçar a barra. Irei devagar dessa vez. Aos poucos irei conquistar minha esposa de volta.

- Então, sobre isso, eu...

- John, sei que está com receio de eu fazer merda novamente. Mas estou sóbrio e pronto para recomeçar. Charlotte e eu ainda seremos muito felizes.

Então, John fixou os olhos na entrada do bar. Eu segui o olhar dele e depois me arrependi completamente de ter feito isso. Charlotte entrou no bar, de início eu sorri de lado pois ela parecia sozinha, mas aí, um cara entrou logo atrás dela e a puxou pela cintura, ela sorriu pra ele e eles se beijaram. Senti meu coração bater devagar, senti vontade de chorar derrotado, ela havia recomeçado, estava gostando de outro alguém e eu estava aqui, olhando pra ela feito um idiota, desejando que aquele cara fosse eu, com inveja dele, com raiva dele. Engoli todos os sentimentos que estavam começando a me perturbar e parei de olhar, ela, em nenhum momento, havia notado o meu olhar sobre ela.

- Quem é ele? - Pergunto ao John de cabeça baixa.

- Ricardo Marinne, dono do Ric's.

- Eles estão...

- É cara, namorando... - Eu puxo o ar, sentindo um pesar tomando conta de mim.

- Bom... Eu espero que ela seja feliz. - Digo, apesar de tudo, com sinceridade. Jogo cinquenta dólares no balcão do bar e levanto. - Paga a conta, irmão. Eu estou indo.

Sai do bar e voltei direto pra casa, onde de todas as formas possíveis me mantive sóbrio e chorei, havia perdido a mulher que eu amava. Tomei um banho e fui dormir. Entendi que eu tinha que recomeçar, mas eu sabia que não seria nada fácil.

****

Espero que ele lhe compre flores,
Que ele segure sua mão
Que lhe dê todas as suas horas
Quando tiver a chance
Que leve você a todas as festas
Porque eu me lembro
De quanto você amava dançar
Que faça todas as coisas
Que eu deveria ter feito
Quando eu era o seu homem.

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