CHARLOTTE
Se eu não tiver nada
Eu tenho você
Se eu não conseguir algo, eu não dou a mínima
Porque tenho você
Eu não sei muito sobre álgebra, mas sei que
Um mais um é igual a dois
E somos eu e você
Isso é tudo que teremos quando o mundo acabarPorque querido, nós não temos nada sem amor
E querido, você tem o suficiente para nós dois
Então venha, queridoFaça amor comigo
Quando meus dias estiverem ruins
Me puxe para perto e não me deixe ir
Faça amor comigo
Então quando o mundo estiver em guerra
Deixe nosso amor curar todos nós
Agora mesmo, meu bem
Faça amor comigo
Oh, faça amor comigoEu não sei muito sobre armas, mas eu
Fui acertada por você
E eu não sei quando eu vou morrer mas espero
Que eu morra por você
Eu não sei muito sobre lutas mas eu
Sei que lutarei por você
Só quando toquei sua mão eu percebi
Que estou deitada bem ao seu ladoQuerido, nós não temos nada sem amor
E querido, você tem o suficiente para nós dois..(Beyonce - 1+1)
***A calmaria em Palm Springs estava sendo acolhedora nas primeiras semanas. Bern ainda tinha o escritório dele aqui, porém trabalhava muito pouco, sobrava mais tempo pra nós e estávamos aproveitando bastante. Eu comecei a me questionar até quando isso duraria quando voltássemos para San Diego, e o fato de eu estar sozinha em casa cozinhando, piorava minha agonia. De repente, enquanto mexia o molho para o spaghetti, sinto braços fortes e quentes me abraçando por trás e beijando meu pescoço. O contato me faz rir imediatamente e o cheiro que ele emanava me faz sentir uma paz instantânea.
- Não vi você chegar. - Revelo.
- Cheguei na ponta dos pés, queria te fazer uma surpresa e acho que mereço um beijo por isso. - Ele diz e alcança minhas mãos, me fazendo largar a panela e a colher e me virou para ele, beijando-me suave e lentamente.
Quando cessamos o contato, viro-me novamente, esfregando-me deliciosamente nele e volto a mexer o molho.
- Vai se aprontar para jantar.
Sinto quase como um incômodo quando ele se vai. Ele está no mesmo lugar que eu. Mas sinto uma agonia. Tenho medo de que ele cogite ficarmos aqui. Tudo bem que estamos vivendo melhor aqui, a casa é grande e o lugar é ideal para construirmos uma família. E é fato que estamos realmente vivendo o nosso casamento, mas e as coisas que temos em San Diego? Como posso simplesmente abandoná-las? Percebo que o molho está pronto, coloco-o no spaghetti e sirvo o jantar. Alguns minutos depois ele volta, fazendo a nuvem negra ao meu redor se esvair. Estou em paz de novo. Mas quem resiste àquele sorriso?
O jantar flui bem. A conversa estava no seu melhor momento. Quando estávamos em San Diego havíamos perdido o desejo por momentos como esse. Em que só havia nós e duas taças de vinho. Sem nada erótico, só o amor que era quase palpável. Meu coração doeu. Eu não queria ficar aqui. Tinha coisas para resolver, mas o temor que eu sentia me fazia cogitar uma pequena possibilidade de começar minha vida aqui. Talvez eu me afaste um pouco dos meus amigos, mas talvez seja necessário. Aqui estávamos em família. Bern estava mais tranquilo e bom, ele quase se matou antes de retornar para sua antiga casa.
Perco o apetite. A conversa para de ser estimulante pra mim e eu começo a recolher a louça.
- Lotte, não pense que é difícil notar essa nuvem negra pairando sobre sua cabeça. - Ele diz tranquilamente enquanto me ajuda com os pratos. - Converse comigo.
Hesitei. Será que este era o momento para furar a nossa bolha?
- Não é nada, amor. - Eu sorri, delicadamente, tentando mostrar para o meu marido que eu ainda estava aqui, muito embora eu duvidasse disso.
- Tem certeza?
- Sim. Só estou querendo deitar um pouco.
- Então vamos, estou cansado também.
- Bern, hoje eu não quero... - Eu estava meio envergonhada de revelar que eu não estava muito afim de sexo. Ele sorriu.
- Meu amor, só iremos deitar, agarrados, para dormir.
Nesse momento eu tenho certeza que o amo ainda mais. Ele estende a mão para mim e eu coloco minha mão na dele, que me segura e me conduz até o quarto. Quando chegamos lá, ele deita comigo e me abraça. Depois de beijar meu ombro, sussurra em meu ouvido suavemente: - Durma, Lotte.
E sem mais, eu durmo tranquilamente.
Acordo subitamente e tento me situar em qual momento da noite ou do dia estou. Bern ainda está agarrado em mim, me estico e com esforço alcanço meu celular que estava no criado-mudo, ainda são três da madrugada. Coloco o aparelho de volta no criado e vejo que não irei conseguir pegar no sono. Me viro pra ficar de frente pro Bern e me deparo com os dois olhos incrivelmente lindos e verdes abertos pra mim.
- Não consigo me concentrar no sono quando você esfrega sua bunda deliciosa em mim.
- Não fiz de propósito. - Digo, sorrindo.
- Eu também não. - Diz e aponta do volume aparente no moletom que ele vestia. Coloco minha mão dentro do moletom e aperto o pau dele.
- Isso aqui estou fazendo de propósito. - Ele já me olhava com os olhos de caça. Eu mordi o lábio em resposta.
- Farei isso de propósito. - Com um movimento rápido, ele estava em cima de mim, tirando a camisola que eu vestia e me ataca, fazendo amor comigo até eu adormecer completamente relaxada.
Quando acordo no outro dia, cansada de manter essa angústia, resolvo que conversarei com ele quando ele vier almoçar. Fico nervosa, roendo as unhas e meu coração disparava cada vez que a hora de vê-lo se aproximava. Quando Bern finalmente chegou, eu já estava sem controle das minhas emoções. O nervoso imperava e eu tentava a todo custo disfarçar. Ele me olhava enquanto comia e eu tinha a certeza de que sabia que algo não estava certo comigo. Eu malmente toquei na comida e suspirava fortemente.
- Ok, Lotte. Já chega! Por favor, fale! Está me fazendo andar pelo vale mais angustiante que já andei.
- Bern...
- O que, meu amor? Fale.
- Quando iremos voltar para San Diego? - Pergunto e ele puxa o ar fortemente.
- Lotte... - Me olha com os olhos marejados. - Eu não irei voltar.
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O Jogo do Amor
RomanceComo salvar um casamento? Era a pergunta que Charlotte sempre se fazia. Ela e o marido, Bernardo, casaram-se apaixonados, como as coisas podiam estar daquele jeito? Será que ele havia cansado? Ou ela também já estava cansada e não havia se tocado? T...