Luz no fim do túnel

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Capítulo em terceira pessoa


— Espere! Eu não vou deixar você levá-la. — Monique agarrou novamente a mão ossuda da morte — Droga! Eu cheguei tarde demais, acabaram de desligar os aparelhos.

— Monique, deixe-a fazer o que veio fazer — O doutor Gabriel gritou de dentro do quarto — Não há mais nada que possamos fazer.

— Você precisa de uma vida? Leve a minha. Eu troco de lugar com ela.

— Você não... conta — A ceifadora respondeu.

Sem esperar outra resposta a Monique correu em direção ao corpo da Camille, colocou ambas as mãos em seu peito e despejou de uma só vez toda a energia vital que armazenou por anos.

Até mesmo os pais da Camille e o John perceberam que alguma coisa acontecia ali. Sentiram um arrepio em suas peles.

Depois de muitos e muitos anos Monique assumiu a sua antiga forma humana e ao olhar para a ceifadora, agora via uma belíssima mulher em um vestido branco ao invés do monstro de ossos com uma foice nas mãos.

— Eu aceito!

— O que você disse? — Monique perguntou para a mulher alta.

— Eu aceito a oferta que você fez agora a pouco. Venha comigo.

— E a Camille? O que irá acontecer?

— Você a salvou.

— Não! Na verdade eu que fui salva por ela — Uma luz ainda mais forte tomou conta do quarto, apenas visível para o doutor Gabriel, para a Monique e para a ceifadora. Quando a sua intensidade diminuiu, tanto a vampira quanto a mulher de branco haviam desaparecido.

Poucos segundos após o desligamento dos aparelhos, Camille abriu seus olhos, a claridade era muito forte para que ela pudesse ver qualquer coisa e fechou-os novamente.

­ — Doutor, ela abriu um pouco os olhos! Tenho certeza disso! Rápido — John gritou a plenos pulmões.

— Camille! — Heloíse e Daniel Willians gritaram em uníssono. Logo estavam todos sobre ela, tentando se apegar à última esperança, confirmar se ela realmente tinha aberto os olhos.

— Deixem-me passar! — O médico rapidamente tomou a dianteira, afastando os pais da cama, apertando um botão vermelho ao lado para chamar as enfermeiras.

Duas enfermeiras entraram correndo no quarto — Nos chamou doutor?

— Sim! Temos uma menina aqui que recusa-se a morrer. Mesmo com os equipamentos desligados ela está respirando. Vejam só!

Camille novamente abriu os olhos, dessa vez devagar. Viu pessoas estranhas olhando-a. Queria perguntar onde estava, mas quando viu seus pais ao seu lado ela apenas deixou uma lágrima escorrer.

— Seja bem vinda de volta Camille — O doutor Gabriel sorriu pela primeira vez em dias. 

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