Capítulo em Terceira Pessoa.
— O senhor mandou me chamar? — Bia entrou no escritório do diretor do hospital – Se é a respeito do que aconteceu ontem, eu posso explicar...
— Você me decepcionou! Onde estão os corpos que eu pedi no início do mês?
— Foi só um contratempo, eu vou forçar mais os vampiros.
— Beatriz, já recebemos o dinheiro adiantado pelos órgãos. Inclusive o nosso acordo beneficiará a sua mãe assim que enviarmos a cota aos clientes. Sabe que precisamos agir rápido antes que ela não tenha mais tempo.
— Senhor, temos o doutor Gabriel sempre tentando ajudar esses pacientes terminais e agora uma garota.
— Que garota? Como é possível uma simples garota pôr o nosso plano em risco?
— Ela conseguiu fazer amizade com a principal vampira do hospital e está tentando fazê-la parar.
— Parar? — O diretor levantou-se e bateu com as mãos na própria mesa — Você vai lidar com isso ou não receberá a ajuda para a sua mãe.
— O que eu posso fazer? O senhor sabe que não posso usar outro vampiro contra ela, a Monique impediria. O doutor Gabriel também está sempre de olho.
O diretor caminhou lentamente até o canto da sua sala, abaixou-se e pegou uma caixa de madeira que guardava no fundo de um esconderijo. Colocou-a sobre a mesa e retirou um pequeno frasco.
— O que é isso senhor?
— Você colocará na boca daquela garota apenas uma gota disso. Depois não precisaremos mais nos preocupar com essa interferência. Quanto ao doutor Gabriel, vamos deixar ele continuar pensando que pode fazer algo. Nem eu tenho autorização para fazer qualquer coisa contra ele no momento.
Alguns dias depois
Jogada no sofá, Camille sentia-se cada vez mais fraca e apesar de ter voltado a tomar o medicamento do doutor Gabriel, coisas estranhas têm acontecido. Às vezes ela perde totalmente as suas forças e nem sequer consegue pegar o controle da televisão. Ela estava cada vez ficando mais e mais parecida com o corpo magro sobre a cama, seus olhos já não emitiam aquela luz e ela não sentia nem vontade de levantar-se.
A lâmpada, mesmo apagada, começou a piscar e o ar do ambiente tornou-se frio e seco. Do lado de fora do quarto um ser alto e magro envolto numa manta negra estava parado, como se fosse entrar. Antes que ele pudesse colocar as mãos ossudas na maçaneta outro monstro o impediu.
— O que você quer com ela? — Monique segurou o pulso do ceifador — Você não tem nada para fazer lá dentro.
— A lista ... é ... a lei. — O monstro falava cada palavra entre pausas de cinco segundos, mas as palavras não saíam de sua boca, era mais como se surgissem do nada.
— Dane-se a lista! Saia daqui ou eu juro que acabo com você.
— Voltarei... outro...dia. Pode adiar...mas é...inevitável — Logo após as palavras serem ditas o ceifador apenas seguiu lentamente em outra direção.
Assim que a criatura desapareceu de vista a vampira entrou no quarto, ela não acreditava no que via. Camille estava deitada no sofá, seu olhar perdido em algum lugar enquanto olhava para o teto. Era a imagem de alguém que estava definitivamente perdida.
— O que fizeram com você minha irmã? O que fizeram com você? Eu deveria ter notado que algo estava errado quando você parou de me perseguir. Essa fome nojenta não me deixou notar — Monique acariciava o rosto da menina, que não notou a sua presença — Como eu posso impedir que se vá?
— Poderia ter começado em nunca ter aparecido — o doutor Gabriel entrou no quarto de repente — Sem a sua interferência ela poderia até mesmo já ter acordado. Sabe quanto tempo levou para ela ficar consciente?
— Você não pode me culpar, ela quem foi atrás de mim.
— Não invente desculpas seu monstro. Vá fazer as suas maldades longe dela, talvez ainda haja uma chance dela se recuperar.
— Você já viu antes pessoas chegarem a este ponto. Sabe que ela está morrendo e não há o que fazer.
— Não importa! Diferente de seres como você, eu não irei abandoná-la.
Monique sabia que era verdade tudo o que ele disse. Deu um beijo na testa da garota antes de sair do quarto.
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Antes de Acordar
Bí ẩn / Giật gânO que você faria se acordasse em um lugar totalmente estranho, sem nenhuma pessoa conhecida, sem respostas do que aconteceu com você ou com sua família? A última memória de Camille Williams era a de estar a caminho de um passeio com sua família, ma...