-Luiza, caralho- Senti meu corpo sendo chacoalhado por frias mãos e me vi obrigada a abrir os olhos. Era a Ana. E Jess, e Lou, e Aaliyah. Todas elas gritando comigo ao mesmo tempo, silabando coisas que meu corpo demorou a raciocinar.
-O que aconteceu e por que vocês estão assim? – Apontei para as meninas que me olhavam incrédulas- Foi só um cochilo, eu to aqui há no máximo meia hora- Dei de ombros, coçando fracamente os olhos.
-Você sumiu há tipo, umas duas horas- Jess disse, chegando o horário no seu relógio de pulso- Inclusive, a gente ia agora mesmo chamar a policia- Ela bufou, apertando as têmporas.
-Vou avisar o resto do pessoal que a achamos- Ali alegou, enquanto sacava o celular do bolso da sua jaqueta jeans e discava algum número. Suas mãos tremiam durante o processo. Elas realmente estavam preocupadas.
-Não fiz por mal, de verdade- Bufei, tapando o rosto com as mãos- Uma funcionária do hotel precisava limpar o quarto e me expulsou de lá, e eu estava com uma dor de cabeça- Mentir não é legal , meu inconsciente repetia incansavelmente- então vim pro saguão esperar por vocês, mas acabei cochilando.
-Eu só não vou brigar com você agora porque estava preocupada pra cacete –Lou sorriu fracamente, sentando-se ao meu lado e me envolvendo em um abraço.
Jess e Ana suspiraram e, quase que simultaneamente, se juntaram a Lou e me abraçaram também. Mesmo sem saberem de toda a indecisão que me corroia internamente, elas sabiam a exata hora de agir. Involuntariamente, sorri. Um sorriso que logo foi desfeito devido à chegada exasperada dos meninos juntamente com Ali.
Os jack's, Nash e Cameron me abraçaram e fizeram questão de checar cada osso do meu corpo. Eles ficavam incrivelmente engraçados quando preocupados e me permiti soltar um risinho tímido.
-Luiza, você quase me matou do coração- Nash se jogou no sofá, ao lado da Ana. A mesma revirou fracamente os olhos e se afastou milimetricamente. Sabia que ela estava louca pra colar aquela boquinha contra a dela, mas era orgulhosa demais.
Depois de ter explicado detalhadamente que o motivo do meu "sumiço" era a ocasional dor de cabeça, o clima já tinha se acalmado um pouco e vi as expressões preocupadas se tornarem mais leves. Agradeci aos céus pela minha versão ter convencido todos ali.
-Pra mim, essa porra de dor de cabeça é tudo mentira- Cam abriu sua linda boca pra falar merda novamente. Meus músculos se enrijeceram e eu temi com cada átomo do meu corpo que ele tivesse visto algo.- Tenho certeza que isso é desculpa, ela saiu de fininho pra dar, essa safada- E assim, a sala explodiu em gargalhadas, até mesmo eu. Graças a deus.
Levantei meu corpo da poltrona onde eu havia me sentado, e todo o resto me acompanhou. Me permiti estar absorta novamente dentro dos meus próprios pensamentos e, as únicas coisas que escutei foram relacionadas a alguma festa que ocorreria há algumas horas. Provavelmente, seria arrastada até lá.
Após todos terem me abraçado pelo menos mais umas 2 vezes, cada um se dirigiu ao seu aposento e eu, fui ao meu, acompanhada das meninas. Joguei meu corpo sob a cama arrumada e encarei as meninas pegarem seus vestidos de festa e tentarem se decidir em qual usar.
Ali sorriu fracamente e veio até mim, deitando o seu corpo ao meu lado. Senti a sua mão procurar pela minha e entrelacei as mesmas. As bochechas rosadas da menina e o cabelo castanho se assemelhavam as do irmão. Sorri tristemente quando senti seu olhar cair sob mim.
-Você tem certeza que foi só uma dor de cabeça?- Eu balancei a cabeça em afirmação, mas não senti firmeza no meu ato. Ouvi a menina suspirar e apertar ainda mais a minha mão. - Quando se sentir a vontade pra conversar comigo, vou estar aqui, tudo bem?
Chacoalhei a cabeça, aperfeiçoando a curva que tinha se formado torta no meu rosto. Senti seu corpo se levantar e, juntamente, sua mão me puxar. Lutei bravamente para as meninas me deixarem ficar, e, depois de apelar para a dor de cabeça, conquistei a vitória.
Depois de horas a fio ajudando as meninas a ficarem prontas, me vi sozinha no quarto novamente. Fui até a minha mala e peguei o primeiro conjunto de biquíni que vi na frente, o vestindo. Cobri o corpo com um camisetão e calcei meus chinelos. Me agarrei a uma das toalhas do hotel e destranquei a porta, saindo do aposento em seguida.
Andei preguicosamente até o elevador e apertei o botão, esperando o mesmo chegar no meu andar. Descansei minha cabeça sob a parede gélida e batuquei os dedos contra a toalha. Foquei o meu olhar em um ponto fixo e viajei para longe.
-Achei que você estivesse com dor de cabeça- Uma mão alcançou meu ombro e a voz tão conhecida por mim, invadiu meus ouvidos. Minha respiração falhou fracamente e senti meu coração se acelerar.
-Achei que você estivesse na festa com todo o resto- Respondi na mesma intensidade, forçando a me recuperar. Arrumei minha postura, e virei meu corpo em sua direção. Em algum momento teria que o encarar.
-Não estava no clima de festa- Vi os ombros do moreno subirem em um ato de indiferença- E você, por que sumiu o dia todo?
-Acho que você já ficou sabendo de todo o ocorrido, mas foi por causa de uma dor de cabeça, Shawn- Repeti a sua ação, e, no mesmo tempo, as portas do elevador se abriram e eu adentrei. Ele segurou as portas do mesmo, e, juntamente, entrou.
-A hora que voltei da caminhada, fiquei te esperando- Senti seu olhar cair sob o meu rosto, mas continuei a prestar atenção nos botões do elevador. Eu já tinha decidido o que era melhor e mais eficaz para ambos, e, insistir nesse erro não era o certo a se fazer. Eu precisava ser forte- Eu ia te levar para almoçar em um restaurante da cidade, e refiz a reserva para amanhã. Tudo bem por você?
-Combinei de sair com as meninas amanhã- Disse, curta e grossa. Aquilo me partia o coração. Vi o sorriso do menino se desfazer e seu corpo se endurecer.
-Ah, tudo bem. Eu remarco pra outro dia. - Suspirei e voltei meu olhar para ele. Shawn tinha a expressão confusa e me analisava tentando entender o que se passava na minha mente. Eu queria abraçá-lo e dizer que estava tudo bem. Mas eu não iria mentir, nem pra ele e muito menos para mim.
-Shawn, não espero que você me entenda, mas acho que nós deveríamos parar antes mesmo de começar- Bufei me afastando do garoto- Vivemos em mundos diferentes, e eu sou apenas uma passageira no seu. Em poucos meses isso tudo acaba, eu volto para a minha realidade e acho que essa fantasia que possa estar se formando vai acabar me deixando em pedaços. Você é uma pessoa incrível, mas nós não conspiramos com o universo. Vamos encarar o fatos antes que os danos tomem proporções drásticas. Não é pra ser, nunca foi- Dei de ombros, suspirando e engolindo as lagrimas que ameaçavam a cair. Temia que já era tarde demais, eu, talvez, já estivesse bastante envolvida. A porta se abriu e sai- Precisamos agir conforme a realidade nos permite, e, acho que tomei um banho de água fria.
Antes que ele pudesse raciocinar e engolir tudo o que eu havia dito, as portas se fecharam, fazendo com que o meu reflexo surgisse na parede de metal. A casca grossa que eu tinha formado há poucos momentos antes, se descascou. "A tempestade vem antes do arco-íris"
Oi gente, somos 14 mil e eu não tenho como agradecer todo esse carinho gigante! Obrigada por serem sempre pacientes e acompanharem essa historia maluca entre Lu e Shawn. Prevejo muitas reviravoltas em um futuro proximo HAHAHAHA
Amo vocês, espero que tenham tido uma boa leitura.
Comentem, votem, mas por favor, não sejam fantasmas!
Com todo o amor do mundo,
Giu <3
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Soul mate // Shawn Mendes
Teen FictionLuiza, uma garota brasileira de 16 anos, se muda para o Canadá em busca de adquirir mais conhecimento e mudar a sua vida, mas muito mais está a aguardando. Seu ídolo, Shawn Mendes, se torna alguém presente em seu dia a dia, fazendo com que sua paix...