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"Não tente entender a dor do outro. Isso é freneticamente impossível. Por mais que tente, você não passará pelo mesmo rio duas vezes"
~ Psicologicamente (Wattpad).

 Por mais que tente, você não passará pelo mesmo rio duas vezes"~ Psicologicamente (Wattpad)

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FLASHBACK

Andrew sentiu o sol queimar sua face pela janela do carro que estava em movimento constante, a estrada de terra esburacada fazia o automóvel balançar de uma forma mais que irritante e quase insuportável.

O pequeno Parker estava feliz por ser chamado pelo pai para saírem juntos. Bernardo não levava o filho para muitos lugares, aquilo era um privilégio para o pequeno.

— Pai — chamou a voz grave de Lucas. — Por que você trouxe esse empecilho?

O pequeno Parker não precisava estar ligado na conversa para saber que o empecilho apontado era ele.

Era verdade, uma verdade que já não machucava como antes.

— Núbia tirou um dia de folga.

— O menino já tem 8 anos, pai. Ele pode ficar em casa sozinho e também tem vários outros empregados que poderiam cuidar dele — sr. Parker riu zombando de Andrew.

— Empregados com outra função e, nem em sonho, Andrew ficaria na minha casa sozinho fazendo o que bem entendia.

Era doloroso ser forçado a escutar o deboche de sua família, é tão ruim não se sentir amado.

Abafou o som externo com o fone de ouvido ao máximo, isso faria com que ele se controlasse.

Todo dia vários insultos eram lançados contra a criança, como se isso fizesse parte da rotina de Lucas e Bernardo.

O pequeno Parker simplesmente os encarava enquanto era humilhado.

Tentando não deixar transparecer sua dor, ele mantinha sua face neutra, diria que até indiferente. Andrew não queria se mostrar vulnerável ao deixar que vissem sua magoa. Sua dor insuportável.

O pequeno Parker queria tanto controlar aquela vontade de chorar que lhe invadia todas às vezes. O aperto que tomava conta do seu coração todas as noites. A culpa que o consumia. Ele não deveria ter tirado a vida daquela mulher tão sorridente.

Ele merecia ser maltratado mesmo. Sabia disso. Merecia pagar por ter nascido um monstro.

Ele já era forte demais.

Perigoso demais.

— Você não vem? — Andrew escutou a pergunta sobre o toque da música e abriu os olhos com relutância.

Lucas chamava Andrew, já fora do automóvel, da janela sem fumê do carro ele teve a visão perturbadora do seu meio irmão.

Andrew desceu do veículo de vagar. Olhou ao redor. Analisando. Constatando.

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