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"Nós, serial killers, somos seus filhos, seus maridos, estamos em toda parte"
~ Theodore Bundy (O Picasso dos Serial Killers).

"Nós, serial killers, somos seus filhos, seus maridos, estamos em toda parte"~ Theodore Bundy (O Picasso dos Serial Killers)

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FLASHBACK

Andrew odiava ir à escola.

Ele não via necessidade de tamanho desatino, já que o mesmo se considerava mais inteligente do que os professores que o ensinava.

Todos os dias ele fazia sua caminhada matinal, de cinco quarteirões, para à escola.

Esta era a única coisa que ele via de bom naquela obrigação: espairecer seus pensamentos.

Digamos que era uma caminhada demorada. Andrew procurava ao máximo enrolar o tempo com seus passos pesados. Era uma rotina.

Depois da morte de Lucas, Bernardo nunca se ofereceu para levar o filho postiço até a escola e, se um dia chegasse a fazê-lo, o jovem Parker teria o decoro de recusar. Nunca abriria mão de sua caminhada prazerosa pela companhia efêmera de Bernardo.

— Bom dia, sra. Albuquerque — ele cumprimentou a velha senhora que sempre passava pelo seu caminho todas as manhãs.

— Bom dia, meu jovem.

Andrew assentiu dando um sorriso largo.

Soprou assim que a velha passara por ele. Ela estragava sua caminhada todas as manhãs. Se considerava um homem de sorte quando não passava pelo desvairo de ver o rosto enrugado da velha senhora rabugenta e indelicada.

O jovem Parker nunca gostara dela. Mesmo que suas conversações nunca houvessem passado de um cumprimento educado.

Ele tinha mania de julgar as pessoas pela sua aparência, assim como resto da sociedade.

Não é como se a sra. Albuquerque fosse uma velha desleixada. Não era isso. Andrew não julgava pelos status sociais, mas sim pelas ações, comportamento e expressões faciais. Ele nem ao menos percebia que fazia isso com tamanha frequência e quão tantos eram seus acertos.

O menino Parker parecia sentir quando alguém não merecia sua confiança. Ele poderia ser um garoto fechado e sem amigos — não por falta de opções, entretanto, por achar que ninguém merecia sua companhia —, mas sabia quando podia confiar em alguém e a velha senhora estava bem longe de ser uma pessoa confiável tendo em vista sua percepção.

Andrew revirou os olhos ao lembrar que já estava chegando a escola, aumentando a intensidade da música que tomava conta dos seus ouvidos. Tocava uma playlist qualquer em seu mp3, nem se dera ao trabalho de ver qual, ele houvera a adicionado noite passada logo após ter desenhado um esboço de um dos casos policiais que ele estudava.

Escutou o burburinho invadir seus tímpanos, se sobressaindo ao volume máximo dos seus fones.

Parecem animais.

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