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"Talvez foram meus pensamentos nublados
Ou o vendo frio que açoitava a janela
Talvez foi minha áurea cinza
Ou o sol que não brilhava
Não importa o que mudou
Não importa de quem foi a culpa
A chuva caiu impiedosa
Aqui dentro e lá fora"
~ Choveu.

"Talvez foram meus pensamentos nubladosOu o vendo frio que açoitava a janelaTalvez foi minha áurea cinzaOu o sol que não brilhava Não importa o que mudou Não importa de quem foi a culpa A chuva caiu impiedosaAqui dentro e lá fora"~ Choveu

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Meus dedos estavam brancos, eu apertava a direção do carro com força, com vontade de amassar toda ela, arrancá-la dali e a jogar pela janela, tacando ela na cabeça de alguém.

Olhei para a enorme casa, com estado desgastado e velho, ocupada agora pelo governo, e me perguntei que tipo de história já tiveram feito ali.

Quantas coisas aconteceram escondidas, vividas e sentidas naquela enorme mansão que agora era a delegacia?

Relutei em descer do carro, não queria sair da minha pequena toca insegura, estava receoso, iria detalhar meu crime para milhares de pessoas.

E se fosse uma emboscada?

Esse pensamento martelava e martelava cada vez mais, eu tentava dizer a mim mesmo que todas as pessoas que estavam investigando o caso eram burras demais para verem o óbvio, mas eu sabia que não era tão verdade assim. Eles não eram melhores que eu, entretanto, da mesma forma, ainda eram capacitados.

Tomei uma força enorme e abri a porta do meu automóvel, resistindo a minha vontade de contar até mil para tirar o nervosismo.

Que aconteça o que tiver que acontecer.

Pisei na neve por cima do asfalto com meus sapatos marrons de bico fino e, finalmente, me vi sair do meu esconderijo.

Coloquei as mãos no bolso do casaco, me protegendo melhor daquele frio dilacerante.

Ayla estava lá dentro, me esperando, pronta para me contar um segredo, para me dizer sobre suas suspeitas, para me incluir um pouquinho mais na sua vida.

Eu precisava ser forte, tirar aquele sentimento de dúvida de dentro de mim, nada de errado aconteceria e, se acontecesse, eu houvera entrado naquilo sabendo dos meus riscos e estava pronto para pagar pelos meus crimes caso fosse necessário — não que eu acreditasse que cadeia alguma fosse consumar meus pecados, talvez até os aumentasse.

— Sr. Parker! Sr. Parker! — os repórteres que faziam motim na porta começaram a gritar assim que me viram.

Eu dei um meio sorriso para eles, não um sorriso feliz, porque eu precisava parecer triste e preocupado. Contudo, um sorriso convidativo e acolhedor, embora eu quisesse que todos eles evaporassem e me deixassem em paz.

Alguns policias apareceram para me ajudar a passar por aquela dezena de pessoas, agradeci a eles com um pequeno aceno assim que eles me deixaram já dentro da delegacia.

Parado a porta observei o local por alguns minutos. Nunca tivera pisado ali. Era lindo, rústico, alguns desenhos realistas pintados no teto, as cores vibrantes, parecia um grande e belo museu.

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