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"Mesmo morta ela ainda estava sendo mordaz comigo. Eu não pude fazê-la calar a boca"
~ Ed Kemper; O Assassino de Colegiais (sobre sua mãe).

 Eu não pude fazê-la calar a boca"~ Ed Kemper; O Assassino de Colegiais (sobre sua mãe)

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Eu me senti estremecer sobre seu hálito quente.

Um arrepio involuntário passou sobre meu corpo.

Ela estava tão próxima, eu poderia sentir o gosto de seus lábios.

Eu queria beijá-la, mas eu não iria.

Não deveria ser agora, eu não estava preparado para sentir seu calor tomar conta de meu corpo por inteiro.

Mas eu não conseguia raciocinar. Não conseguia me afastar ou me aproximar.

Eu sentia que se a beijasse ela não ficaria. Como se a qualquer momento ela pudesse escorrer por entre meus dedos.

Perdê-la era tudo que eu menos queria.

Fechei meus olhos e respirei fundo, tomando coragem para mandá-la se afastar.

Porém, como o mais doce sentimento, senti a maciez de sua boca, um toque tão sutil, implorando para que eu tomasse seus lábios nos meus.

Meu coração batucava.

Senti sua respiração bem próximo de mim, me convidando mais uma vez.

Deus, seria tão ruim assim desejá-la com tudo que eu mais tinha?

E já era tarde.

Nossas bocas dançaram de forma incessante como se dependêssemos daquilo para todo o sempre, ao menos eu dependia.

Tomei sua cintura e a aproximei mais de mim. Tentando nos fundir, nos tornar um só e, por um momento, parecia possível, mesmo que eu não quisesse que um ser tão puro se misturasse com uma alma negra e solitária.

Passei meu polegar sobre a bochecha macia daquela bela mulher e como era bom saber que ela era minha, somente minha.

Ela era a perfeição.

Minha perfeição.

Meu corpo foi tomado por uma ansiedade, não queria que aquilo acabasse sem ao menos ter um começo, não queria que depois daquilo ela virasse as costas e me desse um "tchau".

Eu a queria comigo para todo o sempre, queria seus lábios nos meus todos os dias antes de dormir e todas as manhãs depois de acordar.

E meu medo parecia se tornar real, pois não senti mais ela sobre meu toque, nem seus lábios nos meus e, muito menos, seu calor aconchegante.

Abri minhas pálpebras a procura de seus olhos doces, de seu sorriso contagiante e belo.

Nada.

Onde está Lily?

Onde minha menina se meteu?

Olhei para o horizonte, tudo era branco, como se um grande refletor me iluminasse, forcei meus olhos sobre aquela luz e a vi, ela andava sozinha ao longe como se nada houvesse acontecido e senti meu coração se despedaçar, era torturante saber que eu não significava nada para ela.

Corri até a Ayla em busca de uma satisfação.

O que eu houvera feito de errado?

Eu não queria machucá-la.

— Lily! — gritei sem fôlego já perto dela. — O que aconteceu? Para onde está indo?

Vi-a se virar.

Mas... não era Lily.

Isabela.

Maldita Isabela.

E, como em um terrível pesadelo, o céu se tornou nublado e em um passe de mágica o refletor se desligou.

O que Isabela fazia ali?

Onde está Lily?

— O que você fez com ela? — gritei chorando. — Por que você não me deixa em paz? — a empurrei com todas as minhas forças.

Queria esmurra-la até a morte.

Isabela riu alto de mim, imaginei que fosse da minha expressão assustada e confusa, sua voz tenebrosa chegou até meus ouvidos antes que eu pudesse finalmente acordar daquele pesadelo:

— Ficarei para sempre com você, Andy. Não me peça para ir embora.

Acordei socando o vento.

O suor molhava a colcha de minha cama, mesmo estando frio lá fora.

Eu gritei.

Isabela.

Isabela me aterrorizava. Me sufocava. Me matava. Me massacrava.

Eu a odiava.

Odiava sua presença atormentadora em meus sonhos mostrando que ela ainda estava viva dentro de mim, mostrando sua superioridade — ela era a única pessoa que jamais eu poderia matar, mesmo se quisesse.

Eu a odiava tanto que chegava a doer dentro de meu peito.

Bufei me levantando da cama.

Só tinha um lugar para onde eu deveria ir.

Meu quarto de desenhos. Meu lugar secreto. O abrigo dos meus demônios.

Eu pegaria seu anel e o colocaria em meu dedo. Ela estava morta, aquele objeto era a prova.

Meu troféu.

Eu havia a matado.

Eu havia a matado

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NOTA DA AUTORA

CHAGUEI ATRASADA, MAS CHEGUEI.

MÚSICA: "Fools", Troye Sivan.

Link da playlist de Ônix e do grupo no WhatsApp disponível na minha descrição!

Ps.: Não esqueça da estrelinha e do comentário, assim eu me sinto mais motivada!

Ps*.: Atualização toda quinta-feira, podendo ter bônus ao longo da semana, dependendo dos comentários e votos...

Ps#.: Mano, juro que me emocionei quando vi a mensagem dessa menina no meu mural. Velho, foi simplesmente LINDÍSSIMO.
Obrigada pelo carinho, @anabiaxg

AMO VOCÊS❤️

Ass.: Mari Edeline.

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