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"Por mais que tenhamos ensaiado nossa fala e estejamos preparados para a melhor cena, nos bastidores do universo alguém troca nosso papel de última hora, tornando surpreendente a nossa vida."

Autor desconhecido.

Parei o carro na porta da delegacia, esperando Lily sair dali

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Parei o carro na porta da delegacia, esperando Lily sair dali. Já fazia dois dias que ela fugia de mim, tentando não explicar o que acontecera naquela noite.

Mas hoje não, ela não iria mais fugir.

Saí da residência dos Scott naquela noite com receio de deixar Ayla sozinha, sem saber o que se passava dentro daquela casa quando ninguém estava vendo.

Eu lutei para ser gentil durante o jantar inteiro, mas só conseguia escutar o sussurro de Lily e depois seu grito de desespero, várias vezes a raiva subia por minha garganta, querendo escapar, quase explodindo. A ansiedade para saber o que acontecera, as suposições que rodeavam minha mente desde então.

E tudo piorava quando olhava para Lily e via seu semblante caído, com medo, vergonha. Ela não estava bem e pude jurar que notei uma mancha roxa escapando de seu braço por baixo daquela roupa toda.

Lily.

Abaixei o vidro de pressa, buzinando para que ela me visse. Olhou de relance para o carro e soprou sem humor nenhum. Fingiu que não viu e continuou andado, provavelmente iria tomar seu café pós turno, ela sempre fazia isso, uma rotina que ela tomara como sua provavelmente a bastante tempo. Sempre ficava relaxada enquanto tomava seu cappuccino e rabiscava um caderno que eu daria de tudo para ver o conteúdo.

Avancei com o carro e buzinei novamente, deixando claro que hoje ela não fugiria. Eu dei seu tempo, mas agora eu realmente precisava entender o que estava acontecendo. Afinal, o dono do jogo era eu.

— Entre — pedi.

Ela colocou a mão na cintura se apoiando em um dos pés.

— Não é uma boa ideia.

A olhei lhe lançando um sorriso torto.

— Por quê?

— Eu sei o que você quer.

Não, não sabe.

— Você prometeu que me contaria tudo.

Ela soprou mais uma vez, revirou os olhos se encaminhando para dentro do meu carro, sem lutar mais.

— Você não vai me deixar em paz mesmo — bateu à porta do carro com um pouco de força.

A olhei descaradamente, toda aquela roupa, ela não usava tanto tecido assim.

Segurei seu braço, onde jurava que tinha visto uma mancha, e o puxei pra mim com um tanto de agilidade que pude escutar ela segurando o ar nos pulmões.

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