| Capítulo III |

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" A coroa da responsabilidade é a mais pesada, mas não é ela quem define um rei. Um verdadeiro rei não precisa de um símbolo, a sua palavra é o que basta."

Milene Oliveira


1 semana depois

- Dia da Coroação -

A carruagem da princesa de Artena atravessou a fronteira com Montemor, beirando os portões do palácio real, em poucas horas.

- Vinte e sete moedas de libra e um soldo em troca da salvação! - um homem ofertava ao lado externo do castelo, próximo dos portões, acompanhado por um segundo.

- O que está havendo aqui meu pai? - Catarina questionou, ao afastar a cortina solta em frente a janela da carruagem.

- Estão negociando a salvação. - rei Augusto explicou - As almas que pagarem pelo pecado que cometeram serão absolvidas e passarão diretamente do purgatório para o céu.

- Essas pessoas acreditam mesmo nisso? - a princesa com seu ar inteligente, não pode deixar de observar a quantidade de plebeus em volta da bancada.

- Ao que parece, sim. - Augusto afirmou - Venha! Vamos entrar.

O monarca de Artena gentilmente tomou a mão da filha, ajudando-a a descer da carruagem. No momento em que a princesa se afastara da carroça, o povo começou a reverenciá-la, ficara conhecida em Montemor nos últimos tempos, sempre simpática ia adiante sorrindo e acenando.

Afonso estava ao lado dos brasões do reino, sustentado por duas pilastras, bem diante da porta principal, acompanhado por seu irmão mais novo. Não parecia mais confuso, nem inseguro. Trajava uma roupa específica para tal ocasião, ele estava lindo, Catarina não pode deixar de notar. Subiu os degraus, ainda seguida pelo pai.

- Afonso! - a princesa o comprimentou, com certo brilho no olhar. Ela já havia esquecido o último encontro dos dois e a briga que tiveram.

- Catarina! - ele forçou um sorriso ao canto dos lábios. - Rei Augusto! Por favor, fiquem a vontade.

Seguida pelo sorriso embasbacado do príncipe mais novo, Catarina entrou no palácio. No momento em que ela pisou no salão principal, todos se viraram a encarando, fazendo comentários discretos. Ou nem tão discretos, já que ela havia percebido a reação de quase todos.

- Estão todos olhando para mim, meu pai. - ela apertou o braço de Augusto, enquanto sussurrava sorrindo.

- É por que sabem que em breve será você quem irá receber a Coroa de Montemor. - disse o rei, encorajando a filha.

- Que Deus te ouça, meu pai. - comentou ela, empolgada - Já me vejo em meu vestido de noiva!

- Princesa Catarina! - um ser estranho se aproximou da princesa, quando ela olhou para baixo, se deparou com uma mulher baixinha com dois pares de chifres sobre a cabeça - Sou Lucrécia, de Alcaluz.

Ela entreolhou o pai.

- Engraçado, nunca ouvi falar do seu reino. - Catarina fora sincera, aquele não era um dos reinos mais conhecidos em toda a Cália.

- Ouviu agora. - a outra princesa continuou - Bem, é um prazer conhecer a nova rainha de Montemor.

- Espero honrar este título, em breve, Lucélia.

O TRONO DE SANGUE - Afonsarina [REVISANDO / INCOMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora