| Capítulo IV |

1.4K 104 127
                                    

"Qualquer homem que precise dizer 'eu sou o rei', não é um rei de verdade".

Tywin Lannister


- Ela invadiu o castelo, meu pai. - confessou Catarina ao rei, caminhando de um lado para o outro no quarto que lhe fora reservado no palácio dos Monferrato - Mas eu me lembro bem, antes de encontrar Afonso, eu sonhei com ela. - disse se referindo à plebéia - Isso é tão estranho.

- Catarina, não ocupe seu tempo com esses pensamentos. - aconselhou Augusto ao sentar-se sobre a cama - Àquela moça só estava atrás do dinheiro que lhe prometeram.

- Será mesmo? Não me pareceu que ela estivesse atrás disso. - pensativa ela prosseguiu para a janela, encarando as estrelas espalhadas pelo céu negro, este fora o único cenário que conseguiu acalmá-la. - Acha que mamãe estaria orgulhosa de mim?

Catarina perguntou em seguida. Por mais que amasse Afonso, dúvidas frequentes iam surgindo em sua mente conforme a data do matrimônio estava se aproximando.

- É claro que estaria. - respondeu Augusto com o olhar distante - Bem, eu só passei aqui para ver como você estava. Vou para os meus aposentos, aproveite para descansar.

A princesa virou-se, caminhando até o pai. Recebendo, gentilmente, o beijo que ele depositara sobre sua testa.
Um barulho alto que parecia atingir até mesmo as nuvens tão bem firmadas no céu, rompeu o momento fraterno entre pai e filha, fora um completo estouro, que certamente abalara toda a cidade. As chamas das tochas à beira da porta inflamaram-se, enquanto a única janela do cômodo no qual a princesa se encontrava explodira, derrubando estilhaços ao chão, isso tudo no mesmo instante em que Catarina gritara, caindo em desespero. Ela apertava as mãos do pai com força, completamente apavorada. Ele a abraçou, tentando protegê-la do que quer que fosse. Ambos estavam com o coração prestes a sair pela boca, parecia que toda a cidade estava desabando, caindo aos pedaços. Ninguém sabia se estava seguro ao lado de dentro do muro do palácio, o medo dominava a veia de todos no Castelo.

- Por Deus! O que está havendo, meu pai? - ela perguntou receosa.

Mesmo sábio, Augusto não foi capaz de dizer nada.

- Cássio! Reúna um pequeno grupo de soldados. - ao ouvir a voz de Afonso no corredor, Catarina saiu em disparada do quarto - Vamos verificar o que aconteceu. O que quer que seja, está bem próximo daqui.

- Afonso! - a princesa parou em frente ao rei, completamente angustiada - Que barulho foi esse?

Augusto logo apareceu atrás da filha.

- Eu ainda não sei, Catarina. - ele passou a mão pelo cabelo - Preciso que faça um favor para mim.

- Claro! - concordou ela, de prontidão.

- Reúna todos os nobres no salão principal, explique a situação e diga para ficarem calmos.

- Não se preocupe, Afonso. - Catarina tocou em seu antebraço - Eu cuidarei de Montemor em sua ausênsia.

Logo em seguida, ela o abraçou, movida pela adrenalina.
Sentiu-se mais calma nos braços de Afonso, e ele apreciara o cheiro de seus lindos cabelos, esquecendo, por um momento, toda a confusão. Mas brevemente ele teve de cair em si, partindo do castelo.

(...)

- Fiquem todos tranquilos! - disse Catarina na sala principal, frente ao trono de Montemor, acalmando os demais monarcas. - Afonso partiu em companhia de alguns homens para averiguar o que foi essa explosão.

O TRONO DE SANGUE - Afonsarina [REVISANDO / INCOMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora