Greenwood - Nem tudo é o que parece ser. [CONCLUÍDO]

Prólogo

— Olá princesinha.

Ao ouvir a voz grave e masculina atrás de mim, virei-me rapidamente, movendo-me com a agilidade treinada ao longo dos anos. Sem hesitar, pressionei-o contra a parede, a adaga fria em sua garganta antes mesmo que ele piscasse.

— Oh, calma, princesa, sou eu - disse Cristhian, meu maior rival dentro da fortaleza.

Seu tom era casual, mas eu não baixei a guarda. Afinal, com tantas traições e jogos de poder, confiar em alguém era um luxo que não podíamos nos dar.

Ao pressionar ainda mais Cristhian contra a parede, pude observar melhor sua expressão. Ele era mais alto que eu, então eu tinha que levantar a cabeça para encarar seus olhos que tinham a tonalidade de um castanho que combinava com seus cabelos castanhos claros. Seu nariz reto, físico forte, resultado de anos de treinamento, contrastavam com o sorriso zombeteiro que sempre adornava seus lábios.

— Quantas vezes eu disse para não me testar, Cristhian? Qualquer dia vou cortar sua garganta para ver se você aprende a lição - disse finalmente soltando-o e dando um passo para trás.

Deixei-o recuperar o fôlego e se endireitar, mas seu sorriso irônico persistia. Ele não me enganava com essa interpretação, afinal, ele poderia ter se libertado com facilidade de minha emboscada caso ele quisesse. Porém de início, ele foi pego de surpresa e isso poderia ter custado a sua vida com os segundos de vantagem que eu levei.

— Por que anda tão assustada? Afinal, só estou aqui porque o mestre quer falar com você. Parece que temos um serviço novo - disse ele, com falso entusiasmo.

Ele se virou e saiu, sem verificar se eu o seguia. Sem escolha, segui pisando duro atrás dele.

O corredor era claustrofobicamente estreito, com apenas espaço suficiente para duas pessoas caminharem lado a lado. As paredes de pedra tinham pequenas janelas que permitiam a entrada da luz do dia, revelando o pátio abaixo onde alguns de nossos "companheiros" realizavam seu treinamento diário. O som de nossos passos ecoavam pelo corredor vazio, misturando-se com o ocasional rangido da estrutura antiga da fortaleza.

O caminho desembocava em uma escadaria de pedra que levava ao piso inferior da fortaleza. Descemos os degraus em silêncio, comigo ainda um passo atrás de Cristhian. A luz do dia inundava o espaço quando chegamos ao final da escada, revelando o pátio movimentado abaixo. Alguns rapazes sem vestes da cintura para cima estavam treinando com espadas e arcos, enquanto outros observavam ou conversavam animadamente durante o descanso. Obviamente levantando uma aposta sobre quem ganharia em uma luta ou quem acertaria o alvo com exatidão.

Cristhian parecia não se importar com a agitação crescente enquanto nos aproximávamos do pátio, seguindo em frente com confiança. Eu o seguia de perto, mantendo a adaga pronta para qualquer eventualidade.

Ao chegarmos ao pátio, era como se uma outra atmosfera nos envolvesse. O ar estava impregnado com o cheiro de grama recém-cortada e suor dos treinamentos. O sol brilhava no céu azul, fazendo com que o suor dos rapazes ficasse mais evidente. O som metálico das espadas e o estalo dos arcos preenchiam o ar, criando uma sinfonia de combate.

Um grupo mais próximo se virou para ela e desferiu sorrisos maliciosos em sua direção. Ela retribuiu com um revirar de olhos e seguiu em frente.

Cristhian liderou o caminho até o prédio principal da fortaleza, onde o escritório de Edgar estava localizado. O prédio era imponente, com grandes portas de madeira e janelas altas que permitiam a entrada da luz do sol. À medida que nos aproximávamos, dava para notar as paredes adornadas com tapeçarias antigas e brasões de armas familiares.

Enquanto seguia atrás de Cristhian, pude observar sua vestimenta. Ele estava usando roupas escuras e práticas, adequadas para o ambiente sombrio e para suas habilidades como assassino. Sua roupa consistia em calças escuras e uma camisa de mangas compridas, ambas feitas de tecido resistente. Um manto escuro cobria seus ombros, dando-lhe uma aparência ainda mais misteriosa. Suas botas eram simples e silenciosas, perfeitas para se movimentar sem ser notado.