Greenwood - Nem tudo é o que parece ser. [CONCLUÍDO]

Capítulo 4

Lentamente me virei e fiquei frente à frente com Cristhian.

— Tentando fugir de mim princesa? - será que se eu lhe desse um soco e arrancasse um dente estaria muito encrencada?

— Não, só estava tentando me poupar de ter sua desagradável companhia - disse tirando meu braço de seu aperto.

— Ora, assim você me magoa - ele colocou a mão sobre o peito fingindo dor.

— Ou só machuco seu ego, não é mesmo?

— Seus comentários são desnecessários - ele balançou a mão como se estivesse descartando meu comentário.

— O que você pensa que está fazendo aqui Cristhian?

— Pensei que fosse óbvio querida - ele me deu um sorriso malicioso que devia considerar sedutor.

— Edgar o mandou aqui? - semicerrei os olhos em sua direção.

— Olha, parece que ela sabe pensar.

Um soco me parece muito mais atraente agora.

— Porque ele faria isso? Eu sou mais do que capaz para completar essa missão.

— Obviamente ele não quer que você acabe colocando uma corda em nossos pescoços. Acho que um crime por traição é punido mais severamente não acha? - ele passou o dedo pelo pescoço e colocou a língua para fora.

— Eu? Foi você quem puxou a "dama de companhia" da princesa que você mal conhece e a trancou aqui.

— Eu não a tranquei aqui - disse Cristhian levantando uma sobrancelha.

— Meros detalhes - agora foi minha vez de dispensar seu comentário com um gesto — Nem sei por que está aqui. Até agora só ficou flertando com qualquer pessoa do sexo feminino que encontrou.

— Está com ciúmes? - ele me olhou de cima à baixo — Pois não deveria, não combina com você.

— Uurrr

Sai em disparada antes que ele tivesse a chance de me alcançar novamente.

Andei rapidamente pelo corredor já mal iluminado em direção à ala dos criados, mas de repente trombei em alguma coisa dura, tentando me equilibrar agarrei a algo grande e fofo, mas acabei caindo sentada no chão de qualquer jeito.

— Ai! - dissemos em uníssono.

— A senhorita está bem?

Assim que olhei para cima sou encarada por um par de olhos verdes vibrantes, um sorriso gentil e uma mão esticada.

— Você não tinha outro lugar para ficar parado como uma mula? - disse irritada ignorando sua mão e permanecendo no chão.

— Não era eu quem estava correndo pelo corredor - ele levantou uma sobrancelha e fez a última coisa que eu esperava, se sentou no chão em minha frente — Já que não se levanta vou me juntar a você no chão.

— E o que faz você pensar que eu quero sua companhia?

— É melhor conversarmos no mesmo nível não acha? Diga-me, por que estava correndo?

— Er... Acho que isso não lhe diz respeito - disse empinando o nariz e olhando fundo em seus olhos.

— Acho que me diz respeito quando sou atropelado no meio do corredor e tenho meu traseiro apertado.

Ora, mas que bobagem eu não... AI MEU DEUS! Por favor, por favor, por favor, não me diga que aquilo que eu apertei antes de cair era....

— Ai meu Deus! - cubri minha boca com a mão e arregalei os olhos.

Ele tentou segurar a risada, mas não conseguiu e o que preencheu o ar era uma deliciosa gargalhada que logo me contagiou e acabei rindo junto.

— Nossa, peço mil desculpas. Não tinha a intenção de er... Você sabe - disse finalmente controlando a
risada.

— Não tinha é? - um brilho malicioso surgiu em seu olhar - Oh que gracinha, está corada.

Rapidamente desviei o olhar.

— E-eu? É claro que não! - digo o encarando novamente nos olhos.

Mas assim que nossos olhares se encontraram esqueço completamente o que eu ia falar. Ainda bem que estava sentada, por que se estivesse em pé minhas pernas teriam fraquejado e me deixado na mão.

Kate acorda! Isso não é hora nem lugar, penso finalmente me dando um balde de água fria.

— Er... Eu tenho que ir, está ficando tarde e não seria decente se alguém nos encontrasse assim.

Ele levantou uma sobrancelha achando graça.

— Bom, deixe-me acompanhá-la então.

Rapidamente me levantei.

— Não é necessário eu... - perdi a fala assim que ele ficou de pé. Ele parecia ter quase um metro e oitenta.

— Você...? - ele começou a arrumar a roupa e voltou o olhar para mim.

— Sou capaz de encontrar o meu quarto sozinha - digo saindo de meu devaneio e empinando o nariz — Agora se me der licença...

— Espera - disse ele tocando em meu braço me fazendo parar — Nem vai me dizer seu nome?

Lhe dou um sorriso triunfante.

— Você não me disse o seu, acho justo.

Virei e sai andando sem esperar por sua resposta.

Só parei quando cheguei em meu quarto e tranquei a porta, ao qual fiquei pressionada me permitindo finalmente respirar.

O que acabou de acontecer?

Primeiro o Cristhian se infiltra no castelo, entra na minha missão sem dar aviso prévio e depois ele tenta me confrontar. Como se não bastasse todas as dificuldades dessa missão.

E depois bato de frente - ou mais ou menos isso - com um homem e caio no chão. E pra encerrar, antes de cair ainda aperto seu traseiro.

Bato a mão em minha testa e vou em direção a cama.

Algo naquele homem me chamou a atenção. Não deve ter sido seus olhos verdes, ou seu cabelo castanho ondulado, ou sua altura impressionante, ou sua simpatia...

Balanço a cabeça me livrando desses pensamentos, isso só servia como distração. Para o meu plano ter sucesso preciso estar concentrada cem porcento.

— Desculpa homem misterioso, mas você não vai me atrapalhar de conquistar essa missão.