Capítulo 8

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Já estava esperando nos arredores dos portões por quase dez minutos quando finalmente Cristhian chegou.

— Não precisava demorar tanto - disse já começando a andar em direção a vila.

— Queria o trabalho bem feito certo?

Não respondi e fiquei à ouvir o som de seus passos atrás de mim.

Subimos por alguns minutos a colina que à cinco dias atrás estava descendo correndo, e começamos a ver o vilarejo capital de Greenwood.

Subi meu capuz para não atrair olhares curiosos e começei a andar em direção sul do vilarejo.

— Onde exatamente nós vamos? - perguntou-me Cristhian andando ao meu lado.

— Você verá quando chegarmos lá - encerrei a conversa antes mesmo de começar.

Passamos por várias barracas com pessoas aglomeradas em volta. Tinha me esquecido de que era o dia mais movimentado do vilarejo, pois era dia de feira.

Assim que chegamos a uma esquina virei-a sem aviso fazendo Cristhian soltar alguns resmungos e vir atrás de mim a contragosto.

Assim que vi a loja que estava procurando, parei me virando para Cristhian.

— Chegamos, mantenha a cabeça abaixa e deixe que eu respondo o que for preciso.

— Onde estamos?

— É um antigo fornacedor de Edgar - disse abrindo a porta e entrando com Cristhian em meu enlaço — Ele me mandava aqui afim de comprar algumas coisas para as missões.

— E como é que eu nunca fiquei sabendo desse lugar? - Cristhian começou a olhar em volta e pegou algo na prateleira.

— Isso é uma pergunta que você deverá fazer diretamente para Edgar - peguei o frasco com um líquido verde de sua não e o devolvi ao seu lugar.

— Posso ajudá-los?

Virei-me para frente e encontrei um homem já perto de seus sessenta anos, de cabelos grisalhos e enrugado atrás de uma bacada de madeira.

Me inclinei um pouco para a direita e vi a adaga passar por mim e se cravar na parede onde antes estava minha cabeça. Se eu fosse como há cinco anos quando entrei aqui pela primeira vez, ficaria impressionada com a adaga jogada tão rapidamente, e se não estivesse esperando por isso e não fosse treinada possivelmente me machuraria.

Olhei para Cristhian que piscou e se colocou ao meu lado com a mão pousada sobre o cinto, pronto para tirar sua espada quando necessário.

Se eu dependesse dele...

Olhei para o homem que permaneceu atrás de sua bacada o tempo todo, mas agora soltava gargalhadas.

— Ah Kate, há quanto tempo. Por onde tem andado?

— Como se isso fosse algo de sua conta - começei a perambular pela loja e fui mexendo em frascos da prateleira me aproximando de sua bancada.

Cristhian permaneceu no mesmo lugar, atento a cada passo meu.

Chegando finalmente em sua bancada, coloquei minhas mãos em sua superfície e me inclinei para frente.

— Diga-me Albert, ainda vendendo falsos venenos para madames enganadas por seus maridos?

Albert também se aproximou.

— O que veio procurar aqui, Kate?

Ouvi o som dos passos de Cristhian se aproximando lentamente.

Greenwood - Nem tudo é o que parece ser. [CONCLUÍDO] Onde histórias criam vida. Descubra agora