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E aqui estou eu, na noite seguinte, após não encontrá-lo na faculdade pela manhã, na porta do clube de luta dele. Desta vez não estou no meu estilo detetive sexy, sou apenas eu. Ou seja, roupa curta, decotada e meu adorado batom vermelho. Não vim de moto na esperança de ganhar uma carona para a casa. Respiro fundo e ergo a cabeça quando passo pelos babacas da faculdade, parados na porta do clube falando obscenidades sobre as mulheres que estão por ali, que ficam se exibindo para eles como se fosse um grande prêmio tê-los falando delas. Claro que quando passo, toda a atenção se volta para mim.
— Olha só, Brin Vega, o trabalho não anda fácil, não é? Está tendo muitas noites de folga!
Sorrio para o idiota que nem sei o nome e tento passar por ele, que segura meu braço.
— Não vai socializar? Achei que a garota de programa fosse aproveitar a folga para garantir seus futuros clientes, então devia tratá-los com cortesia. Assim, não terá tantas noites livres para passear por aí.
Sorrio ainda mais ao tentar tirar meu braço de sua mão.
— Ah, querido, eu vou sim socializar, mas não com você! Sou garota de programa mesmo, mas com você eu não dormiria nem recebendo pra isso. Se enxerga, fofo!
Os caras zombam dele que me solta de uma vez e entro finalmente no clube. Uma mão segura meu braço de novo, e preparo o soco, quando vejo que é Stephen.
— Belo show, estranha — diz com um sorriso de lado.
— Ainda sou uma donzela em perigo — garanto.
— Você veio até aqui para me ver, certo?
Faço uma careta.
— Que convencido, senhor Ryan! — Ele cruza os braços enquanto aguarda por minha resposta e a contragosto, porque seus olhos verdes estão cravados demais em mim, acabo dizendo a verdade. — Por acaso, eu vim sim.
— Então vem comigo, vamos para outro lugar.
Opa que o suculento de gay não tem nada! Deduzo animada e cedo demais. Ele me guia até seu carro e abre a porta para eu entrar. Por um momento me sinto a própria Julia Roberts e até me pergunto porque não pintei meu cabelo de vermelho. Já começo a imaginar onde ele vai me levar, não espero que seja nenhum restaurante legal ou caro. Claro que não! Onde um homem levaria uma garota como eu? Algum motel legal e caro, talvez? Ele parece legal. Talvez eu tenha sorte, afinal de contas. Olho para seu semblante calmo ao meu lado em seu carro e sou invadida pelos meus questionamentos. Não preciso exatamente transar com ele, certo? Ele é legal demais comigo, ainda mais me levando até um motel legal e caro. Se o pau dele ficar duro, pronto! Ele não é gay. Mesmo porque se eu tiver mesmo que fazer o test drive, tudo vai acabar em pizza: eu comendo pizza na minha humilde residência, sozinha contando segundos até o Tyler chegar para eu chorar no ombro dele.
Por que tenho que ser tão ruim na cama? Por que não consigo aprender?
Contudo, todo meu questionamento é interrompido quando ele para o carro perto de um beco escuro e decido que ele merece sim, ter o pior sexo da vida dele para aprender a não ser pão duro.
— Isso é sério? Um beco? Você quer me comer aqui? — pergunto desaminada e desapontada.
Ele dá um pulo engraçado no banco e quase gagueja ao me responder.
— De onde você tirou isso? Brin, se eu dei a impressão ao convidá-la para outro lugar comigo, de que queria... Eu não a trouxe aqui para... transar com você, está louca? — conclui de olhos arregalados após gaguejar muito.
— Então o que viemos fazer aqui?
— Achei que você quisesse me ver lutar.
Ele sai do carro e antes que eu possa voltar a mim e fazer o mesmo, dá a volta, abre a minha porta e me estende a mão.
— Julia Roberts jamais viria até esse beco — resmungo.
— O quê? — pergunta confuso, mas dou de ombros e ele deixa para lá.
Segura minha mão ao me guiar até o beco escuro, e percebo com estranheza e uma espantosa sensação de satisfação, que nunca andei de mãos dadas com alguém antes. E meu momento moça de família com o namoradinho é interrompido quando entramos no tal beco, e é aí que vejo os outros caras. Homens fortes demais, com as caras machucadas, expressões assassinas e prontos para combate. É uma pequena rua sem saída, um espaço entre dois armazéns que chamam de beco. As fitas amarelas usadas geralmente pela polícia para isolar a cena de um crime, demarcam o ringue, e dois homens ensanguentados parecem prestes a se matar lá dentro.
Lembro-me então que Stephen Ryan não é tão legal quanto parece. Ele é o cara que gosta de ler e de bater em pessoas. Tem algum distúrbio.
— Stephen, acho que não quero ver você morrer.
— Você não vai me ver nem mesmo sair machucado, pode acreditar.
— Desculpe, não estou duvidando dos seus talentos, mas olha o tamanho desses caras e olha o seu. Não estou te tirando, você é gostoso e tal, mas eles dão uns três de você.
— Isso não tem a ver com músculos, Brin, tem a ver com cérebro.
O som de um nariz sendo quebrado me faz fechar os olhos em agonia.
— Isso me pareceu totalmente a ver com músculos. Acho melhor irmos para outro lugar, qualquer outro lugar.
Ele apenas sorri e quando o grandalhão é anunciado o campeão, Stephen ultrapassa as linhas amarelas e nada tira de mim essa sensação de que estou prestes a ver um crime ser cometido já dentro das linhas amarelas que isolam uma cena de crime. Isso deve ser algo inédito, e com certeza nada agradável.
O oponente dele é chamado de Trovão, é mais baixo que ele, porém bem mais musculoso. Stephen é musculoso estilo sarado e gostoso, e esse cara, seu oponente, estilo bizarro e assustador. Duvido que ainda consiga enxergar o próprio pênis no meio de tantos músculos em suas coxas.
— Confia em mim — Stephen pede baixinho e dá uma piscadela antes de um sino soar e a luta começar.
Percebo rapidamente as regras da luta: não há regras. O Trovão tenta acertar perto demais do pênis de Stephen e me desespero.
— Por favor, o pênis não. Quebra a cara dele, mas não mexa no pênis! — peço baixinho quase como uma prece.
E sem muito esforço, com sua total concentração em seu oponente, Stephen consegue desviar de quase todos os golpes de Trovão, como se estivesse prevendo-os. E consegue acertá-lo sempre que faz isso. Começo a entender porque Stephen vence lutas com o cérebro, ele entende o adversário, memoriza os golpes deles e os evita. E percebe com grande facilidade suas fraquezas, usando-as sem piedade. Ele atinge em cheio o oponente e se transforma em uma máquina sexy de bater. Começo a torcer por ele fervorosamente, não me importando com os olhares atravessados que recebo das montanhas ali presentes. Stephen é demais!
Ele é anunciado o vencedor, o sino pendurado numa janela de um armazém, soa três vezes indicando um campeão, e Stephen me olha enquanto comemoro nem um pouco contida, com um sorriso que não consigo decifrar. Assistimos mais algumas lutas que são pancadaria pura, mas entendo que ele quer estudar os outros lutadores para vencê-los depois. E quando meu estômago ronca mais alto do que os golpes desferidos no ringue improvisado, ele tira as mãos dos bolsos e parece completamente sem graça ao se dirigir a mim.
— Você está com fome, quer comer alguma coisa?
— Ah, eu gostaria disso. Pode ser um podrão.
— Um o quê? — pergunta confuso com um meio sorriso puxado de lado em seu belo rosto.
— O cachorro quente gigante da esquina da faculdade.
— Na verdade, pensei em levá-la a um lugar mais reservado, se não se importar.
Por que será que ele está corando?
— Tudo bem, sou toda sua, leve-me onde quiser.
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DEGUSTAÇÃO - Test drive
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