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Recebo pouco depois as informações sobre o meu cliente frutinha, resolvi apelidá-lo assim, já que é assim que o próprio pai se refere a ele.
NOME: STEPHEN RYAN
IDADE: 22 ANOS
HOBBIES: LUTA LIVRE EM UM CLUBE CLANDESTINO CHAMADO LUCK. ATUAL CAMPEÃO MUNDIAL.
LUGARES QUE FREQUENTA: FACULDADE, CLUBE LUCK, BARES, DANCETERIAS, BIBLIOTECA.
COISAS QUE GOSTA DE FAZER: MALHAR, LUTAR, TIRAR FOTOS E LER.
FATO CURIOSO: NUNCA TEVE UMA NAMORADA
Fato curioso: ele estuda na mesma faculdade que eu, o que complica um bocado meu plano de sedução. Ele com certeza sabe que sou garota de programa, todos na faculdade sabem, deixam isso claro todos os dias. Eu ia fingir ser uma garota puritana e virgem muito curiosa sobre sexo. Isso sempre funciona com esses caras. Agora preciso de um plano novo. Observando as coisas que gosta de fazer me ocorre uma imagem antecipada do indeciso Stephen, um rapaz nerd, que vive com uma câmera pendurada no pescoço, tem tatuagens desconexas com frases rebeldes e sem sentido, e paga para ser sempre o vencedor do tal clube de luta.
Sim, este é o perfil dele. E se um campeão, tatuado e rico não consegue pegar mulheres, é porque é no mínimo estranho. Não apenas na aparência, mas no jeito de ser. Ser gay não faria com que elas adivinhassem e não o cercassem, por conta do dinheiro dele. Alguma coisa nele não bate.
— Quem é que gosta de ler e de bater em pessoas? — pergunto confusa e Tyler responde:
— Você não sabe quais tipos de livros ele lê, bebê.
— O que demais se pode ler na biblioteca da faculdade?
Ele fica horrorizado com minha pergunta e balança a cabeça de forma negativa.
— Você não conhece a sessão proibida, que vergonha, Brin! Que vergonha!
E por mais que eu insista, o maldito do meu colega de quarto vai dormir sem dizer onde é a tal sessão proibida.
— Ok, acho que estou com um pouco de medo do frutinha agora.
Rapidamente, começo meu trabalho. Porque sou uma excelente profissional, e não porque o pai dele já me mandou três mensagens perguntando se me aproximei do alvo. Fico de plantão na minha moto super discreta em frente ao prédio onde ele mora, e como recebo o modelo e placa do carro dele pelo celular, fica fácil segui-lo quando ele sai do estacionamento do prédio.
Ele dirige até uma lanchonete ótima que não fica muito distante da faculdade. Desacelero a moto para vê-lo descer do carro e depois procurar um lugar para parar. É uma lanchonete, nada me impede de almoçar besteiras lá.
Mas o que acontece quando ele sai do carro, eu não teria previsto nem em um milhão de hipóteses. Eu esperava o estranho nerd e assustador, que gosta de ler e bater em pessoas, e assusta as mulheres ao ponto de não se aproximarem dele. O imaginava como alto demais, e desproporcional aos braços musculosos, devido ao excesso de bombas que toma, e com aquelas tatuagens desconexas. Mas, o que desce do carro é um deus grego alto, moreno, forte, lindo, bem vestido, com incríveis tatuagens e um jeito de andar, movendo aquela bunda linda de um lado ao outro, que me faz esquecer quem sou. Num segundo, abro a boca completamente embasbacada com o que estou vendo, e no outro, bato com a moto no hidrante e caio rodopiando pelo chão.
— Merda!
Plano de observá-lo discretamente falhou com toda certeza!
Ele me encara preocupado, mas alguns caras aparecem para me ajudar e ele segue seu caminho. Não tenho tempo de ver se machuquei, pois, ele sai a pé da lanchonete, e meio mancando, com um sapato só e com cotovelos ardidos, o sigo o mais discretamente possível. Ele se encontra com uma mulher. Ela é muito bonita, e não me é estranha. Acho que estuda na mesma faculdade que a gente. Eles conversam e vejo sua expressão de dor, ela está terminando com ele. Meu coração se compadece de seu sofrimento, com toda imaginação que tenho, já que nunca amei ninguém e não faço ideia do quanto isso dói. E penso que ela só pode ser louca por dispensar um homem tão bonito como ele.
Então me dou conta que errei apenas na aparência, ele com certeza é assustador e este é o motivo de estar levando um pé na bunda. Logo, Colin Hanson aparece, o conheço porque cursamos uma matéria juntos. Ele é sempre falador, esquentadinho e terrivelmente safado. Eu gosto dele. É uma das poucas pessoas que não me olha como se eu fosse lixo na nossa sala. Os dois se enfrentam pela garota e fico nas nuvens. O que essa menina tem para esses dois deuses brigarem por ela?
Stephen se afasta e o sigo, praguejando o quanto ele anda rápido, e ao olhar para baixo, noto que estou sangrando em algum lugar abaixo do joelho. E acabo perdendo meu alvo de vista. Enquanto testo se a moto ainda está funcionando e agradeço aos céus por estar, e me dirijo ao pronto socorro, mudo o apelido com o qual irei chamar meu cliente. Nada de frutinha, ele agora será o suculento. Pelo tanto que me fez salivar.
No dia seguinte, recuperada e de cabeça erguida, aguardo meu cliente nas penumbras. Sobre a minha moto, com uma jaqueta de couro descolada, e botas cano alto, abaixo de um short curtíssimo, sinto-me a própria detetive sexy. Vejo quando meu garoto chega, cumprimenta algumas pessoas e entra.
Pronto! Lá se foi minha observação.
— Que merda eu estava pensando? Que ele ia ficar aqui do lado de fora a noite toda? Caralho!
Terei que entrar no clube. Se são os caras da faculdade que frequentam este lugar, já posso imaginar como serei recebida. Respiro fundo, dou um passo para fora da penumbra, e a palhaçada começa:
— Olha só, Brin Vega! Sem cliente hoje, delícia?
— Brin, você está uma tentação com esta roupa. Se me disser que vai fazer promoção hoje, eu te contrato.
— Ei, Brin, estou sem moedas no bolso, você aceita uma rola dura como pagamento?
No começo eu respondia cada um desses babacas. No começo, eu me defendia para todos, para quem quer que ousasse falar assim comigo. Até que percebi que eu me defendia de mim mesma. Porque eu atacava a mim mesma quando permitia que esse tipo de babaquice me incomodasse, então deixei de prestar atenção, deixei de me importar. Ainda sorrindo, entro de cabeça erguida no clube e os deixo falando sozinhos.
Há um imenso corredor com várias fotos de lutadores lindos, musculosos e suados. E ao final, em destaque, a foto dele. Paro embasbacada observando a perfeição dos traços de seu rosto, e cada detalhe do seu corpo. E não consigo ver abaixo do seu peitoral definido porque alguém está parado ali, observando-o. Tento me esconder como uma louca ao ver que é o próprio Stephen, mas estou em um corredor e não há nada que possa fazer. Ele olha para trás, franze o cenho ao me ver, e paro de tentar entrar na parede para erguer a cabeça e seguir em direção ao interior do clube, como se não estivesse ali por ele.
Passo por ele que não me diz nada, e quando olho disfarçadamente para trás, ele está saindo do clube. Sem ter de fato entrado. Volto correndo pelo corredor, mas ele já se misturou entre a multidão de pessoas que fica ali fora, e não o vejo mais. Confusa, pergunto ao segurança da entrada se ele não vai lutar hoje e ele diz que Stephen foi eliminado do campeonato por Colin Hanson.
Sinto pena dele, perder a coroa e a garota para o mesmo cara não deve ter sido nada fácil. A vida dele neste momento não deve estar nada fácil, e eu ainda vou cair de paraquedas só para fazer um test drive. Bem, eu poderia consolá-lo, sem que isso fosse parte de um trabalho. Geralmente eu me dou bem com pessoas em sofrimento.
— A quem você quer enganar, Brin? Você seria só mais uma decepção na vida dele.
Derrotada, pego minha moto irada e me dirijo a padaria mais próxima, compro um bom e delicioso pote de sorvete, e vou afogar minha segunda tentativa de investigação fracassada no doce.
Mas agora mais do que nunca, estou curiosa para conhecer melhor Stephen Ryan.
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DEGUSTAÇÃO - Test drive
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