3 - parte 3

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Mais uma vez, ao parar o carro, ele dá a volta e abre a porta para mim. Também fez isso quando fui entrar em seu carro. Desço desconfiada de seu cavalheirismo, pensando se homens hoje em dia ainda são capazes disso, ou isso é um indício de seu lado afeminado, quando sou obrigada a interromper minha indagação mental ao me dar conta do lugar onde ele está me levando.

— Você está de sacanagem! — Mal posso esconder minha empolgação. Vou comer pela primeira, e provavelmente única, vez na vida no DeStefano's, o melhor e mais caro restaurante da cidade. — Como conseguiu reservar uma mesa aqui?

— Minha família é amiga do dono, não precisamos de reserva — responde sem se gabar por isso, apenas sanando minha curiosidade. — Você sabe, o melhor restaurante para a garota que defendeu tão veementemente meu pau.

— Ah, merda! Eu fiz isso alto demais?

— Você estava praticamente gritando isso.

— Sinto muito. Ou não. Pelo menos ele não acertou seu pênis.

Ele cora levemente, mas ri enquanto me guia até uma mesa.

Durante meu treinamento para ser uma nova pessoa em um novo país, tive diversas aulas de etiqueta. Nunca tive a chance de usá-las, afinal de contas, fui deixada às minguas num país novo e com o que ganho jamais poderia frequentar lugares que exigissem mais do que mastigar de boca fechada. Estou mais do que satisfeita em colocar a Brin fina em ação.

Tão logo nossa entrada é servida, Stephen pergunta:

— De onde você é? Ouvi dizer que não é americana.

Desvio meus olhos dos seus e respondo calma e precisamente:

— Espanha.

— Sempre quis conhecer a Espanha. Eu sou daqui mesmo. Tenho uma proposta para te fazer, vou te contar as coisas que ouvi sobre você e você me diz o que é verdade ou não — diz com um sorriso cafajeste em seu rosto que ainda não tinha visto nele e preciso forçar a comida a passar pela garganta que parece apertada de repente.

— Tudo bem, solte sua imaginação e dê o seu melhor.

— Você cresceu nas ruas, num bairro pobre e por isso sabe autodefesa.

Mastigo vagarosamente enquanto ele espera minha resposta, divertindo-se com meu teatro.

— Sim, cresci nas ruas. E não, não é por isso que sei me defender. Agora é minha vez. É verdade que você apostou a virgindade da sua ex com o melhor amigo dela?

Vejo um vislumbre da dor que passa por seus olhos, mas logo ele disfarça e nega com a cabeça.

— Não. Mas não fui exatamente o melhor namorado para defendê-la quando os idiotas do clube começaram com essa aposta. Minha vez.

Concordo e ele pensa um pouco, pergunta no momento exato em que o garçom se aproxima com os pratos principais e quase os derruba diante da pergunta dele.

— Como você se tornou garota de programa?

Disfarçamos nossos risos da cara do garçom, que afasta-se rapidamente e só então sorrimos abertamente.

— Sinto muito por isso — desculpa-se. — Eu não o vi aproximar-se.

— Tudo bem, não escondo o que sou. Mas a verdade sobre isso o decepcionaria. Qual foi a história que você ouviu?

— Nenhuma, na verdade. Parece que de repente você já era garota de programa. Mas tenho uma teoria. Você era boa demais nisso, e péssima em lidar com seus patrões, então decidiu abrir seu próprio negócio.

DEGUSTAÇÃO - Test driveOnde histórias criam vida. Descubra agora