Os dias que antecederam o baile passaram se arrastando. A ansiedade fez o tempo passar devagar e eu ao menos sabia por que estava ansioso. Acho que a ansiedade de Luhan me contagiou. A visita de Baekhyun à minha casa de fato não tinha alterado em nada o modo de ele me tratar, ou melhor dizendo, de destratar. Volta e meia eu o via me olhando com sua cara de desprezo. Porém, não mexeu comigo diretamente.
No dia do baile em questão Luhan combinou de se arrumar comigo na minha casa. Ele veio antes do almoço e passamos a tarde jogando videogame e comendo besteiras. Às 18h decidimos começar a nos arrumar. Luhan foi o primeiro a tomar banho, e enquanto eu o esperava – porque eu só gostava de usar o meu banheiro – recebi uma mensagem de um número desconhecido.
Número desconhecido: Você vai ao baile, Chanyeol?
Deveria ser alguma brincadeira.
Chanyeol: Quem é?
Número desconhecido: Desculpa, é o Baekhyun. Seu pai me deu o seu número. Minha mãe está insistindo para irmos juntos ao baile, disse que seu pai nos levaria.
Era só o que me faltava!
Chanyeol: Eu vou ao baile, mas meu pai não me falou nada disso. Ele vai levar o Luhan e eu.
Após enviar, gravei o número dele na minha agenda.
Baekhyun: Minha mãe acabou de falar com ele. Vamos para sua casa assim que terminarmos de nos arrumar. Eles vão jantar hoje.
Era para eu ficar bem irritado e revoltado, e insistir em não dar carona a ele. Mas sei lá... ele estava sendo tão simpático. Baekhyun me deixa desconcertado.
Chanyeol: Certo. Não precisamos entrar juntos, você pode ir na frente e depois Lu e eu entramos.
Baekhyun: Não, tudo bem. Hoje é um dia de paz, podemos dar uma trégua, certo?
Trégua? Será que ele estava mudando de opinião sobre mim? Será que o nojo dele está diminuindo?
Chanyeol: Tudo bem, uma trégua.
Baekhyun: Ótimo. Até breve!
Meu coração estava disparado, percebi isso quando desgrudei os olhos do celular. Aquele desgraçado mexe muito comigo. Qualquer palavra mais doce me quebra, qualquer atitude menos rude me derrete. Eu deveria ter nojo dele, não deveria? Mas por que não consigo odiá-lo?
Quando Luhan saiu do banheiro eu contei sobre Baekhyun ir conosco e ele só faltou me bater de tanta raiva que ficou. Ele sim odiava Baekhyun, e ter que estar na presença dele quase acabou com sua animação. Quase.
– Meu primo vai com a gente! Ele ia de metrô, mas agora faço questão que vá conosco. O Yifan vai intimidar o Baekhyun.
– E será que ele vai querer ir com a gente?
– Sim, ele quer muito ir ao baile para beber, então não importa a forma como vai chegar lá.
– Tudo bem, fale com ele.
Segui até o banheiro e resolvi ligar a hidromassagem para relaxar melhor. Me despi e mergulhei na água quentinha, repousei meu pescoço no encosto apropriado e fechei meus olhos. Minha mente involuntariamente voltou há alguns dias, quando Baekhyun estava no meu quarto e eu me senti tentado a devolver todas as humilhações que me fizera passar. Lembrei do seu rosto lindo demais me olhando, da respiração entrecortada quando ficou com raiva, da pele dele encostando na minha... droga, eu gostava dele? Talvez. Mas a atração que sentia era tão inegável que o meu pênis fez questão de me dizer isso ficando bem ereto. Normalmente me excito na banheira e me masturbo ali mesmo, mas dessa vez o que me excitava mesmo eram as lembranças dele.
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Dorsal
FanfictionPark Chanyeol é um adolescente de alto QI, mas que sofre com uma deformidade em sua coluna que lhe garantiu o apelido de Corcunda de Notre Dame pelos seus colegas de classe. Além de seu problema de coluna, ele sofre com os naturais problemas de adol...