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Eu esperava arrancar algumas informações de Sehun em seu aniversário. Não indaguei a Luhan sobre a cena do banheiro nem sobre o que Baekhyun me contou. Antes de começar a discutir com ele eu precisava de provas. Eu queria conquistar Sehun, portanto lhe comprei de presente uma jaqueta de couro italiano muito estilosa, e caprichei no molho do churrasco. Levei também carne e verduras para completar a ceia, uma vez que Kris come por cinco pessoas.

Fomos para a casa de Sehun no domingo na hora do almoço. Luhan estava sendo obrigado a engolir Baekhyun, e fomos os três no meu carro.

Sehun morava na periferia de Seoul, foi complicado passar com meu carro grande demais pelas ladeiras estreitas. O apartamento de baixa renda tinha uma fachada amarela desbotada, com rachaduras e infiltrações. Pude ver a fumaça do churrasco no terraço.

O prédio não tinha elevador, então subimos oito lances de escadas até chegar ao terraço, uma vez que seria impossível fazer um churrasco dentro do apartamento.

Kris já estava lá, com uma garrafa de Heineken na mão e um pedaço de carne na outra. Tao também estava lá, e um rapaz que eu nunca vi na vida.

Cumprimentei Sehun, lhe dei os parabéns e entreguei o presente que, por acaso, ele amou. Depois assumi o controle da churrasqueira. Foi bom para que eu pudesse observar. Luhan... ah, Luhan... ele até tentava disfarçar, mas parecia encantado com os braços de Sehun expostos pela blusa regata. E parecia enciumado toda vez que ele se aproximava do outro garoto.

– Esqueci de apresentar! – disse Sehun ao se aproximar de mim com o rapaz. – Esse aqui é Kim Minseok, meu vizinho. Seokkie, esse é Park Chanyeol, meu chefe.

Troquei uma reverência com o garoto, muito simpático por sinal. Me fez várias perguntas sobre culinária, e contou que já havia trabalhado como cozinheiro em um restaurante de massas. Notei que Minseok não só desagradava Luhan, mas também Baekhyun. Não demorou para ele se aproximar de mim e da churrasqueira para marcar seu território.

– Considere-se um cara de sorte, Minseok – disse Baekhyun com um sorriso falso. – O meu namorado aqui cobra muito caro por cada prato que faz.

Minseok pareceu surpreso, e não um surpreso comum do tipo "Puxa, sério? Que bom!", foi mais para o tipo "Como assim vocês vieram da Galáxia de Andrômeda?". O que me fez pensar que ele conhecia Baekhyun e sabia que ele namorava Jongin. E se ele é vizinho de Sehun, com certeza sabe de alguma coisa.

Eu precisava me aproximar dele. O que caiu como uma luva para mim porque, pelo jeito como se interessava pelo meu trabalho, estava claro que ele queria um emprego.

– Faz um favor para mim, Baek? – eu disse. – Eu preciso de álcool para aumentar o fogo da churrasqueira, o Sehun disse que deixou no quarto dele. Pode buscar para mim?

Por sorte Baekhyun não percebeu que eu queria me livrar dele, estava feliz demais por eu não ter o negado na frente dos outros.

Quando ele se afastou, voltei a conversar com o tal Minseok.

– E você trabalha no quê?

– Numa barraca de cachorro quente com um amigo. – Ele coçou a nuca, um pouco constrangido. – As coisas apertaram e eu tive que aceitar qualquer coisa.

– Não é qualquer coisa – respondi enquanto cortava um pedaço de carne. – Meu pai começou com uma barraca também, e eu o ajudava. Qualquer trabalho decente é trabalho. Aposto que você faz um bom molho.

– Sim, faço! Eu não quero me gabar, mas todos elogiam a minha comida.

Perfeito. Não poderia ser mais perfeito.

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