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Sete anos depois.

Aeroporto de Paris

Quinta-feira

A primeira classe do avião fora um presente de boas-vindas que meu pai dera a Luhan e eu. Ele disse que meu retorno à Coreia do Sul teria que ser "triunfal". Enquanto o avião não levantava voo, eu relia meu caderno de anotações sobre receitas que eu tinha aprendido na minha estadia de dois meses na França. Luhan e eu tínhamos feito um curso de culinária francesa e participado de vários Workshops.

Assim era a nossa vida agora: viajar pelo mundo e aprender sobre a culinária local. Ele tinha se formado em Relações Internacionais e eu em Gastronomia, mas Luhan tinha vários diplomas de cursos de gastronomia e cozinhava muito bem. Seu amor pela culinária veio de mim, mas eu juro que não o obriguei a isso!

E por conta desse amor em comum que decidimos abrir em sociedade uma filial do Orbis bem diferente das outras. Seria uma livraria, café e restaurante. Meu pai tinha comprado uma loja em Gangnam, e Lu e eu pagaríamos a ele aos poucos, conforme lucraremos. No domingo seria a inauguração e no sábado uma festa de boas-vindas para os funcionários, meu pai já tinha preparado tudo.

Confesso que meus nervos estavam à flor da pele. Eu voltaria depois de tantos anos, veria as pessoas que me fizeram ir embora e teria que fingir que nada tinha acontecido. Eu sentia um frio na barriga a cada minuto que passava.

– Recebi um e-mail do nosso fornecedor de pescados – disse Luhan. Tinha acabado de voltar com um café que comprara na máquina de café. – Ganhamos dois quilos de salmão como brinde por termos fechado negócio com ele.

– Ótimo.

Ele parou à minha frente. Eu estava sentado no frio banco de metal do aeroporto.

– Podemos fazer alguma coisa com esses salmões. – Ele pensou por alguns instantes. – Que tal servirmos hambúrguer fitness de salmão para os nossos convidados?

– Boa ideia.

Ele então sentou do meu lado com um sorriso sugestivo.

– Podemos servir hambúrguer aos porcos e deixar o prato mais refinado para os outros convidados.

Os porcos...

Eram eles que estavam me deixando nervoso.

Os porcos a quem Luhan se referia eram ninguém mais, ninguém menos que Baekhyun e Oh Sehun, meus novos funcionários.

Sim, muita coisa aconteceu desde que deixei aquele hospital depois de ser brutalmente espancado.

E muita coisa ainda vai acontecer, porque eu nunca consegui superar.

– Temos que ser superiores, Lu – falei. – Serviremos a eles os melhores pratos.

– Tem razão. – Ele revirou os olhos. – Mas você sabe que o Baekhyun provavelmente vai levar o Jongin, não sabe?

Aquele nome... meu estômago embrulhava.

– Eu sei. E ficarão no melhor lugar da mesa, junto com a gente. Se não couber, trocamos o Sehun de lugar.

– Por quê?!

– Você sabe. Dos três, ele é o que menos me interessa. A participação dele naquilo foi mínima. Ele é um covarde fraco, não precisamos de muito para colocá-lo em seu lugar.

– Está certo. – Suspirou. – Mas ele é importante para o Baekhyun.

– Sim. E é por isso que precisamos dele.

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