08 | australiano

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Michael não era o tipo de pessoa sem paciência ou qualquer coisa nesse estilo, mas foi bem difícil não cerrar os dentes ao ver Luke andando tranquilamente por um dos corredores da grande faculdade, indo em sua direção.

Era óbvio que ele sabia que o loiro estava por perto, afinal, não escutara pensamentos desde que saiu de casa naquela manhã. Hemmings estava cumprindo o que havia dito; protegeria Mike e o usaria como seu radar.

— Não tenho tempo agora, Luke. — falou com firmeza, curto e grosso, assim que o anjo caído chegou perto o suficiente para escuta-lo.

— Quem é esse, Clifford? — o amigo de Michael, Liam, perguntou para o telepata, prestando atenção em Hemmings — É novo aqui, loirinho?

— Fui transferido. — o anjo respondeu, ignorando totalmente a grosseria de Michael.

— Onde estudava?

— Universidade de Cambridge, Inglaterra

— Você é inglês? Não tem sotaque.

— Na verdade, sou australiano. Posso te mostrar meu sotaque depois, se você quiser. — piscou.

Michael demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo.

Ew. Liam, você não tinha aula agora? — resmungou, não acreditando que seu amigo estava flertando com um pseudo-demônio.

Ok, Liam não sabia que Luke era um anjo caído, mas mesmo assim.

— Certo, preciso ir. — o moreno acordou do transe que havia se enfiado por instantes — Me chamo Liam, foi um prazer te conhecer. — sorriu para Luke antes de sair, deixando um Michael ranzinza com o loiro.

— Como assim você é australiano? Você nem é uma pessoa, Luke! — Mike falou em um sussurro, não querendo olhares indesejados sobre os dois.

— Qual é, você nunca assistiu Supernatural? — o loiro perguntou em meio a uma risada — Esse corpo daqui é de alguém que eu possuí; digamos que é a minha forma humana e, bem, minha forma humana é australiana.

Michael revirou os olhos.

— Por que você se enfiou aqui? — perguntou, por fim, não acreditando que Hemmings o perseguiria até na faculdade.

— Eu te falei que te protegeria, sweetie. — explicou, dando de ombros — Você precisa de mim, só não entendeu isso ainda.

— Até na faculdade?

— Em todo lugar, Clifford.

— Mas você não tem como me proteger na minha casa. — falou como se fosse óbvio.

— A senhora Cowell é uma senhora muito simpática e me convidou para ficar com ela quando me viu sentado na calçada. — abriu um sorriso — Só precisei dizer que não tinha lugar para ficar e... voilà, ficarei do seu ladinho por um bom tempo, docinho. — apenas deixou de fora que usou seus poderes de persuasão para conseguir tal coisa.

— Pare de me chamar de docinho, seu louco psicopata. — bufou, fazendo uma pausa de alguns segundos — E pare de flertar com o Liam, não o enfie nessa história.

Luke gargalhou, mas gargalhou com vontade, verdadeiramente.

— Não o enfiar nessa história? Michael, por favor, eu só quero gozar um pouco.

— Ew. — sentia que começaria a usar bastante aquela expressão — Arranje outra pessoa para te fazer gozar, te proíbo de sair com ele.

A expressão de Luke mudou em poucos segundos; passou de deboche, provavelmente pensando que Mike não poderia o proibir de nada, até ter uma perfeita brecha para alfinetar o telepata.

— Bom, então você que me faça gozar, docinho.

— Se você acha que é assim que vai conseguir ir para o céu, está muito enganado. — Michael alfinetou de volta, revirando os olhos para demonstrar seu descontentamento.

— Uh, ok, Senhor Deus. — desdenhou o anjo com um sorriso irônico.

Seu sorriso morreu poucos segundos depois, porém, ao perceber que o corredor já estava vazio há um bom tempo.

Apenas ele e Mike estavam ali.

E bem...

Liam também estava.

Ou apenas o corpo de Liam, pois aquele definitivamente não era o amigo de Michael.

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oi, amorzinhos! desculpem por não ter postado ontem, umas coisas aconteceram e... meh.
MAS AQUI ESTÁ!
batemos 300 visualizações e 100 votos, vou chorar. muito muito muito obrigada aa a a a a a a
espero que estejam gostando xx

entre anjos e mais anjos • muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora