Luke Hemmings era um ser muito cheio de si.
Foi exatamente por aquele motivo que o demônio loiro deu a volta antes de entrar na casa em que dormiria e seguiu até a casa de Michael, conseguindo entrar na mesma sem muita dificuldade e passando despercebido por Karen com tranquilidade.
Adorava a invisibilidade.
Entrou no quarto de Michael e o garoto de cabelos vermelhos não foi capaz de vê-lo. Luke apenas se sentou na janela e se pôs a observar o telepata jogando algo em seu computador.
[. . .]
O loiro ficou sentado ali por bastante tempo, curioso demais para sair antes de entender. Repassou todos os acontecimentos em sua cabeça, mas nada parecia se encaixar.
As horas passaram e Luke já estava realmente entediado quando Mike finalmente fechou o notebook e desarrumou a própria cama, se levantando em seguida para se despir. O loiro, quase cochilando, acordou de vez e se concentrou totalmente na cena, interessado enquanto via Clifford tirando as roupas.
Logo a jaqueta estava no chão e a mesma foi acompanhada por sua blusa e calça, mas parou por ali. Clifford, parecendo ainda desanimado, se jogou na cama apenas de cueca, mas não dormiu.
E foi então que Luke entendeu.
Estava pronto para descer novamente e fazer uma entrada formal forjada quando escutou a voz de Mike:
— Eu sei que você está aí.
O demônio suspirou e então se permitiu ficar visível. Mike não desviou o olhar do teto, parecendo perdido em seus próprios pensamentos - e sentimentos. Estava tudo confuso para o pobre telepata.
— Há quanto tempo? — o anjo perguntou, se levantando da janela e indo até a cama, se sentando ali.
— Desde que você entrou. — respondeu simplesmente, finalmente olhando para Luke — Eu sinto quando você está por perto. — explicou e abriu um sorriso pequeno e irônico — Você deve ser meu anjo da guarda mesmo.
— Não foi para tomar conta de você que vim aqui. — respondeu, mordendo o lábio enquanto pensava — Mas eu posso ser o seu anjo da guarda. — brincou, arrancando uma risada baixa de Mike. Ele estava melhor.
Não bem, mas melhor.
— Por que veio, então? — o mais baixo perguntou, se ajeitando na cama.
— Eu estava confuso sobre algo, mas acho que entendi agora. — Luke sorriu — Você se sentiu mal por me ver olhando para todo os caras como pessoas com quem eu transaria, mas não olhava para você desse jeito. Você acha que não é bom o suficiente.
— Eu...
— Estou mentindo?
— Não.
Eles passaram alguns minutos em silêncio; o loiro olhava para Mike, tentando entender o que o telepata queria, enquanto Clifford fugia de seu olhar, envergonhado.
— Eu transaria com você, Michael. — falou depois de um tempo, deixando o colorido perdido.
— Oh... que linda declaração. — ironizou.
— Presta atenção, Clifford! — reclamou Luke, revirando os olhos — Eu transaria com você, te acho muito gostoso e atraente e adoraria te mostrar tudo o que a vida tem de bom, mas eu sei que você se apaixonaria.
— Eu não... eu... nossa... que... por você... eu não sou gay, Hemmings. Eu não me apaixonaria! — falou na defensiva, Luke apenas rolou os olhos pela segunda vez.
— Ok, o ponto é: as chances de uma paixão atrapalhar tudo é grande, até porque, provavelmente, um de nós dois vai morrer no final disso. Talvez os dois. — falou com uma simplicidade tão grande que assustou Michael.
— Primeiro: não precisa se preocupar. — começou Mike — Se, e somente se, eu quisesse transar contigo, eu não me apaixonaria. Mas isso não é um assunto que deve ser discutido porque eu não transaria com você. — o telepata respondeu, feliz da vida por ter conseguido explicar o que queria.
Luke só tirou proveito de uma parte daquele discurso, porém.
— Hm... não se apaixonaria?
— Não.
Não precisou de muito tempo para pensar sobre o que estava prestes a fazer; mordeu o lábio inferior enquanto fitava o rosto de Michael, as bochechas coradas pelo assunto recente e os lábios rosados, atraentes como eram desde a primeira vez que Luke os viu.
O loiro se inclinou sobre a cama - ou, mais precisamente, sobre o corpo de Michael - e segurou o rosto do colorido com uma das mãos. A respiração de Mike ficou descompassada quase que instantaneamente, mas Luke não ligou muito para aquilo; procurava algum sinal de reprovação.
Nada.
Muito pelo contrário; ele conseguiu ver o desejo que Mike emanava.
Abriu um sorriso ladino e então selou seus lábios em um beijo calmo, ficando levemente surpreso quando Michael passou o braço ao redor de seu corpo e o puxou para deitar por cima dele. Luke arrastou sua mão até os cabelos do menino e os puxou levemente, se afogando no gosto do telepata e naquele beijo absurdamente gostoso.
Não passou nada despercebido quando Clifford, parecendo realmente sedento, se pressionou contra Luke, seu membro já ereto fazendo o loiro estremecer.
O anjo caído partiu o beijo com cuidado, olhando para o rosto de Mike, e então se afastou das mãos do telepata, se levantando.
O desgraçado de cabelos coloridos iria foder com todos os princípios de Luke Hemmings.
— É, Mike... eu definitivamente transaria com você. — comentou com um sorriso enviesado. Michael se viu bobo e perdido, apenas fitando os lábios do loiro, que agora estavam avermelhados e inchados — Quem sabe um dia. — piscou, achando graça de toda a situação, por mais que estivesse louco para continuar.
Luke se afastou da cama, suspirando ao observar Michael mais uma vez; cabelos bagunçados, lábios inchados, respiração acelerada e seu pau, que era realmente grande, destacado em sua boxer.
— E você é, definitivamente, gay. Ou bi. Ou qualquer outra coisa, menos hétero. Lide com isso.
Mais uma vez, o anjinho de Mike foi embora.
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entre anjos e mais anjos • muke clemmings
FanfictionMichael Clifford é um garoto de vinte anos que nasceu com o incrível - e, ao mesmo tempo, terrível - dom de ver auras e escutar os pensamentos das pessoas ao seu redor. Após anos vivendo com tamanho fardo e sendo chamado de louco por todos com quem...