Dois capítulos para o fim de EAEMA.
Tem sido uma jornada e tanto, não?
—————————————————Iminente como um palito de fósforo aceso prestes a encontrar o álcool que estava derramado por todo um casarão, Calum aconteceu; sua boca secou instantaneamente, a voz sumindo e nunca conseguindo sair por sua garganta. Palavras comuns não poderiam, nunca, descrever o que Hood sentiu naquele momento; não poderiam dizer no tipo de Inferno Vivo que ele se tornou.
Porque, de alguma forma, aquelas foram as únicas palavras que Michael encontrou para descrever o anjo caído que se levantava após se debruçar sobre o corpo morto de Ashton; Inferno Vivo.
Não era um tipo de coisa que tomava o corpo de uma pessoa como raiva, amor ou qualquer outro sentimento que você pudesse pensar no momento. Calum não havia sido tomado pelo Inferno, pelas chamas frias que cercavam o local.
Calum havia se tornado o inferno.
E, porra, aquilo fez com que qualquer um ali embaixo sentisse as pernas tremerem em um medo automático e nervoso.
Não Michael.
Michael não tremeu ou sentiu algum fio de medo, pelo contrário, seus olhos foram preenchidos em uma compreensão que assustou a si mesmo; não havia perdido ninguém, não ainda, mas provara o medo da perda de Luke o suficiente para se tornar em uma criatura completamente nova e desconhecida.
Todos os soldados do inferno perceberam.
E tremeram.
Eles souberam, de alguma forma, que suas preocupações não deveriam ser o exército de anjos.
Não.
A preocupação deles deveria ser Michael.
E Calum.
E foi exatamente por isso que, de uma hora para a outra, todos resolveram avançar nos dois ao mesmo tempo.
Calum foi engolido por uma multidão de demônios raivosos, o que preocupou Mike por cerca de dois segundos antes de gritar um palavrão ao ver Hood abrir suas enormes asas negras e empurrar todas as criaturas do inferno para bem longe de si.
Michael conseguiu controlar a própria situação muito bem. Se assustaria caso olhasse para os próprios braços e visse que eles estavam em um vermelho-transparente, como se algum tipo de magia ocorresse dentro de seu corpo.
O telepata, que agora já não poderia mais ser descrito apenas com um termo tão pequeno quanto o da telepatia, olhou por cima do ombro e gritou para os anjos:
— Vão embora. Já. Saíam e levem Luke daqui.
E, como se ele fosse o próprio Deus, os guerrilheiros do céu acataram sua ordem; sumiram dali rapidamente, levando o amor da vida de Mike junto com eles.
— Calum... — ele chamou quando conseguiram vencer mais uma onda de demônios. O moreno, com os olhos preenchidos por tristeza e raiva, o olhou: — É agora ou nunca, amigo. Podemos morrer nessa.
De alguma forma, os dois sabiam o que precisavam fazer.
— Contanto que morramos matando esses filhos da puta, Clifford, eu estarei feliz.
Michael sentia algo lutando dentro de si, como se quisesse sair - ou melhor, como se estivesse desesperado para sair. O loiro olhou para Hood mais uma vez, não se assustando com o vislumbre de olhos negros na face de Calum.
— Transfira pra mim. — foi o que o anjo caído disse, mas Mike negou. Sabia que Hood não aguentaria o poder que agora tinha em mãos — Você quer que...
— Sim, Calum.
Era simples como um quebra-cabeça.
Michael tinha o poder; o poder completamente desconhecido que, enquanto estava coberto de sangue e machucados, não o assustava realmente.
Calum tinha a raiva. A raiva em sua forma mais pura e crua.
Calum era a raiva.
Conciliando os dois...
Oh, acho que nem Deus gostaria de saber.
Hood, com as mãos trêmulas porém firmes, segurou o rosto de Michael. Cravou suas unhas na bochecha de Clifford, fechando os olhos para que pudesse transferir todos os seus sentimentos para o loiro.
O corpo de Michael Clifford queimou.
Não literalmente, por mais que ele pudesse jurar que sim.
Era como se toda a sua carne tivesse evaporado, um fogo intenso tomando lugar do que antes costumavam ser seus membros.
Algo cresceu, cresceu, cresceu.
E então...
Explodiu.
A última coisa que Michael viu foi um anjo; os cabelos loiros, as asas brancas e enormes e o rosto mais sério que Mike jamais vira em seu rosto.
Não era um anjo qualquer.
Era seu anjo.
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entre anjos e mais anjos • muke clemmings
FanficMichael Clifford é um garoto de vinte anos que nasceu com o incrível - e, ao mesmo tempo, terrível - dom de ver auras e escutar os pensamentos das pessoas ao seu redor. Após anos vivendo com tamanho fardo e sendo chamado de louco por todos com quem...